O pintor Isaac Levitan (1860-1900) era membro de uma família judia pobre da cidadezinha de Kirbatai, no Império Russo (hoje, parte da Lituânia). Apesar da pobreza da família, ela se esforçava para que os filhos tivessem uma educação melhor e se mudaram para Moscou para que Isaac e seu irmão pudessem estudar na Escola de Pintura, Escultura e Arquitetura da capital.
Isaac, mostrando talento e sucesso acadêmico, chegou a ganhar uma bolsa integral. Mas seus pais morreram cedo, e o menino continuou na pobreza - passava fome e dormia na própria escola.
Entre seus professores estavam pintores muito famosos, e um dos que notaram em especial seu talento foi Aleksêi Savrassov, conhecido por suas paisagens líricas, principalmente “As gralhas chegaram”. Savrassov convidou o menino a frequentar suas aulas de paisagismo, e sua primeira exposição foi um grande sucesso – algo que, no final do século 19, era quase impossível para um judeu (após a tentativa de assassinato do tsar Aleksandr 2°, uma grande onda de antissemitismo se disseminou na Rússia e muitos judeus chegaram a até a ser expulsos das capitais). No entanto, Levitan conseguiu se formar e, aos 18 anos, passou a se sustentar de suas pinturas.
O escritor Konstantin Paustóvski escreveu em sua novela “Isaac Levitan”, sobre o artista, que os professores ficavam irritados com o talento que o judeu tinha para pintar a natureza russa. “Um judeu, na opinião deles, não devia ter nada a ver com a paisagem russa. Isto era a coisa para os artistas russos nativos”, escreveu. No entanto, a própria paisagem russa não era um gênero favorito: eram paisagens de cidades, palácios, cenários históricos e bíblicos que interessavam à maioria dos artistas.
Levitan amava campos indefinidos e estradas lamacentas, pontes precárias e igrejinhas de província - algo que parecia indigno de grandes telas. Seu "ponto forte" era o Volga: ele pintou muitas paisagens épicas com vista para o rio, especialmente na cidade de Plios, com suas muitas igrejas.
Levitan ganhou reconhecimento de verdade apenas no final de sua curta vida. Aos 37 anos, ele se tornou um acadêmico de pintura de paisagens e, aos 39, morreu em Moscou de um aneurisma do coração. Nessa época, foi realizada uma exposição de suas obras no pavilhão russo da Exposição Mundial, em Paris.
1. Outono. Caminho na aldeia, 1877.
2. Noite após a chuva, 1879.
3. Dia de outono em Sokólniki, 1879.
4. Pontezinha. Savvinskaia Sloboda, 1884.
5. Lagoa coberta de relva, 1887.
6. Bosque de bétulas, 1885-1889.
7. Noite. Plios Dourada, 1889.
8. Morada silenciosa, 1890.
9. No torvelinho, 1892.
10. Vladímirka, 1892.
11. Sobre a Paz Eterna, 1894.
12. Outono Dourado, 1895.
13. Março, 1895.
14. Primavera. Água grande, 1897.
15. Lago. Rus, 1899.
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