7 comédias imperdíveis de Leonid Gaidai

Cena de "A prisioneira do Cáucaso".

Cena de "A prisioneira do Cáucaso".

Leonid Gaidai//Mosfilm, 1966
Na URSS, esses filmes bateram todos os recordes de bilheteria — e várias falas das personagens viraram bordões populares. Quando são transmitidos pela TV, eles ainda têm enorme audiência até hoje!
  1. Operação Y e Outras Aventuras de Shurik (1965)

Os primeiros filmes de Gaidai não despertaram enorme interesse do público, enquanto ele buscava fazer filmes revolucionários e adaptações de literatura clássica. Mas, em 1965, foi lançado seu filme “Operação Y e Outras Aventuras de Shurik”, que liderou as bilheterias e marcou para sempre o nome do diretor na história do cinema soviético. Hoje, ele é um clássico da comédia soviética.

O filme é composto por três contos ligados pela figura do jovem protagonista, Shurik. A personagem, um estudante um tanto ingênuo, mas honesto e cheio de princípios, tornou-se queridinha do grande público.

Na primeira história, Shurik trabalha em um canteiro de obras com alguém se aproveita de sua ingenuidade. Depois, ele está tão imerso se preparando para as provas da universidade que não percebe uma colega bonita. Na terceira história, ele acidentalmente impede o arrombamento de um armazém tramado por três ladrões — interpretados pelos atores Gueórgui Vitsin, Iúri Nikulin e Evguêni Morgunov, que se tornaram verdadeiros astros e apareceram em outros filmes de Gaidai.

  1. A Prisioneira do Caucaso (1966)

O sucesso sem precedentes de “Operação Y” levou Gaidai a filmar uma sequência das aventuras de Shurik. Desta vez, o longa-metragem seguia contava não três, mas uma história, e os criminosos trapalhões atacavam novamente.

No filme, o estudante Shurik faz uma viagem de campo de verão ao Cáucaso para pesquisar costumes e tradições do folclore local. Ali, ele conhece Nina, “uma atleta, membro do Komsomol [a juventude comunista] e — por último mas não menos importante — uma menina bonita”, como ele mesmo descreve.

Nina estava ali de férias, para ficar com o tio e se casar com um morador local. No casamento, Shurik inadvertidamente se torna cúmplice de um conhecido costume caucasiano: o sequestro da noiva...

O filme é uma comédia excêntrica com elementos de palhaçada, piadas ridículas e técnicas de comédia do cinema mudo. Esta sequência da história de Shurik também foi o sucesso de bilheteria daquele ano.

  1. Braço de diamante (1968)

Nesta comédia popular, o enredo e o personagem principal foram criados especialmente para Iúri Nikulin, famoso ator e palhaço que já tinha interpretado um dos ladrões de Shurik nos filmes de Gaigai.

Em “Braço de Diamante”, Nikulin interpreta o honesto e modesto cidadão soviético Semión Gorbunkov. Durante uma viagem ao exterior ele quebra o braço e contrabandistas, confundindo-o com um cúmplice, escondem diamantes dentro de seu gesso ortopédico.

A polícia soviética pede a Gorbunkov para lhes ajudar a encontrar os criminosos. Assim, o protagonista, que está longe de ser heroico, torna-se um verdadeiro agente disfarçado. Ele não pode sequer contar à mulher sobre sua missão secreta. Seu oponente é um criminoso incrivelmente charmoso interpretado por outra estrela do cinema soviético, Andrei Mironov.

  1. As Doze Cadeiras (1971)

Neste título, Gaidai volta às adaptações cinematográficas de obras literárias. O diretor de cinema vinha flertando com a ideia de um filme baseado em “As Doze Cadeiras”, romance de Iliá Ilf e Evguêni Petrov, há vários anos. O filme se tornou o maior sucesso de bilheteria de 1971.

O picareta Ostap Bender chega à pequena cidade de Stargorod, onde conhece o nobre caído em desgraça Ippolit Vorobianinov, que está enlouquecido buscando as cadeiras de jantar da sogra, onde ela escondeu os diamantes dela durante a Revolução. Mas há um pequeno problema: as cadeiras foram levadas pelas autoridades soviéticas e vendidas individualmente. Bender se oferece para ajudar na busca.

A dupla de caçadores de tesouros embarca em uma jornada pela jovem União Soviética inteira, repleta das aventuras mais improváveis. Mas, cadeira após cadeira, o fracasso os aguarda.

  1. Ivan Vassílievitch muda de profissão (1973)

Nesta adaptação de uma peça de Mikhaíl Bulgákov, Gaidai retoma Shurik — que agora já não é o estudante ingênuo, mas um cientista soviético adulto e sério. Ele inventa uma máquina do tempo e acaba no meio da corte de Ivan, o Terrível.

Mas tudo dá errado: a máquina do tempo quebra e Ivan, o Terrível, fica preso em um apartamento soviético, enquanto um sósia é enviado ao passado por engano em seu lugar — um ladrão que no momento da viagem ao tempo estava roubando o apartamento vizinho de Shurik.

A comédia liderou as bilheterias em 1973. O diretor também considerou oferecer o papel de Ivan, o Terrível a Iúri Nikulin, mas ele recusou o papel, acreditando que o filme não seria liberado pela censura. O papel foi, então, interpretado brilhantemente por Iúri Iakovlev.

  1. Não pode ser! (1975)

O filme (no original, “Nie mojet bit!”) é composto por três contos baseados em temas retirados dos contos satíricos do escritor Mikhaíl Zóschenko — que, censurado nos anos 1940, morreu na miséria após o jdanovismo insituído em 1946. Todos os contos usados no filme zombam das atitudes “pequeno-burguesas” em relação ao amor. A ação ocorre na década de 1920, quando era perceptível a flexibilização das condições e vida e a Nova Política Econômica estava sendo implantada.

No primeiro contos, “Crime e Castigo”, um gerente de loja é convocado a comparecer perante um investigador. Temendo ser preso e ter seus bens confiscados, ele pede à mulher que venda tudo o mais rápido possível — o que ela começa a fazer imediatamente. O problema é que ele ainda não descobriu por que foi convocado...

A segunda história chama-se “Aventura Divertida” e descreve situações cômicas que acontecem a personagens infiéis a seus maridos ou esposas. Um ator trai a esposa com uma mulher casada, enquanto, ao mesmo tempo, o marido da mulher casada está dormindo com a amiga dela, e a esposa do ator está tendo um caso com uma terceira pessoa: a vizinha do ator, que é amiga do amante de seu marido... No final, todos são pegos de surpresa e refletem juntos sobre o que devem fazer depois.

A terceira história “Causo de casamento” fala dos perigos de agir espontaneamente. O herói, Volodka, conhece sua futura esposa em um bonde e logo eles decidem se casar. Ele se atrasa para o casamento, que está sendo realizado na casa dela, depois de passar muito tempo no barbeiro. E na multidão de convidados, ele não consegue... reconhecer a futura esposa! Afinal, até então, ele só a tinha visto com casaco e chapéu de inverno, e nunca de vestido!

Como todos os filmes de Gaidai, este é repleto de músicas e canções de Aleksandr Zatsepin, um ícone cult amado pelos cinéfilos.

  1. O tempo está bom em Deribasovskaia, ou chove de novo em Brighton Beach (1992)

O último filme de Gaidai não foi nada soviético, e sim marcadamente da Perestroika, tirando sarro dos últimos anos da URSS e do impasse de espionagem com os EUA.

Os norte-americanos pedem à KGB para ajudar a lidar com a máfia russa e o agente secreto Fiódor Sokolov é enviado de Odessa a Brighton Beach, em Nova York. Sua missão é desmascarar um chefe da máfia conhecido como “O Artista”, que se disfarça sob diversas identidades. O agente é auxiliado em sua operação secreta por uma bela americana, Mary.

O longo título do filme é composto pelas frases secretas que os dois precisavam usar para se reconhecerem. O título é uma brincadeira com frases codificadas que datam da época da Guerra Civil Espanhola e da revolução no Chile: "Os céus estão claros em toda a Espanha" e "Está chovendo em Santiago".

 

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