Governo opta por não cancelar “ENEM russo”

Educação
MARINA DARMAROS
Exame Nacional Unificado (na sigla em russo, EGE) deixou de ser requisito para certificar conclusão do ensino médio, mas continua a ser exigido para ingresso em universidades.

Na última quinta-feira (21), o governo russo anunciou que não suspenderá o EGE (da sigla em russo, “Exame Nacional Unificado”). Um equivalente russo do ENEM brasileiro, a prova funcionava não só para a admissão dos alunos no ensino superior, mas também como teste de conclusão do ensino médio. Neste ano, porém, as coisas mudaram e os certificados de conclusão do ensino médio serão emitidos sem a necessidade de atestados do exame unificado.

Assim, em 2020, a prova foi adiada, mas suas novas datas – ela não ocorre em um dia só – já foram remarcadas: o exame será realizado já a partir de 29 de junho e o ano letivo, espera-se, deve se iniciar normalmente nas universidades em setembro, como todos os anos.

Quem não puder fazer os testes em junho terá a possibilidade ainda de realizá-los em agosto para vagas remanescentes nas universidades russas. Além disso, estará suspenso o recrutamento de outono (o da primavera acaba de ser finalizado) de formandos do ensino médio para o serviço militar obrigatório.

Durante o anúncio das mudanças, na última quinta-feira (21), o presidente russo Vladímir Putin anunciou ainda que serão criadas vagas adicionais, já neste ano, para bolsistas em instituições de ensino superior em áreas ligadas a economia e ciências sociais.

De acordo com o ministro da Educação russo, Serguêi Kravtsov, os pontos de realização das provas serão providos de todas as medidas de proteção individual necessárias e os estudantes serão acomodados com uma distância mínima de 1,5 metro.

Não houve grande movimentação dos estudantes ou da sociedade pela suspensão das provas. Na internet, alguns pais e alunos manifestam medo de contrair o vírus durante a realização das provas, enquanto outros exprimem um nervosismo acumulado do cenário mundial ao stress natural ao período de provas.

Assim, apesar das enormes reclamações geradas pelo ensino a distância russo, não se pediu o cancelamento do EGE. O EaD russo, iniciado já no final de março, enfrenta, além da falta de equipamento dos alunos para realização das aulas, problemas como a inexistência de uma plataforma unificada para as aulas on-line (existe apenas uma plataforma com uma lista de recursos indicados pelo Ministério da Educação) e a invasão das aulas por hackers.