Que clubes esportivos estrangeiros pertencem aos russos?

Roman Abramovich

Roman Abramovich

Michael Regan / FIFA/FIFA via Getty Images
Para alguns oligarcas é apenas um negócio, enquanto para outros é a paixão de suas vidas. O Russia Beyond mostra quem são os proprietários russos dos clubes esportivos no exterior e quanto eles desembolsaram por isso.

Roman Abramovich – Chelsea

“Desde o início, entendi que o clube se desenvolveria com ele. Por quê? Ele dedicou uma parte de sua alma ao negócio”, disse o ex-técnico do Chelsea, José Mourinho, sobre Abramovich, o oligarca russo que começou a moda de adquirir clubes estrangeiros.

Proprietário do Chelsea, Roman Abramovich comemorando a conquista da Liga dos Campeões após a final entre Manchester City e Chelsea no Estádio do Dragão, em 29 de maio de 2021, no Porto, Portugal.

Abramovich comprou o clube inglês em 2003. Antes da chegada do oligarca russo, o Chelsea costumava estar no topo da classificação, mas não ganhava troféus. Os jogadores reclamavam da falta de sistema no clube, qualificando-o como caótico. Tudo mudou com o novo dono: ele criou um sistema, não economizou nas transferências, mas analisou cuidadosamente todas as transações. Como resultado, o Chelsea floresceu e se tornou um dos melhores clubes do mundo: cinco vitórias na Premier League inglesa e duas taças da Liga dos Campeões.

Em 2022, Abramovich anunciou a venda do clube para evitar possíveis sanções relacionadas ao conflito russo-ucraniano e perdoou ao clube uma dívida de 1,5 bilhão de libras. O oligarca também prometeu repassar toda a renda da venda para a fundação do clube, que está envolvida em projetos beneficentes e sociais desde 2010. No entanto, de acordo com o jornal The Guardian, com o congelamento de seus bens, imposto pelo governo britânico nesta quinta-feira (10), ele não poderá realizar a transação. Já segundo a imprensa russa, ele poderia vender o time desde que o capital fosse transferido para a conta da fundação. 

Dmítri Ribolovlev – Mônaco

Presidente do Mônaco, Dmítri Ribolovlev assistindo com Vadim Vassiliev à partida final da Copa da Liga Francesa contra o Paris Saint-Germain (PSG)  na Matmut Arena, em 31 de março de 2018, em Bordeaux, França.

O ex-dono da maior empresa de fertilizantes russa Uralkali e o 27º empresário mais rico da Rússia segundo a Forbes, Dmítri Ribolovlev, chegou ao futebol inspirado no exemplo de Abramovich. Em 2011, ele vendeu o controle acionário da Uralkali, se mudou para Monte Carlo e se tornou o principal proprietário do clube local.

Naquele momento, o Mônaco estava passando por uma crise financeira e precisava urgentemente de um investidor. Ribolovlev investiu mais de 100 milhões de euros para comprar jogadores, e o clube voltou à elite do futebol francês. Na temporada 2016/17, o Mônaco se tornou o campeão da França.

Em entrevista, Ribolovlev admitiu que administrar um clube de futebol é mais difícil do que uma empresa enorme como Uralkali.

“Não somos Chelsea ou Real Madrid e nunca seremos um super clube que luta pelo título ou pelo final da Liga dos Campeões todos os anos”, admite Ribolovlev.

Maksim Diómin – Bournemouth

Jamie Redknapp (à esq.) e Maksim Diómin assistindo à partida da Premier League entre Bournemouth e Arsenal no estádio Vitality, em 14 de janeiro de 2018, em Bournemouth, Inglaterra.

Em 2011, o clube de futebol Bournemouth, da cidade inglesa homônima, estava prestes a ser excluído do futebol profissional. O clube foi salvo de dívidas pelo financista e comerciante de petróleo russo, Maksim Diómin, que, junto com sua família, se mudou da Rússia para Bournemouth. Depois de emprestar dinheiro ao clube em um momento crítico, o russo se tornou proprietário de 50% das ações do clube por 450 mil libras e, dois anos depois, assumiu o controle total.

Amigos e parceiros de Diómin chamaram o clube de “mala sem alça”, e a compra de um brinquedo caro e inútil. Mas tudo acabou de forma diferente: o proprietário russo fez uma revolução no Bournemouth, que mais tarde foi chamada de “milagre russo”. Ao longo de três temporadas, ele injetou mais de 25 milhões de libras no clube, encontrou um técnico capaz de atingir metas ambiciosas, começou a comprar jovens jogadores locais e priorizou a saúde dos jogadores. Como resultado, em 2015, o Bournemouth mostrou o crescimento mais incrível da história de todas as ligas inglesas: de time da terceira divisão passou para a Premier League inglesa e alcançou o melhor resultado em todos os seus 116 anos de história. Hoje, o clube do russo disputa a segunda divisão inglesa. 

David Traktovenko – Sydney

Traktovenko discursando durante o almoço de aniversário de 10 anos do Sydney no estádio Allianz, em 16 de março de 2015, em Sydney, Austrália.

O clube de futebol australiano chamou a atenção do banqueiro russo Traktovenko depois que sua filha Alina se casou com o empresário local Scott Barlow. Em 2006, Traktovenko comprou uma participação de 22% e, dois anos depois, expandiu a participação para 90%.

Traktovenko sabia o que fazer com o clube não muito bem-sucedido: o mesmo que ele fez com o russo Zenit que ele, como o ex-presidente do conselho de administração, conseguiu tornar o clube mais forte da Rússia. Ele repetiu o sucesso e, sob sua administração, Sydney se tornou o campeão da Austrália pela primeira vez na história e repetiu o sucesso outras cinco vezes.

Anton Zingarevitch – Botev

Anton Zingarevitch (à direita)

Filho do bilionário russo Boris Zingarevitch, Anton é mais conhecido como o ex-proprietário do clube de futebol inglês Reading. Ele comprou o time em 2012 por 25 milhões de libras, mas demonstrou pouco interesse e o vendeu a um grupo de investidores tailandeses dois anos depois por 1 libra.

Desde então, Zingarevitch entrou na lista de procurados federais sob a acusação de desvio de empréstimos no valor de US$ 21 milhões. O caso foi encerrado em 2019 e ele continuou sendo uma das pessoas mais ricas do país. De acordo com a mídia búlgara, a fortuna familiar de ambos os Zingarevitchs em 2018 ultrapassou US$ 1 bilhão. Em 2021, Zingarevitch comprou o clube búlgaro Botev.

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