Khokhlomá é “o cartão de visita” de todos os padrões russos, o mais popular e reconhecível. O tipo de artesanato, assim como o padrão, leva tradicionalmente o nome do local de sua origem e produção. No caso de khokhlomá, é a aldeia homônima, na região de Níjni Novgorod. Reza a lenda de que a técnica vem dos pintores de ícones dos Velhos Crentes do século 17.
Historicamente, khokhlomá era uma pintura em madeira – sobretudo pratos e utensílios de cozinha, além de móveis. Colheres de madeira russas pintadas com khokhlomá são especialmente famosas. O padrão é sempre pintado em um fundo preto com cores vermelhas, verdes e douradas brilhantes. Os elementos principais são bagas e ervas, mas às vezes o padrão também apresenta pássaros.
Gjel é frequentemente considerado uma reminiscência da faiança de Delft e da cerâmica branca e azul chinesa, mas não há evidência direta de tais “referências”. Esse tipo de artesanato em cerâmica vem da vila de Gjel, na região de Moscou, e das aldeias vizinhas, onde a argila especial é extraída há séculos.
A porcelana produzida a partir da argila local foi apreciada até mesmo na corte do tsar Aleksêi Mikhailovitch. No século 17 começou a desenvolver-se em Gjel a produção de loiça para as necessidades de boticário e “alquimia”. No século 19 já existiam nessa região dezenas de fábricas que produziam louças, azulejos para fogões e outros produtos cerâmicos, além de brinquedos no formato de animais. A técnica de gjel é ‘majolica’ e traz ornamentos florais e todos os elementos nas cores azul e branco.
A pintura de bandejas de estanho forjado na vila de Jôstovo, na região de Moscou, remonta a 1825 – o ofício foi “importado” dos Urais pelos duques Demidov (em Taguil, já havia uma produção avançada de bandejas pintadas). Os artistas locais de Jôstovo, que já pintavam miniaturas em itens de madeira, começaram a produzir essas bandejas. A síntese de artes e ofícios resultou nas bandejas de Jôstovo, hoje uma das marcas mais famosas.
As cores da bandeja e da pintura podem ser diferentes, mas a principal característica da composição é o buquê floral no centro. Os mestres retratam flores e ervas tanto do jardim como do campo. Costumam fazer um desenho com tintas a óleo em várias camadas, obtendo uma imagem tridimensional.
A miniatura de laca de Palekh é um artesanato popular relativamente jovem. Após a Revolução de 1917, passou a ser difundida entre artistas talentosos, ex-pintores de ícones e mestres de pinturas de templos da vila de Palekh, na região de Ivanovo. No novo Estado soviético antirreligioso, os artistas concentraram suas habilidades em “pinturas antigas”, retratando cenas de contos populares e obras de literatura, porém usando suas técnicas iconográficas, principalmente têmpera.
A Associação de Arte Decorativa de Palekh apareceu em 1918. Os mestres primeiro pintavam itens de madeira e depois, de papel machê. No estilo de Palekh, em um fundo preto com cores vermelhas e douradas brilhantes, eles começaram a pintar sobretudo itens decorativos – como caixas de joias e toda uma variedade de pequenos souvenirs.
Originalmente de Gorodets, na região de Níjni Novgorod, este padrão remonta ao século 19. Foi usado pela primeira vez para decorar ferramentas de fiar (chamadas de ‘roca’). Mais tarde, também passou a ser encontrado em móveis e outros itens de madeira, como baús, trenós, persianas e até portas.Os artesãos populares retratavam cenas da vida cotidiana de comerciantes e camponeses.
Os enredos e os personagens variavam bastante – mas costumavam girar em torno de um banquete ou um passeio. Havia também imagens de cavalos, pássaros e outros animais. Uma característica distintiva é a profusão de cores e transições contrastantes entre elas.
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