Três quartos dos cidadãos russos apoiam as medidas adotadas pelas autoridades do país para impedir a disseminação do novo coronavírus, de acordo com pesquisa elaborada pelo Centro de Pesquisa de Opinião Pública da Rússia (VTsIOM) e pelo centro de pesquisa sem fins lucrativos Osoboie Mnenie.
“A maioria absoluta dos entrevistados (75%) apoia as medidas das autoridades para impedir a propagação do coronavírus. Apenas 13% dos entrevistados disseram não apoiar as medidas tomadas, e 11% disseram não saber responder à pergunta. O apoio das medidas implementadas aumenta conforme a idade; no entanto, os níveis mais baixos de apoio são registrados entre os entrevistados com idades entre 25 e 34 anos, e entre 35 e 44 (64% e 70%, respectivamente)”, destacam os pesquisadores.
Os principais motivos por trás do apoio às medidas são o “medo por si e pela família” (46%) e a “conformidade administrativa” (22%).
A rejeição de medidas pode ser frequentemente explicada pelo medo de agravar a situação financeira e por um conjunto de razões que negam a existência do coronavírus, a eficiência das medidas adotadas e a vulnerabilidade do próprio sistema imunológico à infecção. Os homens se mostram menos propensos a aceitar as medidas das autoridades locais do que as mulheres (68% contra 81%).
A pesquisa nacional foi realizada em 14 de abril por meio de entrevista telefônica, envolvendo 1.600 indivíduos com idade superior a 18 anos. A margem de erro dos estudos é de 2,5 pontos para mais ou para menos.
Protestos virtuais
Recentemente, moradores de mais de 10 cidades russas aderiram a um protesto virtual por meio dos serviços móveis de navegação por GPS “Yandex.Navigator” e “Yandex.Maps”. Ambos os aplicativos apresentam função de bate-papo pelas quais é possível marcar um ponto no mapa e adicionar comentários.
A função, que é normalmente usada por motoristas para avisar sobre acidentes nas vias, passou a servir de plataforma para protestos contra o regime de autoisolamento imposto pelo governo russo. “Não queremos passar fome”, “Deixem-nos trabalhar” e “Como pagarei meu empréstimo?” foram algumas das mensagens deixadas.
Com o aumento abrupto de comentários, os moderadores do Yandex. começaram a remover os comentários não relacionados à situação do tráfego.
O Kremlin também teria monitorado as publicações. Segundo o porta-voz da presidência, Dmítri Peskov, o governo irá levar em conta as reclamações do povo.
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