1. A Rainha de Espadas (1916)
Iakov Protazanov/Tovarishestvo I. Ermolieva, 1916
Este foi um dos primeiros experimentos do cinema russo no gênero de terror. O filme de Iakov Protazanov, baseado na história de Púchkin (“A Dama de Espadas”) apresenta uma atmosfera perturbadora e uma representação magistral da insanidade do personagem principal. Cenas da juventude da condessa se alternam com a história do próprio Hermann, conferindo ritmo à trama. Aliás, este foi o primeiro filme a usar uma câmera em movimento.
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2. Padre Sérgio (1918)
Iakov Protazanov/Tovarishestvo I. Ermolieva, 1916
Esta adaptação para as telonas do romance homônimo de Lev Tolstói — sobre um jovem militar que, ao vivenciar uma tragédia pessoal, vai para um mosteiro e rejeita as tentações da vida — chocou o público, segundo contemporâneos. Em meio a melodramas frívolos da época, o filme de Protazanov se tornou um dos eventos mais impressionantes do ainda jovem cinema. Curiosamente, ‘Padre Sérgio’ era um projeto antigo do diretor que enfrentou resistência por retratar membros da família real e do clero.
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3. Aelita, a Rainha de Marte (1924)
Iakov Protazanov/Mezhrabpom-Rus, 1924
Este foi o primeiro filme de ficção científica soviético, baseado em uma história de Aleksêi Tolstói. Engenheiros da Terra inventam uma máquina, que eles chamam de “interplanetonef”, para viajar a outros planetas.
Enquanto isso, suas vidas estão sendo observadas pela rainha de Marte, Aelita, com a ajuda de um aparelho especial. Ao chegarem ao planeta vermelho, os heróis descobrem que a população local existe em condições semelhantes à escravidão e se rebelam.
A trilha sonora de “Aelita” foi escrita pelos compositores Aleksandr Scriabin e Igor Stravinski. Este filme de Iakov Protazanov é um exemplo de estilo construtivista. Por exemplo, os figurinos dos personagens foram criados pelas famosas estilistas Aleksandra Exter e Nadejda Lamanova.
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4. A Greve (1924)
Serguêi Eisenstein/1st Goskino Factory, 1925
Um operário, injustamente acusado de roubar ferramentas, comete suicídio. Indignados, os trabalhadores da fábrica organizam uma greve – eles se recusam a trabalhar e exigem, além de um aumento, uma jornada de trabalho mais curta. A polícia e os cossacos reprimem o tumulto e atiram nos manifestantes. O filme de Serguêi Eisenstein seria agora apelidado de “mocumentário”: embora seja ficção, dá a impressão de ser um documentário e surpreende com as suas cenas de multidão.
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5. Cinema Olho, ou Câmera Olho (1924)
Dziga Vertov/Goskino, 1924
Assim como outros filmes de Dziga Vertov, ‘Kinoglaz’ (‘Cinema Olho’) foi um grande experimento. Era para ser o primeiro do ciclo ‘A vida desprevenida’. Não há atores nem cenários profissionais. A lente da câmera mostra pessoas comuns envolvidas em suas atividades habituais. Cada episódio é uma história curta: sobre o primeiro acampamento pioneiro soviético, assando pão, atletas treinando. Às vezes, o filme segue de traz para frente (e então o público vê como um pedaço de pão se transforma novamente em espigas de milho).
A abordagem incomum impressionou não apenas o público soviético, mas também o internacional – tanto é que este filme acabou recebendo um prêmio de prata na Exposição Universal em Paris.
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