Na década de 1930, os soviéticos viam as submetralhadoras exclusivamente como um armamento de apoio, enquanto a principal arma dos soldados continuava sendo o fuzil Mosin-Nagant. Naquela época, o número de submetralhadoras, principalmente da complexa e dispendiosa pistola Degtyaryov (PPD), era insignificante. No entanto, o eficaz uso da submetralhadora Suomi KP/-31 pelas tropas finlandesas durante a Guerra de Inverno mostrou aos soviéticos que esse tipo de armas poderia ser o futuro do equipamento militar.
Como resultado, em 21 de dezembro de 1940, o Exército Vermelho recebeu novas submetralhadoras, como a PPSh-41, embora sua produção em massa tenha começado apenas no final do ano de 1941. Ao contrário de sua sucessora, a PPSh era muito mais simples e barata. Seus elementos estruturais fresados (parafusos) foram substituídos por partes prensadas, e seu corpo foi reduzido praticamente ao cano e ao ferrolho, que eram bem resistentes. Isto fazia dela uma verdadeira máquina de combate, já que a industrialização no tempo de guerra exigia economia de materiais e tecnologia simples, porém confiável.
Outra particularidade desta arma era a poderosa munição de calibre de 7,62 × 25 mm, a mesma da pistola Tokarev TT. O conjunto imprimia ao projétil uma alta velocidade e taxa de tiro muito grande para aqueles tempos – de 900 a 1.000 disparos por minuto.
O peso elevado, apontado muitas vezes como uma desvantagem, era, contudo, bom para o atirador. A PPSh se comportava com mais estabilidade durante as rajadas do que outras submetralhadoras, como a alemã MP-40. O freio de boca localizado na extremidade do cano proporcionava ainda um menor recuo ao refletir o fluxo dos gases para os lados.
Ela era frequentemente chamado de “Papasha” (“papai”, em russo) pelos soldados, já que seu acrônimo de três letras em russo soa de maneira semelhante.
Com quase 6 milhões de unidades, a PPS-41 foi a submetralhadora mais produzida da Segunda Guerra Mundial. Para efeitos de comparação, os alemães produziram pouco mais de um milhão de submetralhadoras MP-40.
Os alemães também gostavam das PPSh-41 e as usaram ativamente como armas de troféu. Mais de 10 mil submetralhadoras soviéticas capturadas foram convertidas para o calibre alemão: de 7,62 mm para 19 mm. Apenas um em cada dez soldados alemães estava armado com a submetralhadora MP-40, a maioria usava os rifles Mauser 98K. É por isso que as PPSh se tornavam um bom complemento para os soldados alemães. Além disso, a submetralhadora soviética tinha alcance efetivo maior.
A PPSh-41 era a principal arma das unidades estrangeiras do Exército Vermelho que lutaram ao lado das tropas soviéticas contra Hitler: o 1º Batalhão Independente da Tchecoslováquia e a 1ª Divisão de Infantaria Tadeusz Kosciuszko.
Em 1944, a PPSh-41 foi incluída em um novo sistema de tiro conhecido como "Fire Hedgehog". Foram montadas 88 submetralhadoras no compartimento de bombas do bombardeiro Tu-2.
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O piloto podia abrir fogo intensivo e destrutivo contra a infantaria inimiga. No entanto, após vários testes, a ideia foi abandonada, porque a recarga levava muito tempo e só podia ser realizada em solo.
No final da guerra, a PPSh-41 tornou-se a principal arma de fogo dos soviéticos. Mais de 55% dos soldados estavam armados com esta submetralhadora.
O típico monumento ao soldado soviético apresenta capacete SSh-40, capa e a PPSh-41, famosa por seu disco pesado no carregador e peculiar invólucro de janelas ovais ao redor do cano.
Após a Segunda Guerra Mundial, a PPSh-41 foi amplamente produzida na Coreia do Norte. Uma das primeiras delas foi apresentada a Stálin em 1948, em seu 70º aniversário.
A PPSh-41 foi usada pelo menos três vezes contra as tropas dos Estados Unidos (e da CIA): durante a Guerra da Coreia, no período inicial da Guerra do Vietnã e durante a invasão da Baía dos Porcos em Cuba.