Tanque soviético KV-1, um monstro invencível que foi relegado ao esquecimento

Arquivo de Maxim Kolomiets
Embora o veículo soviético KV-1 tenha sido capaz de combater quase todos os similares no início da Segunda Guerra Mundial, o governo soviético admitiu ser impossível modernizá-lo após o surgimento de tanques Tiger alemães e interrompeu sua produção.

1. No início da Operação Barbarossa, ou seja, da invasão da União Soviética pelas Potências do Eixo, os alemães se surpreenderam ao perceber que o Exército Vermelho tinha tanques quase invencíveis. Os KV-1 se mostraram altamente eficientes contra o fogo da artilharia alemã. Eles podiam suportar quase todos os tipos de armas da Wehrmacht.

2. Batizados em homenagem ao então ministro da Defesa, marechal Kliment Vorochilov, os tanques KV foram projetados pouco antes da guerra Soviético-Finlandesa e tiveram um batismo de fogo durante o conflito. O tanque resistiu com êxito às armas e às artilharias anti-tanques finlandesas.

3. Quando a Wehrmacht invadiu o território soviético, mais de 400 tanques KV-1 foram enviados à frente de batalha contra o inimigo. Nem os tanques, nem a artilharia anti-tanque alemã podiam destruir esses "monstros russos" – ou "fantasmas", como os alemães os chamavam.

  1. Sua blindagem podia ser perfurada somente pelo famoso canhão Flak-36 de 88 mm.  Outra maneira – esta, porém, bastante complicada – de combatê-los era evitar um confronto direto e aguardar a ajuda da Força Aérea.

    5. Em junho de 1941, perto da cidade lituana de Raseiniai, um KV-1 entrou em batalha contra a 6ª Divisão de Tanques Alemães. De repente, aparecendo na retaguarda do inimigo, o veículo blindado soviético ficou sem combustível e parou no meio da estrada, cortando todas as comunicações e tráfego da divisão. Depois de destruir 12 caminhões de abastecimento e várias armas antitanque de calibre de 50 mm, a tripulação conseguiu sobreviver a todos os ataques durante mais de 24 horas. Apenas uma arma anti-aérea de 88 mm conseguiu destruir o "monstro russo", matando todos os soldados em seu interior.

 

6. Mas o KV-1 não poderia se tornar o melhor tanque da Segunda Guerra Mundial. Embora perfeitamente blindado, ele não era tecnicamente confiável. Além disso, o mito que se criou de que KV era um tanque sem vulnerabilidades terminou em dezembro de 1941, quando Hitler, após o início de sua contraofensiva perto de Moscou, autorizou o uso de projéteis de carga oca HEAT (High-Explosive Anti-Tank), secretos à época.

7. Os enormes tanques KV-1 também eram extremamente prejudiciais para estradas e pontes. Depois de um "monstro" de 45 toneladas atravessar estas superfícies, quase todos os outros veículos militares eram impedidos de seguir seu caminho.

8. Os engenheiros soviéticos tentaram corrigir todos esses pontos fracos e, na primavera de 1942, surgiu uma versão modernizada do tanque: o KV-1S. Ele era mais leve, com 42,5 toneladas, e tinha uma armadura lateral ligeiramente mais fina (60 mm, em vez de 75 mm). A velocidade máxima do tanque modernizado subiu de 35 km/h para 45 km/h.

  1. Todos esses ajustes não foram, porém, capazes de salvar os KV. No final do verão de 1942, a Wehrmacht começou a utilizar em massa seus novos tanques pesados Tiger, que imediatamente tornaram os tanques KV obsoletos. Assim, durante um combate curto perto de Leningrado, três Tigers alemães destruíram com facilidade 10 tanques KV-1S, sem uma única perda.

  2. A produção da última modificação do tanque KV-85, abastecido com uma arma de 85 mm, foi interrompida em 1943. Então, o tanque Kliment Vorochilov deu lugar ao novo Ióssif Stálin (IS), que conseguiu combater todos os veículos blindados alemães e acabar com a Alemanha de Hitler.

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