Cinco novas ilhas são descobertas no Ártico russo com o derretimento de geleira

Yuri Smityuk/TASS
Com clima mais quente, novo território sobre mar de Kara tende a se expandir.

Cinco novas ilhas apareceram na costa ocidental do arquipélago de Nova Zembla, na baía de Vise. Segundo geólogos, as massas terrestres não eram visíveis por causa de uma geleira que as cobria, mas o gelo derreteu e os territórios vieram à superfície.

Essas ilhas foram vistas pela primeira vez em 2016, mas, para que houvesse uma confirmação oficial, uma expedição hidrográfica científica foi enviada ao Ártico. Os estudos levaram três anos, e apenas agora as ilhas se tornaram oficialmente parte da Rússia.

A Frota do Norte da Rússia, responsável pela expedição, disse que “a área das ilhas varia de 900 a 54.500 metros quadrados” (que é, pelo menos, o dobro do tamanho do Vaticano). Os territórios já foram explorados e fotografados em detalhes.

Ilhas descobertas por crianças que estudavam imagens de satélite

Apesar dos boatos, isso não é verdade. As cinco ilhas foram apontadas pela primeira vez em 2016 pela engenheira Marina Migunova, do Serviço de Medição Oceanográfica da Frota do Norte. Mas crianças em idade escolar descobriram, sim, várias outras ilhas russas – na mesma área, porém na costa norte.

Artiom Makarenko, 14 anos, e Valeria Saienko, 15, da região de Moscou, avistaram as novas terras quando estavam estudando imagens de satélite (eles participam de um grupo de pesquisa de jovens criado pela agência espacial russa Roscosmos). Os dois descobriram sua primeira ilha em 2016, e a segunda, em 2018.

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Makarenko e Saienko analisaram imagens de satélite recentes em fontes abertas, sobretudo da Agência Espacial Europeia e da Roscosmos. Ao compararem as imagens feitas nos últimos anos, foi possível distinguir os contornos de geleiras e costas.

“Quando vimos que a geleira estava se deslocando em alguma borda, começamos a observá-la. Algum tempo depois, a montanha ficou exposta, e uma ilha independente se formou”, explica Makarenko.

Rússia ‘ganhará’ várias novas ilhas

Bastante, e não apenas ilhas – pelo menos é o que mostram os indícios recentes. Alguns relatórios sugerem que, entre 2001 e 2015, as geleiras do arquipélago de Nova Zembla começaram a derreter duas vezes mais rápido do que entre 1959 e 2001. Desde então, o litoral dessa área é constantemente monitorado.

Foi graças a esse monitoramento remoto, por exemplo, que mais de 30 novas ilhas, cabos e baías foram descobertas de 2015 a 2018.

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