O Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BERD) prevê que a queda do PIB (Produto Interno Bruto) russo em 2020 será de 4,5% devido a um "golpe duplo" das consequências negativas da pandemia do coronavírus e ao término do acordo da OPEP+, que acelerou a queda nos preços do petróleo.
Em 2021, os economistas do BERD esperam um crescimento de 4% da economia russa.
"A queda nos preços do petróleo levou a uma desvalorização significativa do rublo, mas o Banco Central da Rússia continuou o ciclo de redução das taxas, com base na avaliação de que o efeito inflacionário da depreciação será superado pelo efeito deflacionário da desaceleração da atividade causada pelo coronavírus", lê-se no relatório do BERD.
Dependência dos preços do petróleo
Segundo os economistas do BERD, apesar da diversificação da economia russa nos últimos anos, o país continua a depender dos preços do petróleo para compor as receitas do orçamento. Assim, a queda nos preços do petróleo se tornou um fator significativo que afeta a economia russa, "especialmente devido à necessidade de aplicar medidas de estímulo fiscal para compensar o impacto da pandemia".
O Banco observa que o Fundo de Bem-Estar Nacional permite cobrir o déficit orçamentário durante vários anos. "Além disso, as reservas internacionais [da Rússia] atingem US$ 570 bilhões, o suficiente para cobrir a dívida pública e a dívida externa".
Situação em outros países
O banco também prevê queda de 3,5% no PIB dos países que recebem investimentos do BERD em 2020. Em 2021, as economias voltarão a crescer 4,8%.
"A crise acabou sendo um golpe extremamente grave, será muito difícil superá-la. Não é um momento para recorrer a uma política de isolacionismo econômico e protecionismo, é preciso garantir um futuro melhor para todos, mantendo o livre comércio internacional", declarou a economista-chefe do BERD, Beata Javorczyk.
Segundo a previsão do banco, a crise grada pela pandemia terá um impacto moderado na trajetória de longo prazo das mudanças na produção econômica. Já no terceiro trimestre de 2020, o BERD prevê um crescimento econômico nos países da região europeia. Ao mesmo tempo, "é impossível excluir um impacto econômico, político e social significativo de longo prazo da pandemia".
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