Liudmila Pavlitchenko é conhecida como a atiradora feminina mais eficaz da história. Durante os anos da Grande Guerra Patriótica, ela eliminou 309 nazistas. E este filme é a biografia dela. Além dos duelos com atiradores inimigos, o longa se divide em batalhas em grande escala, a incrível história de sua amizade com Eleanor Roosevelt e uma forte linha melodramática – durante a guerra, as pessoas anseiam especialmente por amor e apoio. A atriz Iúlia Peresild – considerada um dos grandes talentos atuais da Rússia – interpreta o papel de Pavlitchenko. E tudo indica que foram papéis como este que garantiram a ela a oportunidade única de voar ao espaço para filmar cenas do filme ‘O Desafio’ (‘Vizov’, 2023), do cineasta Klim Chipenko.
A trilha sonora merece menção à parte. Conta com a música ‘Kukuschka’, de Viktor Tsoi, em um novo arranjo, interpretada pela cantora Polina Gagarina; e uma canção de ninar eslava que já foi ouvida em ‘Jogos Vorazes’ (2012). Isso porque o compositor Evguêni Galperine trabalhou em ambos os filmes; ele também escreveu músicas para ‘Sem Amor’ (2017) de Andrey Zvyagintsev, e para a minissérie ‘The Undoing’ (2020), com Nicole Kidman e Hugh Grant.
‘Coma’ é, provavelmente, o ‘Matrix’ russo (ou ‘A Origem’). Segundo a trama, as pessoas que entram em coma aparecem em um mundo virtual, composto a partir de fragmentos de suas lembranças. Os personagens são caçados por Reapers, uma espécie de agentes da morte – isso porque, se a pessoa morre no mundo de Coma, ela morre na vida real. Unindo-se, os pacientes em coma tentam sobreviver – e reacordar na realidade.
Rinal Mukhametov, que interpreta Neo (sem dúvida uma homenagem a ‘Matrix’), o líder da resistência, é um famoso ator russo de ficção científica. Além de ‘Coma’, sua filmografia inclui a duologia ‘Attraction’ (2017) e ‘Attraction 2: A Invasão’ (2020), em que interpreta um alienígena cuja nave cai sobre a Moscou contemporânea.
Não é todo dia que um filme é igualmente apreciado pelos festivais de cinema, pela crítica e pelo público. Mas parece que todos gostaram de ‘Arritmia’, de Boris Khlebnikov. Além de vencer prêmios em ‘Karlovi Vari’ e no ‘Kinotavr’ (o principal festival de cinema russo), o longa recebeu críticas entusiasmadas da imprensa e é um dos favoritos do público até hoje. Trata-se de um drama motivacional sobre um talentoso médico de emergência chamado Oleg (Aleksandr Iatsenko), que salva vidas, porém não consegue reconstruir o relacionamento rompido com sua amada esposa.
Konstantin Khabenski, conhecido por seus papéis em ‘Guardiões da Noite’ (2004), ‘O Procurado’ (2008) e ‘O Espião Que Sabia Demais’ (2011), não é somente um dos atores mais famosos da Rússia, mas também o diretor artístico do Teatro de Arte de Moscou — e dirigiu este filme, ‘Sobibor’ (2018).
O thriller de guerra é baseado na biografia de Aleksandr Petcherski (interpretado pelo próprio Khabenski), que conseguiu organizar a fuga de prisioneiros de maior sucesso no “campo de extermínio” (é assim que os campos de concentração eram frequentemente chamados). Esses eventos já haviam se tornado a base para outro filme — ‘Fuga de Sobibor’ (1987) —, no qual o ator norte-americano Rutger Hauer interpretou o papel de Petcherski e até mesmo recebeu seu único Globo de Ouro por isso.
E não é por acaso que o rosto do vilão, um suboficial da SS, no filme de Khabenski parece familiar – trata-se do ator franco-americano Christopher Lambert (‘Highlander - O Guerreiro Imortal’, 1987), que raramente interpreta personagens malvados. Mas abriu uma exceção para o filme de Khabenski.
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