Se uma figura pública utiliza a “língua dos pássaros” é porque ela é incompreensível para a população — propositadamente. Mas, afinal, o que exatamente é esta “língua dos pássaros”?
Em poucas palavras, trata-se de um discurso em que se esconde o verdadeiro sentido do que se diz. Esta linguagem não utiliza alegorias, mas sim um amontoado calculado de termos rebuscados. Até parece que as autoridades estão sempre dizendo coisas inteligentes. Mas o que exatamente? É completamente incompreensível. Nas aulas de edição literária, as suas afirmações seriam dadas como antiexemplos.
Algo como: “Tendo em vista os trabalhos realizados para otimização dos processos visando a ordenar os previstos nos atos normativos…”.
Nem vale a pena continuar, não é?
No século 19, o professor Dmítri Perevóschikov, da Universidade de Moscou, começou a chamar essas declarações incompreensíveis e ornamentadas de "língua dos pássaros”. Em seu livro ‘Passado e Pensamentos’, o escritor Aleksandr Herzen cita como Perevóschikov criticava os jovens da primeira metade do século 19 pela linguagem usada ao escrever sobre pesquisas filosóficas. “Eu li os seus artigos, senhor: não se entende, senhor, a ‘língua dos pássaros', senhor.”
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