História da Rússia em 10 pinturas

Galeria Tretiakov
Artistas russos retrataram os eventos mais dramáticos e transformadores dos dez séculos de existência da Rússia.
  1. Vassíli Perov. Os primeiros cristãos em Kiev (1880)

Vindo do Império Bizantino, o cristianismo começou a se espalhar pelo território da Rússia muito antes do batismo oficial do país pelo príncipe kievano Vladímir em 988.

Segundo algumas fontes, ainda no final do século 9, os então governantes de Kiev, Askold e Dir, adotaram a nova fé, juntamente com a nobreza e parte do povo. O batismo da princesa Olga, que governou a Rus Kievana em meados do século 10, também é um fato conhecido.

  1. Pável Rizenko. Kalka (1996)

O primeiro conflito militar entre a Rússia e o Império Mongol ocorreu em 31 de maio de 1223, no rio Kalka (localizado no atual leste da Ucrânia). Unindo-se aos nômades quipechaques, os russos tentaram conter os invasores nos arredores de suas terras, mas sofreram uma derrota esmagadora: doze príncipes foram mortos e apenas um décimo de todo o exército sobreviveu. No entanto, apesar da derrota, a invasão da Rússia pelos mongóis não ocorreu naquele momento – apenas quatorze anos depois.

  1. Mikhail Avilov. O duelo entre Peresvet e Tchelubei no Campo de Kulikovo (1943)

Em 8 de setembro de 1380, Dmítri Ivanovitch, príncipe de Moscou, derrotou o exército do tumenbaxi mongol (comandante militar) Mamai na batalha no campo de Kulikovo (270 km ao sul de Moscou), dando assim um passo importante para libertar a Rússia do domínio dos cãs. Segundo a lenda, a batalha foi precedida por um duelo entre os guerreiros mais fortes de ambos os lados: o monge Peresvet e o guerreiro Tchelubei. Os inimigos lutaram até a morte com lanças – enquanto Tchelubei caiu imediatamente de sua sela, o cavalo do monge teria levado o cadáver de seu mestre de volta às fileiras do Exército russo.

  1. Vassíli Surikov. Stenka Razin (1908)

No final da década de 1660, uma rebelião em larga escala de camponeses e cossacos que se opunham ao fortalecimento da opressão feudal se espalhou pela Rússia. O líder desta chamada “Guerra Camponesa” era o atamã cossaco Stepan Razin. Os rebeldes operaram com sucesso na região da bacia do rio Volga e estavam prestes a marchar rumo a Moscou, mas foram derrotados perto das muralhas de Simbirsk (atual Uliánovsk). Razin acabou sendo capturado em abril de 1671 e imediatamente enviado para a capital. Depois de ser brutalmente torturado, o atamã cossaco foi desmembrado na Praça Vermelha.

  1. Aleksandr Kotzebue. Batalha de Narva (1846)

Museu Histórico-Militar de Artilharia, Engenharia e Corpo de Sinalização

No início do século 18, a Rússia, a Saxônia, a Comunidade Polaco-Lituana e o Reino da Dinamarca e Noruega desafiaram a supremacia sueca no Mar Báltico. No entanto, a Grande Guerra do Norte não começou bem para os aliados. Em 30 de novembro de 1700, na Batalha de Narva, o jovem rei Carlos 12º derrotou o Exército russo. Com isso, os suecos acreditavam que o tsar Pedro 1º fosse carta fora do baralho. No entanto, depois de experimentar a vergonhosa derrota em Narva, o monarca começou a modernizar e rearmar seu exército, o que acabou levando ao triunfo da Rússia na Batalha de Poltava em 1709.

  1. Vassíli Surikov. Menchikov em Berezov (1883)

Aleksandr Menchikov, colaborador próximo de Pedro, o Grande, foi um dos oficiais mais influentes do Estado russo na primeira metade do século 18. O príncipe se tornou o líder do país de facto  após a morte de Pedro em 1725, quando sua esposa, Catarina 1º, ascendeu ao trono. O reinado de Menchikov, no entanto, foi muito curto. Após a morte da imperatriz em 1727, ele perdeu a luta pelo poder e foi exilado na Sibéria, onde morreu dois anos depois.

  1. Vassíli Vereschaguin. Napoleão e Marechal Lauriston (Paz a todo custo) (1900)

A tomada de Moscou pelo Grande Exército de Napoleão durante a Guerra Patriótica de 1812 não levou à capitulação da Rússia, como o imperador francês imaginava. Por quase três semanas, Bonaparte permaneceu na cidade, esperando em vão os enviados do tsar Aleksandr 1º com propostas de paz. À medida que o tempo frio se aproximava, a situação de seu exército começou a se tornar crítica. Em 3 de outubro, Napoleão enviou o conde Jacques Alexandre Lo de Ariston ao encontro do comandante-chefe Mikhail Kutuzov, que estava no acampamento do exército russo perto da aldeia de Tarutino. O recado era: “Preciso de paz, preciso absolutamente a todo custo, apenas salve nossa honra.” No entanto, não se chegou a um acordo com os russos e, em 19 de outubro, o Grande Armée deixou Moscou.

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  1. Iliá Repin. O imperador Aleksandr 3º recebe os anciãos de volost no pátio do Palácio Petrovski em Moscou (1885)

O reinado do imperador Aleksandr 3º (1881-1894) foi um dos períodos de maior calmaria da história da Rússia – sob seu comando, o império não travou uma guerra sequer. Apelidado de 'Pacificador', o tsar formou uma aliança político-militar com a França, que lançou as bases da futura Entente. Mas demorou um pouco mais para chegar a um acordo com os britânicos. A cooperação com eles não foi estabelecida até os anos 1900, sob o reinado de Nikolai 2º.

  1. Iliá Repin. Manifestação em 17 de outubro de 1905 (1911)

Após uma derrota pesada na guerra contra o Japão, veio a Primeira Revolução Russa de 1905-1907. Incapazes de lidar com a crescente onda de descontentamento público, as autoridades começaram a recuar. Em 17 de outubro de 1905, Nikolai 2º emitiu um manifesto que garantia a liberdade de consciência, expressão, reunião e associação, ampliando os poderes da Duma de Estado e transformando-a de órgão consultivo em legislativo. No entanto, como o autocrata continuou fazendo todo o possível para eliminar as limitações de seu poder, as tensões sociais entre os russos persistiram até a Revolução de 1917.

  1. Mikhail Khmelko. O Triunfo da Pátria Vitoriosa (1949)

Em 24 de junho de 1945, foi realizado na Praça Vermelha um desfile comemorativo da vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazista na Grande Guerra Patriótica. Duzentas bandeiras e estandartes capturados dos alemães foram jogados ao pé do Mausoléu, no topo do qual estavam a liderança do país e os principais comandantes militares soviéticos. Segundo uma versão, o historiador Eugene Tarle sugeriu a cerimônia a Stalin, contando-lhe sobre a tradição romana de lançar bandeiras do inimigo derrotado aos pés de César.

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