6 líderes russos que sobreviveram a tentativas de assassinato

História
OLEG EGOROV
Não são só os venezuelanos que estão na mira da oposição. De um policial japonês maluco com uma espada a atiradores descrentes no futuro da URSS, os governantes russos enfrentaram ameaças de morte por todo lugar e a todo tempo!

A tecnologia muda, sim, o mundo - inclusive o mundo dos assassinos profissionais. Em 4 de agosto, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, sobreviveu a uma tentativa de assassinato que envolvia drones que levavam explosivos.

No passado, a maior parte dos líderes russos também enfrentou ataques (sem drones, claro). Compilamos uma lista dos imperadores russos e líderes soviéticos cujas ameaças de morte foram para além das palavras. Encontre estas tentativas aqui, em ordem crescente da menos à mais horripilante:

6. Mikhaíl Gorbatchov

Gorbatchov fez o melhor possível para tornar a União Soviética um país mais democrático, mas muitas pessoas o odiavam, entre elas o engenheiro de Leningrado (hoje, São Petersburgo) Aleksandr Chmonov.

Em 7 de novembro de 1990, enquanto se realizava uma parada militar em Moscou, Chmonov entrou nas colunas em marcha e, quando elas alcançaram o Mausoléu (onde os líderes soviéticos saudavam a multidão), ele tentou atirar em Gorbatchov - mas errou.

Enquanto Chmonov mirava, um oficial de segurança bateu no cano de sua arma e a bala voou para o céu. Chmonov foi preso imediatamente e passou quatro anos em um hospital psiquiátrico.

5. Leonid Brejnev 

O caso de Brejnev é muito parecido com o de Gorbatchov, mas seu rival, Viktor Ilin realmente chegou a matar alguém. Ilin serviu no exército soviético em 1969, mas fugiu de sua unidade, roubando duas pistolas.

Fingindo ser um policial que protegia a caravana em que Brejnev estava, Ilin atacou um dos carros onde ele esperava que Brejnev estivesse, contra o qual atirou 14 vezes.

Mas Ilin cometeu um grande erro. Dentro do carro contra o qual ele havia, na verdade, cosmonautas que acabavam de retornar de órbita. O assassino matou o motorista.

"Queria que todos soubessem das minhas ideias e isto exigia uma ação ousada", disse o assassino ao Russia Beyond.

Ele também foi enviado a um hospital psiquiátrico, mas ficou por lá por quase 20 anos.

Para conferir a íntegra da entrevista do Russia Beyond com Ilin, clique aqui.

  1. Iôssif Stálin

Não se sabe o número exato de atentados contra Stálin - alguns foram fabricadas pela polícia secreta simplesmente para eliminar seus rivais políticos (qualquer semelhança é mera coincidência... ou não!).

Algumas das tentativas de assassinato a Stálin, no entanto, foram reais. E, com certeza, essas tentativas foram mais numerosas que as contra Brejnev ou Gorbatchov.

No final da década de 1930, o desertor de alto escalão Guenrikh Liuchkov, que fugiu para o Japão, ajudou a tramar o assassinato de Stálin em Sotchi, mas o plano fracassou porque os soviéticos tinham um informante no grupo.

Mais tarde, os alemães planejaram assassinar Stálin, Franklin D. Roosevelt e Winston Churchill durante a Conferência de Teerã, em 1943 (na chamada “Operação Long Jump”), mas os serviços secretos soviéticos novamente impediram que os planos fossem bem-sucedidos.

Em 1942, o oficial soviético Saveli Dmitriev atirou contra um carro na Praça Vermelha. "O terrorista pensava que Stálin estava no carro, mas, na verdade, foi um de seus ministros, Anastas Mikoian, quem foi atingido, escapando de ferimentos graves apenas por um milagre", lê-se no jornal russo Rossiyskaya Gazeta.

Dmitriev foi capturado e executado. Stálin morreu na cama, 11 anos depois.

  1. Nikolai II

O último imperador russo leva bronze nesta lista porque sua primeira tentativa de assassinato foi muito fora do comum. Em 1891, enquanto visitava o Japão como herdeiro real, Nikolai passava pela cidade de Ōtsu quando, de repente, o policial local Tsuda Sanzo avançou em sua direção com uma espada.

“A espada fez deslizar a borda do chapéu de Nikolai e tocou somente sua testa… um dos empregados do príncipe empurrou o agressor, mas ele ainda conseguiu atacar novamente. Mas novamente não o atingiu”, escreveu o historiador Aleksandr Mescheriakov sobre o incidente. Os guardas de Nikolai capturaram Tsuda Sanzo em uma questão de segundos. As feridas causadas no herdeiro eram ínfimas.

"Tsuda Sanzo tinha sérios problemas mentais, como prova seu testemunho. Ex-samurai, ele decidiu resolver seus problemas internos atacando estrangeiros", explica Mescheriakov.

Condenado à prisão perpétua, ele morreu naquele mesmo ano no cárcere.

2. Vladímir Lênin

Após a Revolução de Outubro, a Rússia testemunhou muita violência e nem mesmo Vladímir Lênin, o líder bolchevique, estava seguro.

Em 1º de janeiro de 1918, seu carro ficou sob fogo armado em Leningrado, o que deixou buracos nas portas e no para-brisa - mas o revolucionário continuou ileso.

Outra tentativa, porém, quase foi bem-sucedida. Em 30 de agosto de 1918, Lênin conversava com uma mulher após um comício em uma fábrica quando a jovem Fanni Kaplan, de 28 anos, deu três tiros nele, ferindo seu pescoço e braço.

Membra do Partido Socialista-Revolucionário, Kaplan afirmou ter atirado em Lênin “devido às crenças” dela, alegando que os bolcheviques haviam usurpado a revolução. Ela foi executada três dias depois.

  1. Aleksandr II

Este malfadado imperador é, de longe, lidera o ranking das vítimas de atentados. Durante seu reinado, os revolucionários escolheram o terror individual como meio de luta política. Não era de se surpreender, portanto, que o imperador fosse seu alvo número um.

A primeira tentativa de assassinato contra Aleksandr II ocorreu em 1866, quando o imperador caminhava próximo ao Jardim de Verão, em São Petersburgo. Então, Dmitri Karakozov atirou no imperador, mas errou o alvo.

O imperador também foi baleado em 1867 em Paris, por um patriota polonês, e em 1879. Neste episódio, o trem do imperador foi alvo de uma explosão (1879), assim como um cômodo no Palácio de Inverno (1880), o tsar conseguiu escapar da morte.

Sua sorte, porém, não foi eterna. Em 1º de março de 1881, ele foi vítima de membros do movimento “Vontade do Povo”, que conseguiram atingi-lo ao lançar duas bombas no centro de São Petersburgo.

Aos 62 anos, ele sucumbiu à morte em seu palácio como resultado deste ataque, depois de 15 anos sendo caçado.

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