A diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) votou pela aprovação das importações e uso limitado da vacina russa Sputnik V durante reunião na noite de sexta-feira (4), transmitida ao vivo pelo canal da agência no YouTube.
A proposta, lida pelo relator do processo de importação das vacinas Sputnik V e Covaxin Alex Machado Campos, estipula a permissão temporária, em condições excepcionais, da "importação da vacina [russa] nos seguintes números, que correspondem a 1% da população dos estados, de acordo com o calendário vacinal de junho de 2021: Bahia - 300.000 doses, Maranhão - 141.000 doses, Sergipe - 46.000 doses, Ceará - 183.000 doses, Pernambuco - 192.000 doses, Piauí - 66.000 doses. ”
Para Campos, essa quantidade, que corresponde a 1% da população de cada estado solicitante, seria suficiente para a fase inicial da vacinação.
Relatórios sobre a vacinação e seus resultados serão regularmente encaminhados à Anvisa, contribuindo assim para a decisão de futuros suprimentos.
Além disso, de acordo com a Agência Brasil, tanto o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, como os governadores dos estados e os responsáveis pelas vacinas, terão de assinar um termo de compromisso com as seguintes restrições: vacinação apenas de pessoas de 18 a 60 anos, que não sejam gestantes ou tenham dado à luz recentemente; não tenham comorbidades; não tenham recebido transfusão de sangue nos últimos três meses nem tenham feito tratamento contra câncer nos últimos três anos.
Todos os rótulos deverão ser traduzidos para o português, e os lotes entregues do Brasil terão que ser produzidos nas fábricas já vistoriadas pela Anvisa.
A proposta foi apoiada por outros três membros de cinco membros da diretoria da agência, entre eles o diretor-presidente Antônio Barra Torres. Os debates que antecederam a votação duraram mais de sete horas, e a decisão não implica registro estatal da Sputnik V no Brasil.
Com a deliberação, o Brasil se tornou o 67º país a aprovar o uso emergencial da Sputnik V.
Entrega prevista para julho
De acordo com o presidente do Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF), Kirill Dmitriev, a vacina anticoronavírus russa Sputnik V será entregue ao Brasil em julho.
“A decisão da Anvisa de autorizar a importação e uso do Sputnik V pelos estados do Brasil é um acontecimento muito esperado para as pessoas no Brasil que terão acesso a uma das melhores vacinas contra covid do mundo. (...) Nenhuma questão levantada pelos reguladores ficou sem resposta após a decisão de adiar a autorização do Sputnik V. O lado russo forneceu todos os dados adicionais", afirmou Dmitriev, citado no site oficial do imunizante.
Em 26 de março passado, a Anvisa havia proibido a importação e uso do imunizante russo no Brasil, alegando ausência de dados. Os documentos que faltavam foram enviados pelos estados do Maranhão e Bahia em 22 de maio.
“Com a aprovação da vacina em vários estados, o Brasil se tornará o país mais populoso da América do Sul a usar a vacina russa. Esperamos mais cooperação efetiva com parceiros do país para salvar vidas e superar a pandemia”, arrematou o presidente do RDIF.
LEIA TAMBÉM: Por que poucos russos se vacinaram contra o coronavírus?
Autorizamos a reprodução de todos os nossos textos sob a condição de que se publique juntamente o link ativo para o original do Russia Beyond.
Assine
a nossa newsletter!
Receba em seu e-mail as principais notícias da Rússia na newsletter: