Víktor Popkov fez a sua pintura mais famosa logo após a graduação do Instituto Surikov. Os historiadores da arte apelidaram esse quadro enorme de padrão do “estilo severo” soviético. O tema da construção da Central Hidroeléctrica de Bratsk, a maior de toda a URSS, inspirou muitos artistas e poetas, mas Popkov desenhou os trabalhadores sob uma perspectiva incomum — eles não estão ocupados com a construção, e sim estão posando.
Uma parte significativa das pinturas do artista foi dedicada não apenas aos trabalhadores, mas também aos camponeses. Um dos temas mais importantes da época soviética era a “campanha de terras virgens”, ou seja, o plano do governo para aumentar drasticamente a produção agrícola a fim de aliviar a escassez de alimentos. Nesse quadro, Popkov também não mostrou o trabalho pesado em si, mas o descanso. Ele cria uma imagem simbólica poderosa: a composição circular mostra a comunidade do coletivo que ecoa a iconografia.
No final da década de 1950, Popkov viajou muito pela Sibéria e testemunhou como viviam os trabalhadores de grandes projetos de construção soviéticos. Esse quadro, considerado um exemplo de realismo soviético, mostra a vida cotidiana. Essa imagem repleta de luz e positividade é bastante incomum, porque Popkov criava obras principalmente nos estilos melancólico e trágico.
Popkov frequentemente aborda tópicos cotidianos e íntimos. Popkov retratou a família de sua irmã, obviamente após uma briga. A cena e os detalhes eram familiares e compreensíveis para muitos soviéticos.
Essa obra é um eco do neorrealismo europeu da década de 1960. Em 1967, este quadro recebeu um diploma honorário da Quinta Exposição Juvenil da Bienal de Paris.
O tema mais importante das pinturas sombrias de Popko são os seus sentimentos em relação à guerra. Ele não pinta cenas de batalha, seus heróis são pessoas comuns que ficaram sem parentes próximos.
Esse quadro enorme é outra reflexão de Popkov sobre a solidão. O pintor descreve a dolorosa melancolia que ele experimentou no norte da Rússia, onde conhecei viúvas solitárias que viviam nas aldeias.
No autorretrato do artista é possível adivinhar as características da mãe de Popkov na mulher idosa. A obra metafórica reflete o passado e os pensamentos sobre o futuro.
Entre as obras de Popkov, há muitos temas fúnebres. O tema da perda, a partida de uma pessoa, foi elaborado pelo artista em várias delas. O próprio Popkov morreu aos 42 anos em um acidente trivial. O pintor se aproximou do carro de coleta com um pedido de carona, e o motorista atirou indiscriminadamente no artista à queima-roupa. Essa tela ficou perto do caixão durante a cerimônia da despedida de Popkov na casa do artista em Moscou.
Esse quadro gigante, dedicado ao seu amado poeta Aleksandr Púchkin, é uma das últimas obras de Popkov. Um ano antes de pintar o quadro, Popkov visitou a propriedade Mikháilovskoie, onde o poeta passou anos no exílio.
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