No último dia 19 de abril, uma equipe russa da Universidade Estatal de Moscou Lomonossov ganhou o título de Campeão Mundial de 2018 no ACM International Collegiate Programming Contest (ICPC), a maior e mais prestigiada competição anual de programação envolvendo universidades do mundo todo e patrocinada pela IBM.
A segunda posição e outra medalha de ouro foram para uma equipe russa do Instituto de Física e Tecnologia de Moscou (MIPT, na sigla em inglês), enquanto a Universidade ITMO de São Petersburgo e a Universidade Federal dos Urais levaram o bronze posicionadas em nono e 13º lugares, respectivamente.
No quadro geral de mealhas, as equipes russas conquistaram 4 dos 13 títulos – o maior número entre todos os países envolvidos. No total, o torneio teve a participação de 140 equipes de 51 países, incluindo 11 equipes representando a Rússia.
Desde 2000, estudantes russos venceram 13 títulos do ICPC e venceram o campeonato por sete anos seguidos. De 2012 a 2017, o título de Campeão Mundial revezou entre duas equipes da ‘capital cultural da Rússia’ – a Universidade Estatal de São Petersburgo e a Universidade ITMO. Esta última também é a líder mundial no número total de troféus, tendo vencido o ICPC nada menos que sete vezes.
O que é o ICPC?
Na competição, equipes de três alunos precisam resolver oito ou mais (até 12) problemas complexos em cinco horas usando uma das linguagens de programação aceitas (Java, C, C++, Kotlin e Python). Cada equipe tem apenas um computador, de modo que, além de cumprir as restrições de tempo e demonstrar habilidades de programação, os participantes também precisam saber trabalhar em grupo. Vence a equipe com o maior número de problemas resolvidos no menor tempo acumulado.
“Enquanto a dificuldade dos problemas aumenta de ano para ano, o torneio também leva em consideração novas ferramentas de linguagem de programação que vão surgindo. Neste ano, o ICPC incluiu Kotlin, uma linguagem desenvolvida por programadores russos, que pode ser citada como outra conquista do país”, diz Roman Elizarov, presidente do júri das semifinais regionais do ICPC no norte da Eurásia. “Essa linguagem foi desenvolvida por uma empresa de São Petersburgo, a JetBrains, e está crescendo em popularidade no mundo inteiro”, completa.
Além do título de campeão mundial, são concedidas medalhas de ouro, prata e bronze distribuídas na seguinte ordem: as equipes que terminam nas quatro primeiras posições recebem ouro; de quinto a oitavo lugar, prata; e aqueles que terminam em nono a 12º levam bronze. Medalhas de bronze adicionais também podem ser concedidas às equipes que resolverem o mesmo número de problemas que o detentor do 12º lugar – que foi o que aconteceu este ano com a Federal dos Urais.
Além de troféus e medalhas, as equipes também recebem um prêmio em dinheiro: campeões ganham US$ 15 mil cada; medalhistas de ouro, US$ 7.500; de prata, US$ 6.000; e de bronze, US$ 3.000.
Outro fato interessante é que o ICPC reúne um número recorde de participantes. Este ano participaram cerca de 50 mil estudantes de países diferentes – quase quatro vezes mais que as Olimpíadas, que atraíram 11.544 atletas em 2016.
Segredos do sucesso
Há uma série de fatores que ajudam os programadores russos a superarem a concorrência, segundo Niaz Nigmatullin, bicampeão do ICPC (2012 e 2013) formado pela ITMO, e que agora leciona na universidade e treina equipes em nível escolar.
“O primeiro fator é a forte tradição em matemática que vem do período soviético. Em segundo, há todo um sistema e cultura de programação na Rússia. Tudo começa na escola, com muitas cidades mantendo seus próprios centros de treinamento”, explica.
“Há uma grande comunidade de jovens que compartilham interesse em programação: eles se encontram, socializam, treinam juntos em acampamentos e eventos, participam de projetos conjuntos e competem entre si, o que os ajuda a crescer rapidamente como profissionais de tecnologia da informação. Além disso, possuem uma postura séria em relação ao treinamento e preparação para o ICPC. Talvez, nenhum outro país dê tanta atenção ao treinamento. Nosso pessoal geralmente treina até 20 horas por semana.”
Andrêi Stankevitch, membro do comitê da semifinal do ICPC no norte da Eurásia e treinador das equipes da Universidade ITMO, concorda. “Nossos programadores treinam com mais afinco e de forma mais sistemática quando comparado com os de outros países. Durante os preparativos para competições, nossa equipe treina de duas a três vezes por semana, cinco horas por vez, em condições próximas à realidade: é preciso resolver 12 problemas em cinco horas”, disse ele ao Rússia Beyond.
Para Andrêi Lopatin, outro bicampeão do ICPC (2000 e 2001) e treinador de duas equipes vencedoras da Estatal de São Petersburgo (2014 e 2016), a forte tradição do país em matemática, o sistema amplo de treinamento de profissionais de TI e a concorrência interna são os fatores mais importantes para a Rússia gerar profissionais altamente qualificados. Segundo o programador, isso permite que os russos não apenas ganhem campeonatos no nível de estudantes, mas também sejam recrutados internacionalmente pelas principais empresas do setor de TI.
“Quem vence campeonatos como o ICPC é capaz de se adaptar rapidamente e pensar de forma criativa – isso é algo muito requisitado no mundo de hoje”, destaca.
Lopatin venceu o ICPC na equipe de Nikolai Durov, cofundador da rede social VK e irmão mais velho de Pável Durov (fundador e proprietário do Telegram). Lopatin já trabalhou para o VK e também foi chefe da equipe de desenvolvimento do Telegram.
Não há restrições para estudantes estrangeiros se unirem às equipes de programação russas, mesmo aquelas que competem internacionalmente. Aqui estão outras 7 razões para estudar na Rússia.
“Enquanto a dificuldade dos problemas aumenta de ano para ano, o torneio também leva em consideração novas ferramentas de linguagem de programação que vão surgindo. Neste ano, o ICPC incluiu Kotlin, uma linguagem desenvolvida por programadores russos, que pode ser citada como outra conquista do país”, diz Roman Elizarov, presidente do júri das semifinais regionais do ICPC no norte da Eurásia. “Essa linguagem foi desenvolvida por uma empresa de São Petersburgo, a JetBrains, e está crescendo em popularidade no mundo inteiro”, completa.
Além do título de campeão mundial, são concedidas medalhas de ouro, prata e bronze distribuídas na seguinte ordem: as equipes que terminam nas quatro primeiras posições recebem ouro; de quinto a oitavo lugar, prata; e aqueles que terminam em nono a 12º levam bronze. Medalhas de bronze adicionais também podem ser concedidas às equipes que resolverem o mesmo número de problemas que o detentor do 12º lugar – que foi o que aconteceu este ano com a Federal dos Urais.
Além de troféus e medalhas, as equipes também recebem um prêmio em dinheiro: campeões ganham US$ 15 mil cada; medalhistas de ouro, US$ 7.500; de prata, US$ 6.000; e de bronze, US$ 3.000.
Outro fato interessante é que o ICPC reúne um número recorde de participantes. Este ano participaram cerca de 50 mil estudantes de países diferentes – quase quatro vezes mais que as Olimpíadas, que atraíram 11.544 atletas em 2016.
Segredos do sucesso
Há uma série de fatores que ajudam os programadores russos a superarem a concorrência, segundo Niaz Nigmatullin, bicampeão do ICPC (2012 e 2013) formado pela ITMO, e que agora leciona na universidade e treina equipes em nível escolar.
“O primeiro fator é a forte tradição em matemática que vem do período soviético. Em segundo, há todo um sistema e cultura de programação na Rússia. Tudo começa na escola, com muitas cidades mantendo seus próprios centros de treinamento”, explica.
“Há uma grande comunidade de jovens que compartilham interesse em programação: eles se encontram, socializam, treinam juntos em acampamentos e eventos, participam de projetos conjuntos e competem entre si, o que os ajuda a crescer rapidamente como profissionais de tecnologia da informação. Além disso, possuem uma postura séria em relação ao treinamento e preparação para o ICPC. Talvez, nenhum outro país dê tanta atenção ao treinamento. Nosso pessoal geralmente treina até 20 horas por semana.”
Andrêi Stankevitch, membro do comitê da semifinal do ICPC no norte da Eurásia e treinador das equipes da Universidade ITMO, concorda. “Nossos programadores treinam com mais afinco e de forma mais sistemática quando comparado com os de outros países. Durante os preparativos para competições, nossa equipe treina de duas a três vezes por semana, cinco horas por vez, em condições próximas à realidade: é preciso resolver 12 problemas em cinco horas”, disse ele ao Rússia Beyond.
Para Andrêi Lopatin, outro bicampeão do ICPC (2000 e 2001) e treinador de duas equipes vencedoras da Estatal de São Petersburgo (2014 e 2016), a forte tradição do país em matemática, o sistema amplo de treinamento de profissionais de TI e a concorrência interna são os fatores mais importantes para a Rússia gerar profissionais altamente qualificados. Segundo o programador, isso permite que os russos não apenas ganhem campeonatos no nível de estudantes, mas também sejam recrutados internacionalmente pelas principais empresas do setor de TI.
“Quem vence campeonatos como o ICPC é capaz de se adaptar rapidamente e pensar de forma criativa – isso é algo muito requisitado no mundo de hoje”, destaca.
Lopatin venceu o ICPC na equipe de Nikolai Durov, cofundador da rede social VK e irmão mais velho de Pável Durov (fundador e proprietário do Telegram). Lopatin já trabalhou para o VK e também foi chefe da equipe de desenvolvimento do Telegram.
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