Com queda de 88% de voos, aeronaves ociosas lotam aeroportos na Rússia

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Moscou opera por dia mesma quantidade de voos que costumavam partir por hora. Prejuízo é de aproximadamente US$ 650 milhões por cada mês de paralização.

Devido ao coronavírus, países mundo afora fecharam fronteiras e suspenderam as conexões aéreas. Com isso, as companhias aéreas sofrem perdas maciças, e suas aeronaves são forçadas a permanecer ociosas nos aeroportos. De acordo com dados de 20 de abril, a demanda por viagens na Rússia caiu 90% em comparação com o mesmo período ano passado, e as companhias aéreas operam apenas 12% de seus voos.

Quase todos os voos reminiscentes consistem em trajetos domésticos pouco frequentes, além de voos de repatriamento para trazer cidadãos russos que não conseguiram retornar ao país, ou voos para resgatar estrangeiros na Rússia.

Algumas companhias aéreas, como as de voos charter Azur Air e Royal Flight, e a única de baixo custo da Rússia, Pobeda, suspenderam todos os seus itinerários.

A Aeroflot, a principal companhia aérea da Rússia, reduziu a malha de voos domésticos e suspendeu a venda para destinos internacionais, a princípio, até agosto – ou até que a situação volte ao normal.

A segunda maior companhia aérea da Rússia, a S7 Airlines, já reduziu pela metade a malha de voos durante o verão do hemisfério Norte. 

Devido aos cancelamentos de voos, os principais aeroportos da Rússia também suspenderam as operações 24 horas por dia.

O aeroporto de Tiumen funciona atualmente somente das 6h00 às 19h00. Já o de Pulkovo, em São Petersburgo, permanece aberto das 5h30 às 23h30, e o aeroporto de Khrabrovo, em Kaliningrado, está operando das 7h00 às 21h00.

O aeroporto de Murmansk, um dos maiores do norte da Rússia, só abre três horas antes dos voos (que, nos dias de hoje, sequer são diários). Em Níjni Nôvgorod, apenas cinco voos estão decolando por dia.

Os aeroportos Domodêdovo e Sheremetievo, em Moscou, realizam hoje cerca de 30 voos por dia – o que costumava ser o número de voos partindo em uma única hora no período pré-pandemia.

No aeroporto de Vnúkovo, também nos arredores da capital, havia apenas nove voos em 20 de abril, e no Jukóvski sequer constavam chegadas e partidas no dia 21.

Especialistas calculam que cada mês de paralisação gera prejuízos líquidos na faixa de 50 bilhões de rublos (US$ 650 milhões) ao setor. O governo prometeu destinar 23 bilhões de rublos (cerca de US$ 300 milhões) para socorrer as companhias aéreas.

Os voos regulares foram cancelados até 1º de junho, mas não se sabe se após essa data as companhias aéreas conseguirão retornar aos níveis pré-coronavírus.

A previsão é de que, mesmo quando as fronteiras foram reabertas, muitas pessoas não terão condições financeiras de viajar.

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