As memórias coloridas do Império Russo, segundo Prokúdin-Górski

História
RUSSIA BEYOND
Fotógrafo do início do século 20 documentou diversas regiões da Rússia pré-revolucionária. Com isso, criou o primeiro e último álbum de fotos coloridas de um Estado à beira do fim.

Serguêi Prokúdin-Górski, retratado abaixo em terceiro lugar da esq. para a dir., foi um químico e fotógrafo. Ele é mais conhecido pelo pioneirismo em fotografia colorida na Rússia.

Em 1890, Prokúdin-Górski se juntou à mais antiga sociedade fotográfica da Rússia, a seção de fotografia da Sociedade Técnica Russa Imperial (STRI).

Em 1901, Prokúdin-Górski abriu um laboratório e um estúdio de fotografia em São Petersburgo.

Ao longo dos anos, o trabalho fotográfico, publicações e apresentações de slides de Prokúdin-Górski para outros cientistas e fotógrafos na Rússia, Alemanha e França lhe renderam elogios.

No ano de 1906, Prokúdin-Górski foi eleito presidente da seção de fotografia da Sociedade Técnica e editor da principal revista fotográfica da Rússia, a “Fotograf-Liubitel”.

O tsar Nicolau 2º apreciava fotos coloridas e, com sua bênção, o fotógrafo obteve permissão e financiamento para documentar a Rússia em cores.

Prokúdin-Górski considerou o projeto o trabalho de sua vida e partiu em suas viagens fotográficas pela Rússia até depois da Revolução de 1917.

Ao longo de dez anos, Serguêi Prokúdin-Górski reuniu uma coleção de 10 mil fotos.

Seu objetivo final era educar as crianças da Rússia com suas “projeções ópticas coloridas” da vasta história, cultura e modernização do Império.

Os objetos que Prokúdin-Górski registrava iam desde as igrejas e mosteiros medievais da antiga Rússia até as ferrovias e fábricas de uma potência industrial emergente, ou a vida cotidiana e o trabalho da tão diversa população russa.

As fotografias de Prokúdin-Górski oferecem um retrato vívido de um mundo perdido – o Império Russo às vésperas da Primeira Guerra Mundial e da Revolução de 1917.

Após a Revolução de 1917, o fotógrafo foi indicado para outra função sob o novo regime, mas deixou a Rússia soviética em agosto de 1918.

Ao deixar o país, Prokúdin-Górski tentou exportar seu material fotográfico, mas cerca de metade das fotos acabaram sendo confiscadas por autoridades russas por conterem material que parecia “estrategicamente delicado para a Rússia em tempos de guerra”.

Serguêi Prokúdin-Górski se mudou para Paris em 1922. Lá montou um estúdio de fotografia junto com seus três filhos.

Na década de 1930, Prokúdin-Górski, já idoso, continuou dando palestras na qual expunha as fotografias da Rússia para jovens na França, mas cessou o trabalho comercial.

Prokúdin-Górski morreu em Paris em 27 de setembro de 1944, aos 81 anos. A maioria de suas fotos são mantidas agora na Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos.

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