Entre janeiro e novembro de 2019, as importações russas de carne e derivados comestíveis do Brasil aumentaram 97,1% em comparação com o mesmo período do ano anterior e atingiram as 157,1 mil toneladas. Em termos monetários, as importações brasileiras cresceram mais de 2,6 vezes, chegando aos US$ 453,7 milhões, segundo a agência de notícias SeaNews TCBT.
Assim, o Brasil é agora o segundo maior fornecedor de carne para Rússia, atrás apenas a Bielorrússia.
Quando o assunto é carne suína, porém, o Brasil ultrapassou todos os outros países e ocupou o primeiro lugar em volume de vendas à Rússia, seguido por dois outros países latino-americanos: Chile e Argentina.
O elevado crescimento das importações brasileiras se deve principalmente ao levantamento, pelo Rosselkhoznadzor (Serviço Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária da Rússia), das restrições sobre nove frigoríficos brasileiros. Eles receberam permissão para voltar a fornecer carne à Rússia em novembro de 2018.
A Rússia proibiu o fornecimento de carne suína e bovina do Brasil em 1 de dezembro de 2017, devido à repetida detecção do hormônio ractopamina, substância usada como suplemento alimentar para acelerar o crescimento de animais, sobretudo de sua massa muscular, e reduzir os custos de produção.
A medida seguiu a legislação russa, que proíbe o uso de ractopamina e outros estimulantes para crescimento e engorda de animais, bem como a importação de produtos que contenham essas substâncias.
Crescimento em contexto de declínio geral
Segundo a agência SeaNews TCBT, no total, entre janeiro e novembro de 2019, a Rússia importou 627,8 mil toneladas de carne e derivados comestíveis, em um valor de US $ 1,6 bilhão, ou seja, 8,4% a menos do que no ano anterior. Em termos monetários, as importações caíram 12,7% em relação ao mesmo período de 2018.
A Rússia está importando principalmente carne bovina na atualidade. Em 2019, o país adquiriu 259,2 mil toneladas da commodity, no valor de US$ 889,7 milhões, o que representa uma queda de 17,9%. O custo médio por quilo de carne foi de US$ 3,4.
O único tipo de carne cujas importações mostraram considerável crescimento, principalmente devido à intensificação da cooperação com os frigoríficos brasileiros, é o suíno. O volume de carne suína importada cresceu 41,7%, chegando a 75,4 mil toneladas, no valor de US$ 229,9 milhões.
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