Rússia dobra importação de café

Brasil, Etiópia, Colômbia e Honduras continuam a ser os principais fornecedores de café à Rússia.

Brasil, Etiópia, Colômbia e Honduras continuam a ser os principais fornecedores de café à Rússia.

Alamy/Legion Media
Brasil continua a ser o maior fornecedor do produto para o país.

O consumo de café na Rússia cresceu 20% durante os primeiros sete meses de 2017, de acordo com os dados do Serviço Federal de Alfândega do país (FTS, na sigla em russo).

Entre janeiro e julho de 2017, a importação de café do tipo arábica não torrado cresceu 66% e de café robusta 32%, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Ao mesmo tempo, as importações de chá e chicória caíram 8%.

No total, nos primeiros sete meses de 2017, a Rússia importou 64,4 mil toneladas de café arábica verde, no valor de US$ 213 milhões, e 57 mil toneladas de café robusta verde, no valor de US$ 133 milhões. A importação de café torrado também cresceu entre 13 e 17%.

Brasil, Etiópia, Colômbia e Honduras continuam a ser os principais fornecedores do produto à Rússia.

Segundo especialistas do mercado de café, esse crescimento se deve não apenas ao aumento do consumo, mas também ao surgimento de uma nova cultura de café no país. Embora o chá continue a ser a bebida mais popular entre os russos, em sete anos, a situação mudará a favor do café, segundo os especialistas.

De acordo com o diretor-geral da associação Roschaykofe, Ramaz Chantúria, o consumo em 2017 cresceu 20% em comparação com o ano anterior.

“A demanda está crescendo constantemente. A média de consumo de café per capita por ano na Rússia é de cerca de 800 gramas, o que não é muito em comparação com outros países. Para efeito de comparação, na Alemanha esse volume é de 5 kg e na Finlândia atinge 11 kg”, disse Chantúria ao jornal russo “Izvêstia”.

O mercado russo tem muito espaço para crescer, o único entrave é a questão financeira, já que o café é uma bebida cara. “Em condições econômicas favoráveis, o volume médio de consumo de café por pessoa na Rússia pode crescer 7,5 vezes e atingir 6 kg”, disse Chantúria. Para ele, a popularização da bebida na Rússia foi influenciada pela chegada das redes de café estrangeiras.

Mais de 80% dos grãos e cerca de 60% do café instantâneo consumido pelos russos são produzidos dentro do país, mas houve crescimento nas importações, não apenas devido à alta demanda, mas também devido à redução dos direitos sobre importação de café no ano passado, segundo Denis Nikitas, da empresa Guild Marketers. Graças a esses fatores, cresceu o número de pequenos produtores na Rússia que compram grãos no exterior.

Segundo economistas, devido ao aumento dos preços dos fornecedores estrangeiros, o preço do café no mercado russo também irá crescer 20% até o final do ano. Em 2017 açúcar, frutas, vegetais, chá e café foram incluídos em estimativas do Banco da Rússia para medir a inflação no país.

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