Mulheres que curtem gorilas e 4 outras histórias bizarras do zoológico de Moscou

Anatoliy Garanin/Sputnik
Neste ano, o Zoológico de Moscou celebrou seu 155º aniversário. Durante sua existência, a instituição teve uma história arrebatadora, com causos fascinantes e fora do comum.

1. O primeiro do mundo a ter baixas temperaturas

O Zoológico de Moscou é o maior e mais antigo da Rússia. Fundado em 1864, ele também é um dos mais antigos da Europa. Um de seus fundadores disse que o novo zoológico era "um museu a céu aberto".

Ele também foi o primeiro zoológico do mundo a enfrentar as baixíssimas temperaturas do inverno russo.

Inicialmente, o zoológico era lar para apenas 300 animais (hoje são cerca de 8.000). Alguns animais chegaram ao zoológico presenteados por russos e estrangeiros famosos.

Um elefante asiático, por exemplo, foi doado pelo tsar Aleksandr 2°, e uma zebra veio de um líder egípcio.

Elefante asiático doado pelo tsar Aleksandr 2°, Zebra doado pelo líder egípcio.

Na turbulência da Revolução de 1917 e da Guerra Civil, quase todos os animais morreram.

Mas, depois, a população do zoológico foi restaurada. Em 1919, o zoológico de Moscou foi nacionalizado.

2. O estranho interesse feminino por gorilas

No final da década de 1920, o zoológico foi alvo de uma brincadeira. Havia um romance best-seller, “Ostrov gorriloidov” (em tradução livre, “A ilha dos gorilóides”), que contava a história de um exército incrível criado por uma mestiçagem de mulheres com gorilas.

Tirando proveito do sucesso do romance, um jornal de Moscou publicou um anúncio oferecendo às mulheres a chance de ter relações sexuais com um gorila no zoológico.

O chefe do setor de gorilas no zoológico teria, então, sido bombardeado com pedidos de mulheres, e algumas delas chegaram até mesmo a dar as caras no zoológico na esperança de realizar sua fantasia sexual.

O diretor do zoológico, um velho bolchevique, queria publicar uma retratação, mas lhe disseram que assim ele acabaria atraindo ainda mais a atenção do público.

3. Salvando um filhote de leão

Em 1935, uma das leoas se recusou a dar de mamar a um de seus filhotes. Assim, uma funcionária do zoológico, Vera Tchaplina, o levou a seu apartamento comunal, onde o leãozinho passou um tempo.

Vera Tchaplina, levou o filhote a seu apartamento comunal.

O animal ficou doente, e Tchaplina e todos os outros que viviam no apartamento cuidaram do pobrezinho. Chamado Kinuli (do russo, “abandonado”), ele foi criado por um cão pastor escocês, Peri.

Um ano depois, o leão devia ser devolvido ao zoológico, mas ele se recusava a se separar do cão. Assim, eles tiveram que levar também o cachorro ao zoológico, onde os dois animais viveram felizes para sempre.

O Christian Science Monitor chegou até mesmo a publicar um artigo, "Leões e cordeiros em Moscou" (no original, “Lions and lambs in Moscow”), sobre esta estranha situação.

A própria Tchaplina escreveu um romance, “Kinuli”, e foram rodados documentários sobre esta história totalmente fora do comum, que ganhou fama mundial. Vera passou a receber toneladas de cartas de todo o país.

4. Trabalho sob bombardeio

Durante a Segunda Guerra Mundial, apesar das dificuldades e dos ataques aéreos nazistas, o zoológico não fechou. Dizem que mais de cinco milhões de pessoas o visitaram na época.

Apesar de alguns dos animais terem sido evacuados para a cidade de Sverdlovsk, nos Urais, elefantes e outros grandes mamíferos, assim como quase todos os predadores, permaneceram em Moscou.

Há histórias que retratam a devoção dos funcionários do zoológico ao seu trabalho durante a guerra.

Apesar de não terem comida suficiente para si e às vezes desmaiarem de fome, eles continuavam a alimentar os animais sob seus cuidados.

Certa vez, durante um bombardeio, um prédio que abrigava funcionários do zoológico pegou fogo, mas eles permaneceram com os animais e não tentaram salvar suas moradias.

5. O pinguim Maverick

Nem todos os animais apreciavam a hospitalidade do zoológico. Conta-se que um pinguim sempre escapava do zoológico – e, aparentemente, isto aconteceu diversas vezes em 1972.

Há poucos detalhes de como exatamente o pinguim conseguiu fazê-lo, mas o fato é que a polícia às vezes via um pinguim andando pelo centro de Moscou.

Inicialmente, a polícia levava o fugitivo de volta ao zoológico. Mas, depois, o próprio bichinho voltava por vontade própria, já que não queria perder o café da manhã.

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