Putin declara estado de emergência após vazamento de diesel no Ártico

Mancha de diesel em rio de Norilsk, a segunda maior cidade do mundo em população além do Círculo Polar Ártico

Mancha de diesel em rio de Norilsk, a segunda maior cidade do mundo em população além do Círculo Polar Ártico

Reuters
Desastre ambiental nos entornos de Norilsk ameaça região do Ártico e exigirá décadas de recuperação. Presidente russo criticou atuação de empresa responsável pelo tanque.

O presidente russo Vladimir Putin declarou estado de emergência em Norilsk, na região siberiana de Krasnoiarsk, depois do vazamento de 20.000 toneladas de diesel no rio Ambarnaia. O derramamento originado no reservatório de uma usina elétrica acabou contaminando o solo, dois rios e um lago a 10 km da cidade russa.

Após o vazamento, também ocorreu um incêndio, causado por um veículo que chegou ao local. As chamas logo se apagaram; não houve repercussões na atividade da usina.

Os especialistas enviados ao local para conter o desastre conseguiram recuperar 100 toneladas de combustível e limpar 780 toneladas de área contaminada.

As autoridades regionais e porta-vozes da empresa disseram que levará pelo menos duas semanas para lidar com as consequências imediatas do acidente.

No entanto, os danos ao meio ambiente serão duradouros. Segundo as organizações ambientais, serão necessárias décadas para a recuperação dessa área localizada além do Círculo Polar Ártico, caracterizada por um ecossistema frágil e delicado.

O Ministério para Situações de Emergência russo afirmou que havia implantado um plano de intervenção para liquidar o vazamento, e que este já teria sido contido na última terça (2). O objetivo foi evitar infiltrações nas vias navegáveis ​​que poderiam transportar diesel para o norte, em direção ao Oceano Ártico.

Produtora ocultou desastre

Apesar da gravidade, o estado de emergência foi decretado somente cinco dias depois do acidente, e agora estão sendo feitos esforços para esclarecer as responsabilidades. 

Durante uma videoconferência televisionada, Putin indagou abertamente o diretor da subsidiária da Norilsk Nickel que administra a usina, a NTEK, por não informar o caso às autoridades. “Por que as agências governamentais descobriram isso somente dois dias após o fato? Vamos saber sobre situações de emergência nas redes sociais?”, questionou o presidente ao diretor da NTEK, Serguêi Lipin.

O ministro para Situações de Emergência russo, Evguêni Zinitchev, afirmou que Lipin teria permanecido dois dias em silêncio sobre o incidente com as autoridades, na tentativa de resolver o incidente internamente.

O diretor da NTEK, no entanto, garante ter relatado o vazamento de imediato ao poder comprová-lo com documentos. A NTEK é a subsidiária que gerencia a usina, fornece aquecimento e água à cidade de Norilsk e às aldeias vizinhas e gerencia uma rede elétrica não conectada à rede nacional devido à localização remota da cidade.

A Procuradoria-Geral está tentando esclarecer as circunstâncias do acidente, tratado como um caso de violação dos regulamentos de segurança e graves danos ambientais. O gestor da usina responsável pelo tanque de combustível foi detido.

De acordo com a investigações preliminares, o derramamento teria sido causado por uma falha estrutural das fundações dos tanques. Um operador informou que o tanque em questão estava em uso há mais de 30 anos e que pode ter sido comprometido devido à idade ou por mudanças climáticas que ocasionam o derretimento do solo tipo permafrost, alterando a estrutura em comparação com o projeto original.

Com informações do RT

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