Contos da Transiberiana: cinco histórias de vida ouvidas na mítica viagem de trem

Georg Wallner/Mesto47, Legion Media
Um homem idêntico a Putin, mineiros que lêem poesia e um alpinista de 62 anos. Dois jornalistas, um russo e um austríaco, fizeram uma viagem pela famosa Ferrovia Transiberiana e recolheram diversas histórias das pessoas que conheceram: cada uma delas é emocionante e única, revelando as complexidades da vida no maior país do mundo.

Enquanto trabalhava como jornalista esportiva no exterior, Marina Dmukhovskaya costumava ficar irritada com a forma como os estrangeiros imaginavam a Rússia. Certo dia, em Salzburgo, na Áustria, conheceu o fotógrafo local Georg Wallner, que sonhava em viajar na Transiberiana. Eles decidiram então viajar juntos e fazer reportagens independentes sobre a Rússia. E assim nasceu o projeto Mesto47.

"Não sabíamos que pessoas encontraríamos no caminho", diz Marina. "As 40 histórias que reunimos ao longo do mês são relatos de esperança e desespero, de força interior e fraqueza espiritual, de profundos arrependimentos pelo passado e grandes planos para o futuro."

  1. Vassíli, o imitador de Putin em Moscou

Este homem de Novosibirsk tinha um negócio de peles, mas um dia sua vida mudou completamente. Quando Vladimir Putin se tornou presidente, os amigos de Vassíli perceberam que os dois eram muito parecidos. Desde então, ele foi apelidado de Putin.

Em 2015, a loja de peles de Vassíli pegou fogo e ele perdeu tudo; foi então que partiu para Moscou. "Comecei a encarnar Putin na Praça Vermelha, agora vivo da minha semelhança com Putin", diz. "Trabalho junto com Stálin e nos tornamos amigos muito próximos."

Vassíli acredita que sua semelhança com Putin não é apenas uma coincidência e sente que há uma espécie de missão por trás disso. No entanto, este trabalho não resolve seus problemas financeiros, embora traga muita alegria aos turistas chineses em Moscou.

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  1. Anna, uma rendeira em Níjni Nôvgorod

Quando criança, Anna decidiu experimentar essa técnica antiga no Centro Infantil de Artesanato e acabou se tornando sua profissão. Embora tenha falido nos anos 1990, este setor russo reconquistou recentemente seu prestígio graças ao mundo da moda.

O problema é que esse ofício leva a sérios problemas nas articulações e nos dedos, além de osteocondrose. Antigamente, as rendeiras sofriam muito por isso. Com isso em mente, Anna segue regras rígidas de segurança e higiene: não trabalha mais de cinco horas por dia, descansa regularmente e faz fisioterapia. O rendimento de Anna com as rendas era baixo no início, mas agora ela consegue fazer um bom dinheiro.

Anna também fica feliz ao ver seu marido se orgulhar de mostrar suas criações aos convidados. "O que está acontecendo com a instituição da família no Ocidente e o que está chegando para nós aqui, tudo isso é muito estranho para mim", diz.

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  1. Irina, a guia dos Pilares de Krasnoiarsk

Em Krasnoiarsk, Marina e Georg conheceram Irina, uma montanhista que passa quase o tempo todo nos Pilares de Krasnoiarsk (ou Stolbi, como são chamados em russo). Ela é viciada em adrenalina e tem mais de 60 anos; deste, escala montanhas há mais de 50. "Quando eu tinha seis anos, minha família se mudou para Krasnoiarsk, e minha mãe me levou para Stolbi. Depois disso, apenas me via em casa...", conta Irina.

Irina trabalha como guia controlando a segurança dos turistas, mas, quando está sozinha, costuma escalar sem corda na busca pelos picos mais difíceis.

Atualmente é professora de escalada na Universidade de Krasnoiarsk e tenta ajudar os alunos a ouvir a natureza e se comunicar com ela.

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  1. Mineiros no Extremo Oriente

Os mineiros estavam voltando para casa de trem. Eles trabalham para uma mineradora de ouro suíça e no vagão-restaurante do trem bebiam – e ficavam cada vez mais sinceros com cada dose de vodca.

"Para ser mineiro você tem que ser forte e estúpido. Por que forte? Por ser um trabalho físico, você tem que desconectar o cérebro e trabalhar, trabalhar, trabalhar. Por que estúpido? Para não ter medo em um espaço confinado e escuro", disse um dos rapazes. Eles admitem que a vida de um mineiro é impossível sem sarcasmo: trabalhando em meio a um perigo constante, você tem que encontrar maneiras de brincar.

Enquanto bebem, esses mineiros relembram os poemas que aprenderam de cor na escola. Como muitos patriotas russos, eles adoram Iessênin, um poeta que elogiava as bétulas e as belas paisagens russas.

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  1. Andrei, um marinheiro de Vladivostok

A vida de marinheiro não é fácil, diz Andréi. Aos 23 anos, já se sente com 30. A escola naval foi um grande desafio. Certa vez, um sargento o fez permanecer quatro dias em serviço com apenas quatro horas de sono. Além disso, o tempo que se passa no mar é psicologicamente difícil: “O submarino pode ficar no fundo do oceano por um mês, durante o qual não se vê a luz do dia”.

O trabalho também prejudica sua vida amorosa, pois está constantemente de plantão. Sua ex encontrou outro homem enquanto ele estava no mar, mas Andrei ainda sonha em encontrar uma jovem encantadora que o apoie. Ele tem muito orgulho de seu trabalho como marinheiro e se diz um verdadeiro patriota. "Este é o meu país: eu amo seu território, natureza, povo, literalmente tudo. Eu cresci aqui", diz ele. "Meu avô lutou, minha bisavó deu a vida por este país", finaliza.

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