Nos Jogos Olímpicos de Verão da Juventude de 2018, realizados entre 6 e 18 de outubro na cidade de Buenos Aires, a Rússia conquistou 59 medalhas, entre elas 29 de ouro, conquistando a primeira colocação no quadro geral de medalhas. A equipe japonesa veio logo atrás, com 30 medalhas, sendo 15 de ouro.
Nova modalidade
O caminho para a vitória da Rússia no quadro não oficial de medalhas começou em dezembro de 2016, quando o Comitê Olímpico Internacional tomou a decisão de incluir o break dance no programa dos Jogos da Juventude de 2018.
Na época, Serguêi Tchernichov, um dançarino de 16 anos nativo de Voronej (500 km ao sul de Moscou) lutava pela vitória no programa de televisão Bailes, que foi ao ar em um canal federal da Rússia. Sua difícil coreografia conquistou a opinião do júri, embora ninguém pudesse imaginar que ele viria a participar dos Jogos.
Serguêi Tchernichov
Getty Images“A verdade é que, a princípio, não acreditei”, disse Tchernichov, mais conhecido pelo nome artístico B-Boy Bumblebee, à revista “Afisha”, sobre a sua reação ao saber que o break dance fora incluído no programa do evento.
O dançarino tinha um longo e difícil caminho pela frente: ser escolhido para a seleção e preparativos. Embora, pouco antes dos Jogos de Buenos Aires, Tchernichov tivesse perdido para o japonês Shigekix na final do campeonato mundial de break dance, os dirigentes do Comitê Olímpico Russo decidiram deixá-lo para a rodada final.
Depois de ser enfim escolhido para representar a Rússia nos Jogos, Tchernichov teve de enfrentar mais uma vez o adversário japonês.
“Nas semifinais, enfrentei meu principal rival e competidor, os japoneses contra o qual havia perdido a final do campeonato mundial juvenil. Talvez, a maior barreira tenha sido, acima de tudo, psicológica. Eu estava me preparando para essa batalha desde maio. Nós tivemos sorte de nos encontrarmos nessa etapa. Na final, obviamente, foi mais fácil. Eu já havia vencido o francês Martin em Berlim, em uma disputa pela qualificação, por isso, me senti seguro e foi mais fácil superá-lo”, explicou Tchernichov à “Afisha”.
O destino ofereceu ao dançarino russo não apenas a oportunidade de se vingar de seu principal rival, mas também de escrever seu nome na história. Sua medalha de ouro é a primeira da história concedida por break dance em uma Olimpíada.
Contribuição feminina
Quando o boxeador russo Ruslan Kolésnikov enfrentou o britânico Carl Itaum na final, os únicos que sabiam que ele tinha uma lesão no pulso eram ele e seu treinador.
Boxeador russo Ruslan Kolésnikov enfrentou o britânico Carl Itaum na final
Getty Images“Eu me machuquei no campeonato mundial júnior, realizado em Budapeste no final de agosto. Houve uma breve pausa e depois logo vieram os Jogos Olímpicos. Não havia como voltar atrás, não podia frustrar a equipe. Eu tinha que boxear, embora a mão não estivesse nas melhores condições”, declarou Kolésnikov, após perder na final.
A Rússia obteve então uma medalha de prata no boxe masculino, e a esperança do ouro na modalidade recaiu sobre os ombros das meninas.
A russa Anastassia Chamónova voou para os Jogos Olímpicos de Buenos Aires a partir de Sochi, onde foram realizados os Jogos Olímpicos de Inverno em 2014. A última luta, contra uma adversária francesa, foi bastante difícil para a atleta.
Anastassia Chamónova
Getty Images“Me dei conta de que a primeira rodada havia sido desastrosa para mim. Tinha só uma palavra na cabeça: foco”, disse Chamónova em entrevista ao Komanda Rossii.
Na disputa pelo ouro olímpico, a jovem mal sabia que não batalhando apenas por sua vitória pessoal, mas a medalha representou um recorde – o vigésimo oitavo ouro para a equipe russa. Nunca antes os atletas russos haviam conquistado tantas medalhas de ouro olímpicas nos Jogos Olímpicos da Juventude. O recorde anterior havia sido alcançado durante os Jogos de 2014, realizado na cidade chinesa de Nanjing. Na ocasião, os russos tinham obtido 27 medalhas de ouro, 19 de prata e 11 de bronze.
“Eu nem pensei nisso. Tinha que sair e ganhar. Ninguém me falou nada sobre isso, que minha medalha seria um recorde ou algo assim. Tinha uma responsabilidade grande, e eu encarei o desafio pelo meu país”, disse Chamónova. As representantes da equipe feminina russa conquistaram 20 medalhas, 11 delas de ouro.
Recorde absoluto
A viagem a Buenos Aires foi um recorde, em todos os sentidos, para Andrêi Minakov. Este atleta de 16 anos não só trouxe três medalhas de ouro para a equipe russa, mas estabeleceu um recorde absoluto para a Rússia na categoria de 100 metros borboleta, com um tempo de 51.12 segundos.
Nem mesmo atletas profissionais de categoria superior haviam sido capazes de registrar uma marca como essa.
Andrêi Minakov
Li Ming/Global Look Press“Sendo sincero, não sei como aconteceu. Espero que essas vitórias me deem segurança e que possa continuar da mesma forma até a categoria adulta”, disse ao jornal “Izvêstia”.
Na chegada à Rússia, os jovens atletas foram recebidos como heróis. Família, amigos e admiradores lotaram o aeroporto de Sheremetyevo, em Moscou, em 21 de outubro. Embalados pelas vitórias conquistadas em Buenos Aires, os jovens russos já começaram a preparação para os Jogos Olímpicos de 2020, do qual alguns devem participar depois de atingir a maioridade.
“Nossos atletas obtiveram um excelente resultado nos Jogos Olímpicos da Juventude de 2018. Tenho certeza de que esse sucesso será uma grande motivação para eles, que estão se preparando para os Jogos Olímpicos de Tóquio de 2020. Desejo a todos uma brilhante e longa carreira no esporte! Parabéns a toda a equipa pela vitória no quadro geral!”, declarou o ministro dos Esportes russo, Pável Kolobkov, em entrevista ao “Izvêstia”.
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