Por que as monarcas europeias usam ‘kokochniks’ russos? (FOTOS)

Visita de Estado da rainha britânica à Turquia em 2008; e casamento da princesa Eugenie e Jack Brooksbank em 2018

Visita de Estado da rainha britânica à Turquia em 2008; e casamento da princesa Eugenie e Jack Brooksbank em 2018

Getty Images; Reuters
Tiaras de diamante e esmeralda são modeladas e nomeadas em referência ao antigo adereço para cabeça russo.

Em funções oficiais, a realeza europeia é geralmente vista usando tiaras que lembram um antigo adereço de cabeça russo chamado kokochnik. Na Rússia, as imperatrizes e grã-duquesas usavam esse tipo de tiara desde o governo de Catarina, a Grande, durante a segunda metade do século 18. Fora do Império, a moda das tiaras russas se desenvolveu graças à rainha Alexandra, esposa do rei Eduardo 7º e irmã da imperatriz russa Maria Feodorovna, esposa de Aleksandr 3º. Algumas dessas tiaras ainda incluem o termo “kokochnik” em seus nomes oficiais, embora nunca tenham pertencido a nenhum membro da família real russa (clique aqui para saber mais sobre o que aconteceu com as tiaras dos Romanovs após a Revolução de 1917).

Tiara Kokochnik da Rainha Alexandra

Uma famosa joia pertencente à rainha Elizabeth 2ª é a Tiara Kokochnik de diamante, com seus raios de sol únicos feitos de ouro branco e amarelo. Foi esse ornamento que inspirou a tendência de “estilo russo” em joias fora da própria Rússia.

Rainha Alexandra e Maria de Teck usando kokochnik russo

A tiara tem uma história de origem fascinante. Em 1888, quando a rainha Alexandra e o rei Eduardo 7º estavam celebrando bodas de prata (25 anos), as damas de companhia queriam dar-lhe um presente particularmente notável. Alexandra pediu a elas uma cópia exata da tiara de diamantes usada por sua irmã na Rússia. As senhoras doaram seus diamantes e encomendaram a tiara na joalheria Garrard & Co. Como a maioria das tiaras russas, ela também pode ser usada como colar – esse tipo de ornamento é chamado de tiara de franja. Alexandra ficou encantada com o presente e frequentemente o usava em funções oficiais, chamando-o de seu ‘Kokochnik russo’. 

Rainha Elizabeth 2ª participa de banquete em Ancara no primeiro dia de uma visita oficial à Turquia, em 13 de maio de 2008

A tiara foi passada de uma rainha britânica para outra, e hoje é propriedade de Elizabeth 2ª. Assim como sua mãe, avó e bisavó, a rainha sempre o usou durante aparições públicas ao longo de seu reinado.

Rainha Elizabeth 2ª chega a almoço oferecido pelo governante de Pexauar durante uma visita da Comunidade das Nações ao Paquistão, em 4 de fevereiro de 1961; rainha Elizabeth 2ª vestida com trajes completos em 1975; e novamente rainha Elizabeth 2ª durante um banquete na Índia, em 1983

A propósito, Elizabeth 2ª possui outra tiara de franjas do século 19 em sua coleção.

A rainha britânica a usou em seu casamento em 1947 e recentemente foi emprestada para sua neta Beatrice usá-la em seu casamento. 

Casamento de Elizabeth 2ª em 1947 e casamento da princesa Beatrice em 2020

Embora à distância pareça uma tiara kokochnik, a peça possui uma forma diferente e um design mais modesto.

Kokochnik de Esmeralda de Greville

Kokochnik de esmeralda de Greville

Outra neta de Elizabeth 2ª, a princesa Eugenie, também usou uma tiara kokochnik em seu casamento em 2018. Essa peça, feita de platina com diamantes brancos e rosas e esmeraldas enormes, foi criada em 1919 pelo joalheiro francês Boucheron para Margaret Greville, filha de um membro do Parlamento chamado William McEwan.

Princesa Eugenie e Jack Brooksbank deixam a Capela de São Jorge no Castelo de Windsor após o casamento em 2018

Greville deixou a tiara para a família real em 1942 junto com suas outras joias, e agora a tiara pertence a Elizabeth 2ª.

Kokochnik Sueco de Berilo

Uma das tiaras kokochnik mais fabulosas pertence à irmã do rei da Suécia, a princesa Margarida. Foi usado pela primeira vez nos anos 1900 por Margarida de Connaught, esposa do futuro rei Gustavo 6º Adolfo da Suécia. Sabe-se que ela trouxe a tiara da Grã-Bretanha – de onde veio –, mas não há informações sobre o joalheiro que criou.

Princesa Sibila de Saxe-Coburgo-Gota

A tiara foi passada para sua nora, a princesa Sibila de Saxe-Coburgo-Gota. 

Princesa Margarida, Sra. Ambler

Atualmente, pertence a sua filha, a princesa Margarida, que a usa em vários eventos sociais, assim como suas sobrinhas, as princesas Cristina e Madalena.

Princesa Madalena participa de Banquete do Prêmio Nobel em 10 de dezembro de 2019, em Estocolmo; princesa Vitória comparece à cerimônia de entrega do Prêmio Nobel em 10 de dezembro de 2017, em Estocolmo

Tiara Romena de Aço Preto

Kokochnik romeno

A tiara da rainha Maria da Romênia (nascida princesa Maria de Edimburgo) foi feita em 1914 pela Cartier. Na época, a famosa joalheria francesa estava fazendo experiências com diferentes materiais, e a base no formato de kokochnik era feita de aço preto. A tiara é adornada com platina, diamantes e rubis.

Rainha Maria da Romênia

Muitas das joias da Rainha Maria foram perdidas durante a Primeira Guerra Mundial ou vendidas por seus filhos nas décadas de 1940 e 1950, após a queda da monarquia. A tiara eventualmente foi devolvida à Cartier e hoje é exibida como peça de museu. 

Kokochnik de Esmalte Azul da Duquesa de Westminster

Kokochnik de Esmalte Vidrado Azul

Esta tiara incomum foi feita por Chaumet em 1911 para Constance Edwina Lewis (nascida Constance Edwina Cornwallis-West), esposa do duque de Westminster.

O esmalte vidrado azul parece tecido, e a tiara é feita de platina e decorada com 280 diamantes Miosótis. Esta peça foi vendida várias vezes em leilões, mas o atual duque a trouxe de volta para a família.

Constance Edwina Cornwallis-West

Nenhuma imagem da proprietária original usando a tiara sobreviveu ao tempo.

Kokochnik de Granada da Condessa de Rosemburgo

Kokochnik de Granada

Esta tiara foi feita na década de 1930 por um joalheiro da corte dinamarquesa chamado Aage Dragsted para a esposa do príncipe Viggo, neto do rei Cristiano 9º da Dinamarca. O casal não tinha filhos, portanto, a tiara foi herdada pela primeira vez pela cunhada do príncipe Viggo, a princesa Margarida da Suécia, e mais tarde por sua nora, a condessa Ruth de Rosemburgo.

Condessa Ruth de Rosemburgo

Após a morte desta última, em 2010, a tiara com flores e folhas de granada foi colocada à venda. Foi adquirida na Suíça em 2014 por um comprador anônimo.

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