Fragata Oriol
Construído em 1668, o Oriol (Águia) foi o primeiro navio militar russo a ser projetado em estilo ocidental, como uma pinaça totalmente equipada. Comandado pelo capitão holandês Dawid Butler, tinha 23 tripulantes, também estrangeiros, e uma unidade da Streltsy (infantaria russa de arma de fogo), com 35 membros. O Oriol foi projetado para proteger navios mercantes no mar Cáspio, mas acabou sendo capturado em 1670 pelas forças rebeldes do cossaco Stenka Razin, que liderou uma grande revolta no sul da Rússia nos anos de 1670 e 1671. Abandonado na margem do rio Volga, uma vez que os rebeldes não conseguiam usá-lo, esse navio logo ficou caindo aos pedaços.
Veleiros Nadejda e Neva
No início do século 19, o Império Russo estava se preparando para sua primeira circunavegação do globo. Para tanto, o Ministério Naval russo comprou dois saveiros britânicos, Leander e Thames, renomeados como Nadejda e Neva, respectivamente.
Durante uma expedição de 1803 a 1806, liderada por Ivan Kruzenchtern e Iúri Lisianski, foram feitas observações significativas nas áreas de botânica, zoologia, etnografia e oceanologia. Em 1805, os marinheiros descobriram uma nova ilha – a Ilha Lisianski – que hoje pertence ao estado norte-americano do Havaí.
Infelizmente, depois da expedição, os navios tiveram um destino trágico. O Nadejda pereceu no gelo em 1808, não muito longe da costa dinamarquesa. Quanto ao Neva, o saveiro afundou durante uma tempestade perto do Alasca em 1813.
Veleiros de guerra Vostok e Mirni
Entre 1819 e 1821, Faddey Bellingsgauzen e Mikhail Lazarev conduziram uma viagem marítima a bordo dos veleiros de guerra Vostok (Leste) e Mirni (Pacífico) que resultou na descoberta da Antártida, além do mapeamento de 29 ilhas.
Costas, penínsulas, estações científicas na Antártida e até cadeias montanhosas do planeta Mercúrio foram nomeadas em homenagem a esses veleiros. Vostok também foi o nome da espaçonave soviética na qual Iúri Gagárin fez seu lendário vôo.
Navio de linha Azov
O navio de linha Azov tornou-se um herói da Batalha Naval de Navarino (1827), quando as forças aliadas da Inglaterra, França e Rússia derrotaram as frotas egípcias e otomanas. O navio, comandado pelo descobridor da Antártica Mikhail Lazarev, destruiu cinco embarcações de guerra inimigas, incluindo o carro-chefe otomano de 80 armas.
O Azov foi o primeiro navio da Marinha Russa a receber a bandeira especial de São Jorge, um dos maiores prêmios concedidos a um navio.
Brigue Mercúrio
O segundo (e último) navio russo premiado com a honrosa bandeira de São Jorge foi o brigue Mercúrio. Durante a guerra russo-turca (1828 e 1829), esse pequeno navio de guerra de 18 armas foi forçado a travar uma batalha desigual com dois navios de linha otomanos: o Selimie, com 110 armas, e o Real-bei, com 74 armas.
Por incrível que pareça, o pequeno brigue conseguiu causar um estrago nos gigantes inimigos, que tiveram que se retirar da batalha e abandonar a missão. Embora também afetado, o Mercúrio ultrapassou os otomanos e se juntou à frota russa.
Esse brigue sobreviveu à guerra e evitou colisões, sendo desativado apenas em 1857, quando já estava bastante destruído.
Cruzador protegido Varyag
No início da Guerra Russo-Japonesa, em 9 de fevereiro de 1904, a Marinha Imperial Japonesa bloqueou o cruzador protegido russo Varyag e a canhoneira Korietz na baía de Inchon, na Coreia do Sul. Mesmo em desvantagem numérica, os navios russos saíram do porto e travaram batalha contra seis cruzadores inimigos e oito torpedeiros.
Após uma longa luta, Varyag e Korietz – ambos detonados – retornaram ao porto. Os tripulantes explodiram seus navios e se mudaram para embarcações de países neutros.
Em 1905, os japoneses içaram o Varyag e começaram a usá-lo sob o nome Soya. Em 1916, quando a Rússia e o Japão se tornaram aliados na Primeira Guerra Mundial, o navio retornou à Rússia e retomou seu nome original.
Cruzador Aurora
O Aurora participou de várias guerras, incluindo a Russo-Japonesa e a Primeira Guerra Mundial, mas ficou famoso mesmo por sua participação na Revolução de Outubro de 1917. O assalto ao Palácio de Inverno foi sinalizado por um tiro em branco do cruzador Aurora; após o feito, o navio ganhou entre os soviéticos a reputação de um dos principais símbolos da Revolução.
Arrastão armado Tuman
Em 10 de agosto de 1941, o arrastão armado soviético Tuman (Névoa) enfrentou três destroieres alemães perto da ilha de Kildin, no mar de Barents. Depois de lançar uma cortina de fumaça, o Tuman tentou voltar à costa. Apesar dos estragos e da morte do capitão, a tripulação continuou lutando para salvar o navio. Sob disparos intensos, os marinheiros russos reergueram a bandeira do navio que fora arremessada do mastro.
O Tuman acabou afundado, mas a cortina de fumaça e os fogos disparos efetuados pela artilharia costeira afastaram os alemães e salvaram 37 dos 52 tripulantes. Até hoje, os navios russos que passam pela ilha Kildin abaixam suas bandeiras e emitem um longo sonido em homenagem ao Tuman.
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