10 principais artistas de propaganda da URSS

Legion Media
Desde o início da URSS, a propaganda foi uma importante ferramenta para difundir a ideologia comunista e os princípios do coletivismo. Isso era feito por meio de cartazes, pinturas, filmes e outras obras de arte. A propaganda soviética era mais do que apenas um instrumento político – essa forma de arte única deixou um verdadeiro legado cultural.

  1. Dmítri Moor (1883-1946)

Você se voluntariou?

As caricaturas desenhadas à mão por Dmítri Moor já eram impressas dez anos antes de ele começar a criar cartazes de propaganda, após a Revolução de Outubro. Como um mestre estabelecido do desenho satírico, ele escolheu servir à causa do proletariado com sua arte.

Capa da revista de propaganda soviética Bezbojnik (Sem Deus)

Moor era notório por zombar da burguesia, assim como do cristianismo. A religião era considerada inimiga do comunismo naquela época. Os cartazes de Moor eram afixados nas entradas de templos e pediam o confisco dos bens da Igreja em favor do Estado e dos pobres.

  1. Iraklij Toidze (1902-1985)

Cresça em paz! 1956

Iraklij nasceu em Tíflis (atual Tbilisi), na Geórgia, onde aprendeu sobre as artes com o seu pai, Moisei Toidze. Aos 17 anos, desenvolveu um estilo de pintura de realismo socialista. Seu trabalho desempenhou um papel significativo na aplicação dos temas soviéticos à arte georgiana.

Iraklij Toidze. Discurso de Stálin no encontro cerimonial dedicado ao 24º aniversário da Revolução de 1917, 1947

Em 1937, Toidze se mudou para Moscou, onde começou a trabalhar em cartazes idealistas. Ao lado dos famosos retratos de Stálin, a arte soviética de Toidze tinha frequentemente temática militar. Seu estilo apresentava a imagem da Pátria tomada por patriotismo, romance e heroísmo.

  1. Kukriniksi 

OTAN – Europa Ocidental

Kukriniksi era um trio composto pelos artistas gráficos e pintores soviéticos Mikhail Kuprianov, Porfiri Krilov e Nikolai Sokolov. Seus trabalhos eram publicados, dentre outros, nos jornais socialistas Pravda e Krokodil. O coletivo Kukriniksi se dedicava a retratar eventos políticos na URSS e no exterior em um estilo de caricatura satírica.

“Napoleão foi derrotado, esse será o caso do cabeçudo do Hitler!” Reprodução do cartaz do Museu Histórico do Estado

O antifascismo era um tema importante de suas obras – por exemplo, o cartaz “Vamos derrotar e destruir o inimigo sem piedade!” tornou-se um dos primeiros a aparecer na URSS após o início da Segunda Guerra Mundial.

  1. Aleksandr Guerassimov (1881-1963)

Aleksandr Guerassimov. Stálin entre os comandantes do 1º Exército de Cavalaria, 1936

Como aluno do impressionista Konstantin Korovin, não foi surpresa alguma que Guerassimov tenha se voltado para o realismo socialista. Em 1925, ele se juntou à Associação de Artistas da Rússia Revolucionária e se concentrou sobretudo na pintura de grandes líderes da URSS.

Aleksandr Guerassimov. Stálin e Vorochilov no Kremlin, 1938

As pinturas de Stálin de Guerassimov foram especialmente apreciadas. Tanto é que recebeu quatro prêmios Stálin e é considerado o artista favorito do ex-líder soviético.

  1. Dmítri Nalbandian (1906-1993)

Dmítri Nalbandian. Ierevan em construção. 1972

Nalbandian foi mais um artista altamente condecorado que, ao lado de sua arte propagandística, trabalhou nos gêneros de paisagem e natureza morta.

Dmítri Nalbandian. Lênin e Stálin no desenvolvimento do plano de eletrificação GOELRO, 1957

Como mestre retratista, pintou líderes soviéticos, de Stálin a Khruschov e Brejnev, assim como representantes de elite do Partido Comunista, pelos quais recebeu o título não oficial de ‘o primeiro pincel do Politburo’ na cena artística soviética.

  1. Boris Ioganson (1893-1973)

Boris Ioganson. Interrogatório dos comunistas, 1933

Ioganson adotou o realismo socialista como o principal estilo de arte soviética e é considerado seu fundador. Suas pinturas são vistas como exemplares na arte soviética. Ioganson esteve entre aqueles cujo trabalho determinou o curso do desenvolvimento da cultura e da ideologia socialista da União Soviética. Como a maioria de seus colegas, o artista se envolveu com arte de propaganda e criou diversos cartazes patrióticos anti-Hitler.

Boris Ioganson. Libertação, 1946

Em 1941, recebeu o Prêmio Stálin de primeiro grau pela pintura ‘Na Antiga Usina dos Urais’, que retratava a exacerbação da oposição de classe na sociedade russa.

  1. Isaak Brodski (1883-1939)

Isaak Brodski. Lênin na fábrica de Putilov em maio de 1917, 1929

Brodsky dedicou seu trabalho a temas revolucionários. Em suas pinturas, ele geralmente retratava ideólogos da revolução. Em 1920, participou de um congresso em Petrogrado, onde fez esboços de Lênin; ali, mostrou ao líder soviético um esboço e pediu-lhe para assiná-lo.

Isaak Brodski. Lênin em Smolny, 1930

A princípio, o líder revolucionário disse que não se parecia com ele nos desenhos, mas as pessoas ao redor o convenceram do contrário. “Pela primeira vez na minha vida, assino algo com o qual não concordo”, disse Lênin ao assinar o esboço. Brodski desempenhou um papel importante na escola de arte soviética. Como chefe da Academia Russa de Artes, ele acabou treinando uma série de artistas soviéticos altamente estimados.

  1. Vera Mukhina (1889-1953)

Trabalhador e Mulher do Kolkhoz

Mukhina foi estudante do artista francês Antoine Bourdelle. Ela criou esculturas no âmbito do chamado “Plano Lênin de Propaganda Monumental” e ficou famosa pela escultura “Trabalhador e Mulher do Kolkhoz”, criada para coroar o pavilhão soviético na Feira Mundial de Paris.

Camponesa

Esta escultura mundialmente famosa, que foi trazida de volta à Rússia após a feira e remontada, tornou-se um dos principais símbolos da URSS e até mesmo aparecia no início de todos os filmes produzidos pela Mosfilm, o maior estúdio da União Soviética. Ao longo da vida, Mukhina recebeu cinco prêmios Stálin.

  1. Aleksandr Dejneka (1899-1969) 

Aleksandr Dejneka. Revezamento no Anel B, 1947

A Revolução de 1917 determinou o destino de Dejneka. À medida que a ideologia socialista começava a se espalhar pela recém-fundada URSS, ele se tornaria um defensor artístico da revolução e do novo modo de vida.

Aleksandr Dejneka. A Defesa de Sebastopol, 1942

Dejneka trabalhou como fotógrafo, projetou trens de propaganda, produziu pôsteres e participou de apresentações teatrais. Ele foi fortemente inspirado pelo poeta Maiakóvski. Ambos os artistas escolheram temas semelhantes para suas obras – fé na revolução e no poder soviético, bem como amor ao proletariado. Dejneka criou algumas das imagens mais poderosas de combatentes do fascismo e via seu trabalho como um dever para com a sociedade.

  1. Aleksandr Samokhvalov (1894-1971)

Aleksandr Samokhvalov. Garota de camiseta, 1932

Nas décadas de 1920 e 1930, Samokhvalov focou sua arte no tema principal daquele momento: os líderes dos planos quinquenais – as etapas de implementação da industrialização do país. Em 1935, seis meses após o início dos expurgos em grande escala, Stálin lançou o lema: “A vida tornou-se melhor, a vida tornou-se mais divertida”. O artista Samokhvalov, que naquela época colaborava com Aleksandr Dejneka, expressou habilmente essas palavras em sua arte e foi reconhecido por isso pelo líder soviético.

Aleksandr Samokhvalov. Serguêi Kirov saudando Desfile de Atletas, 1935

Embora essas histórias impliquem o lado sombrio da arte da propaganda, essas peças estavam muitas vezes longe de serem sombrias. Muitas obras de arte tiveram efeito positivo na moral pública e promoveram esperança, amizade e um estilo de vida saudável. As pinturas de festividades e prática de esportes de Samokhvalov, por exemplo, foram uma parte icônica de sua obra e se tornaram obras-primas do realismo social.

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