Viúva do cosmonauta Iúri Gagárin morre aos 84 anos

Yuryi Abramochkin/Sputnik
Valentina Gagárina dedicou sua vida ao espaço e à memória do falecido marido.

“Amo tudo nela: personalidade, estatura baixa, os olhos castanhos cheios de luz, e as tranças e um nariz levemente sardento...”, disse, certa vez, o cosmonauta Iúri Gagárin sua esposa, Valentina. Ela faleceu nesta terça-feira (17) aos 84 anos. 

Os dois se conheceram na casa dos vinte anos durante uma noite de dança na Academia de Aviação de Oremburgo – e foi paixão à primeira vista.

Iúri e Valentina ficaram casados por 11 anos, até o cosmonauta morrer em um acidente aéreo em 27 de março de 1968. O casal teve duas filhas: Elena e Galina.

“Muito me conecta com Valia [abreviação de Valentina]. Amor pelos livros, paixão por esqui, paixão pelo teatro... ”, escreveu Gagárin.

O casal levava uma vida modesta até o voo histórico de Gagárin em 12 de abril de 1961, que os colocou repentinamente sob os holofotes.

Iúri e Valentina conheceram líderes mundiais, viajaram para diversos países, participaram de grandes eventos e recebiam centenas de cartas diariamente.

Não foi uma época fácil para Valentina.

Diversas mulheres por todo o mundo se diziam apaixonadas por Iúri. Entre elas, a primeira símbolo sexual da época, Gina Lollobrigida.

Mas os Gagárins jamais se separaram, e Iúri se manteve fiel à sua garota “de vestido azul simples, recatado”, como declarou.

Após a morte do marido, Valentina nunca se casou novamente.

Assim como Iúri, Valentina Gagárina tinha a vida atrelada ao espaço. Até se aposentar, trabalhou no laboratório da seção médica do Centro de Controle de Missões. Todos os anos, em seu aniversário, 15 de dezembro, Valentina Tereshkova, a primeira mulher a viajar ao espaço, visitava-a com um enorme buquê de rosas.

Gagárina trabalhou extensivamente para manter a memória do marido: participou de cerimônias memoriais, contribuiu para a criação do museu Gagárin, publicou um livro de memórias chamado “108 minutos e a vida inteira”. Mas nunca deu entrevistas.

“Como esposa do primeiro cosmonauta, tinha uma enorme responsabilidade. Até seus últimos dias, carregou esse fardo com dignidade”, disse a cosmonauta Elena Serova.

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