Notícias urgentes da corte (para analfabetos) no tempo dos Romanov

História
DÁRIA DÔNINA
Função de gravuras populares era não apenas entreter, mas também informar, substituindo os periódicos para pessoas que fossem analfabetas por todo o Império Russo.

O lubók, um gênero de gravura popular dirigiu-se a diversos assuntos ao longo de sua história de 200 anos: desde o místico ao religioso, do doméstico à comédia, do didático ao satírico. 

Gravuras populares tratando de atualidades sempre caíram bem com o público russo. A demanda era particularmente forte quanto a imagens de governantes dinásticos e episódios da vida da família real. // Imperador Nikolai 1° em Moscou, em março de 1830. Gravura de 1830.

Sua função era não somente entreter, mas também informar, substituindo os periódicos para pessoas analfabetas por todo o Império Russo. // Pedro, o Grande no Lago Ladoga. Gravura de 1833.

O advento da litogravura na década de 1840 barateou e facilitou a produção de gravuras populares. Já na década de 1860, a invenção da impressão a cores, ou cromolitografia, levou as gravuras coloridas a alcançarem as massas. // Dia inesquecível: a libertação dos servos, em 19 de fevereiro de 1861. Gravura de 1865.

O monarca como defensor do Estado era um tema comum nas gravuras populares. O imperador era frequentemente retratado inspecionando tropas ou em campo. Mesmo os retratos de governantes cujos reinos não tiveram derramamentos de sangue com batalhas tinham um quê de militar, já que o uniforme militar era a vestimenta padrão para qualquer imperador que se prezasse. // Glória à Rússia. Gravura de 1831.

As vidas (e mortes) mais recorrentes nessas gravuras populares foram as dos três últimos tsares da Rússia: Aleksandr 2°, Aleksandr 3° e Nikolai 2°. // Morte de Aleksandr 1° em Taganrog, em 19 de novembro de 1825. Gravura do início da década de 1830.

Os pintores de lubók davam especial atenção à vida privada da família real e aos eventos públicos desta: a coroação, o nascimento de crianças, visitas e recepções majestosas, retratos cerimoniais do casal real cercado por numerosos herdeiros. // Pedro, o Grande, tira Catarina do Príncipe Menchikov. Gravura de 1833.

Temas recorrentes ganharam detalhes modernos. Hoje, eles dão um vislumbre da vida na corte e de como o lubók foi influenciado pela arte contemporânea. // Imperador Aleksandr 2° e a família andando de carruagem próximo a São Petersburgo. Gravura de 1865.

Do indiferente Aleksander 2° ao intimista e menos desinteressado Aleksandr 3° e Nikolai 2°, eles eram enriquecidos com elementos de Art Nouveau. // A aurora da paz proclamada à nação pelo imperador Nikolai 2°. Gravura de 1899.

As coroações eram uma necessidade absoluta para aqueles que produziam gravuras populares. As peças dedicadas a estas cerimônias transmitem os rituais centrais e o esplendor da cerimônia. // Pedro, o Grande coroa a Imperatriz Catarina 1°. Gravura de 1833.

Retratos oficiais do imperador e da imperatriz também eram muito populares entre a gente simples. A maioria dos retratos focava seu estilo de vida tradicional e muitas crianças, enfatizando a continuidade dos valores familiares e de Estado. // Nikolai 1° e a família visitam exposição industrial em Moscou, em 2 de novembro de 1831. Gravura de 1832.

Frequentemente o lubok era a única fonte de informação sobre a vida dentro do tribunal e permitia que as classes não privilegiadas se aproximassem, de alguma forma, da família imperial. // Lenda de como um soldado salvou a vida de Pedro, o Grande. Gravura de 1914.

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