Economia russa perderá entre 8% e 10% do PIB em 2020

Keystone Press Agency/Global Look Press
Segundo pesquisa da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, Rússia e Brasil estão entre os países em desenvolvimento mais afetados pela epidemia do coronavírus também em termos financeiros.

Nas condições de extraordinária incerteza sobre o futuro da economia mundial provocadas pela pandemia do coronavírus, a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) publicou uma nova pesquisa com dois cenários do desenvolvimento dos eventos mundiais e duas variações de previsões econômicas.

A previsão da OCDE para os países desenvolvidos e em desenvolvimento é inesperadamente pessimista. Caso a pandemia da covid-19 esteja sob controle no final de 2020, o PIB (Produto Interno Bruto) global cairá 6%. No caso de uma nova onda das infeções no terceiro trimestre do ano, a economia mundial perderá 7,6%. 

A Rússia e o Brasil, junto com o México, a China e a África do Sul, estão entre os países em desenvolvimento com economias mais afetadas pela pandemia e pela queda dos preços do petróleo. Caso o vírus permaneça sob controle, o PIB real da Rússia cairá 8% em 2020 e crescerá 6% no próximo ano. De acordo com esse cenário, a economia do Brasil perderá 7,4% neste ano e crescerá 4,2% em 2021.

No caso de um novo surto de covid-19 até o final deste ano, as consequências econômicas serão ainda piores. O PIB russo cairá 10% em 2020 e crescerá 4,9% em 2021, enquanto o PIB brasileiro cairá 9,1% neste ano e crescerá 2,1% em 2021.

Os Estados Unidos, que registraram o maior número de casos de covid-19 do mundo perderão 7,3% do PIB no melhor cenário ou 8,4% do PIB em caso de novo surto.

Entre os países desenvolvidos, a crise financeira mais grave será registrada na Espanha (queda de 11,1% ou 14,4% do PIB em 2020), na França (queda de 11,4% ou 14,1% do PIB em 2020) e na Itália (queda de 11,3% ou 14% do PIB em 2020).

A OCDE considera os dois cenários igualmente prováveis e não espera uma vacina contra o coronavírus neste ano.

"Esses cenários não são exaustivos, mas ajudam a determinar as oportunidades e a esclarecer a política para superar esse desvio de rota. Ambos os cenários são decepcionantes porque a atividade econômica não está se recuperando e não pode voltar à normalidade nas circunstâncias atuais", afirmam os autores da pesquisa.

"No final de 2021, as perdas de rendimento excederão qualquer recessão anterior dos últimos 100 anos, excluindo a guerra, o que terá consequências graves e a longo prazo para as pessoas, empresas e governos", lê-se no comunicado.

Segundo os autores da pesquisa, a propagação de covid-19 mudou dramaticamente a vida de todo o mundo e levou à pior recessão econômica desde a Grande Depressão dos anos 1930. Em diversos países, o PIB já caiu temporariamente mais de 20% devido ao congelamento das empresas e ao salto acentuado no desemprego.

Papel do petróleo

Os autores da pesquisa da OCDE pressupõem que os preços das commodities básicas devem se manter nos níveis de abril e que o petróleo Brent custará, em média, 30 dólares por barril até o final do ano. Hoje, o preço do petróleo Brent já subiu para 40 dólares por barril e o preço médio já é de cerca de 30 dólares.

Segundo o presidente do conselho de administração do banco "Freedom Finance", Guennádi Sálikh, o pior cenário é improvável. Em entrevistá ao jornal Izvéstia, Salikh afirma que a previsão da OCDE é demasiado conservadora. "Mesmo com os preços do petróleo atuais, o declínio econômico na Rússia em 2020 dificilmente será mais de 5%", disse Sálikh ao Izvéstia. 

De acordo com as previsões do Ministério do Desenvolvimento Econômico da Rússia, a economia do país perderá exatamente 5%, caso as principais restrições contra a propagação do coronavírus sejam levantadas em agosto ou setembro deste ano.

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