“Uma Mulher Alta”, de Kantemir Balagov
O filme se passa em Leningrado (atual São Petersburgo) em 1945 e conta a história de duas jovens que voltam do fronte para casa. Elas tentam reconstruir seu mundo no apocalipse pós-guerra, e seu relacionamento íntimo (às vezes, bastante íntimo), é uma tentativa de encontrar uma alma boa e compreensiva em um mundo de indiferença e solidão.
“Uma Mulher Alta” é dirigido por Kantemir Balagov, de 28 anos, que venceu o prêmio da crítica na seção Um Certo Olhar do Festival de Cannes de 2017. Além disso, o longa é o indicado ao Oscar pela Rússia na categoria de Melhor Filme em Língua Estrangeira.
O filme é inspirado no livro “A guerra não tem rosto de mulher”, da vencedora do Nobel de Literatura Svetlana Aleksiévitch, e que trata da contribuição crucial feita pelas mulheres soviéticas para a vitória na Segunda Guerra Mundial.
Estreia no Brasil em 12 de dezembro de 2019.
“Т-34”, de Aleksêi Sidorov
‘Т-34’ liderou as bilheterias da Rússia e é o único filme nacional que arrecadou mais de um bilhão de rublos, chegando a um total de 2,3 bilhões (US$ 39 milhões). A principal razão para tamanho sucesso foi a data de lançamento: no início de janeiro, durante as longas férias de inverno, quando muitos têm tempo livre à disposição.
O longa combina patriotismo russo durante a Segunda Guerra Mundial com intensas batalhas de tanques que, por vezes, se parecem muito com quadrinhos.
‘Т-34’ conta a história do ex-cadete Nikolai Ivuchkin. Em novembro de 1941, na aldeia de Nefedovka, Ivuchkin assume o comando do único tanque soviético sobrevivente para enfrentar uma unidade de tanques alemã que se aproximava de Moscou – e consegue vencê-los. Já em 1944, Nikolai acaba em um campo de concentração na Alemanha, onde é forçado a ensinar os alemães a usar o tanque T-34. O inimigo, porém, não suspeita que Nikolai esteja se preparando para escapar.
Sem previsão de estreia no Brasil.
“The Bull” (O Touro), de Borís Akopov
Este filme venceu o principal festival de cinema da Rússia, Kinotavr, recebendo os prêmios de Melhor Filme e Melhor Fotografia. O longa é uma reflexão aberta e direta de um diretor de 34 anos sobre a época de perestroika – não apenas como um dos períodos mais difíceis da história recente da Rússia, incluindo banditismo, desemprego e falta de mercadorias nas lojas, mas também traz lembranças de infância, como tapetes pendurados nas paredes e uma reunião de família com músicas russas e pratos caseiros nas tradicionais mesas grandes.
O filme conta a história de um chefe do crime, Anton Bikov, apelidado de ‘Touro’. Ele não é tão simples quanto parece à primeira vista. Apesar de ser um criminoso, Bikov tem um coração grande e vulnerável. A temática e sua representação lembram inúmeros filmes dos anos 1990 e início dos anos 2000, como ‘Irmão ou ‘Brigada’, que foram baseados no que estava ocorrendo no país na época.
Sob esse ponto de vista, o longa segue a tradição do cinema russo do período da perestroika. A questão principal, porém, é que o caos pós-soviético é percebido pelo diretor de uma nova geração de uma maneira mais idealista. Isso porque esse período fez parte de sua infância: meio romantizado, meio aterrorizante.
Sem previsão de estreia no Brasil.
“A Russian Youth” (Um Jovem Russo), de Aleksandr Zolotukhin
Um grandes lançamentos russos do ano, este longa estreou no Festival de Berlim. Além do mais, foi feito por um pupilo do famosos diretor russo Aleksandr Sokurov.
“Um jovem russo” é mais um drama de guerra. No início da Primeira Guerra Mundial, um jovem soldado, chamado Aliocha, fica cego durante a batalha, mas decide permanecer na linha de frente. Ele se torna um ‘ouvinte’ profissional que alerta os demais soldados sobre a aproximação do inimigo.
Há duas histórias paralelas: a histórica e a musical, que mostra um ensaio da Orquestra Tauride na atual São Petersburgo. A trilha sonora inclui músicas do ‘Concerto Nº 3’ e ‘Danças Sinfônicas’, do compositor russo Serguêi Rachmaninov. A ideia central é refletir sobre a tragédia que acometeu grande parte do mundo no início do século 20 e expor o drama de uma pessoa em particular que perdeu a visão.
Críticos de cinema estrangeiros chegaram a comparar “Um jovem russo”, rodado em preto e branco, com os primeiros trabalhos de Andrêi Tarkóvski e Elem Klimov.
Sem previsão de estreia no Brasil.
“Fidelity” (Fidelidade), de Niguina Saifullaeva
Este é, provavelmente, o filme russo mais provocador do ano. Cheio de cenas espontâneas, ‘Fidelidade’ foi duramente criticado pelo júri do festival Kinotavr, que não conseguiu compreendê-lo, mas reconheceu a “fé ilimitada dos atores no diretor”.
Muitos críticos russos, no entanto, enalteceram a história de um casal que não consegue falar e discutir os problemas de sua vida sexual. A mulher encontra então uma solução: aventuras fora do casamento, que a ajudam a se sentir viva. A representação ousada e franca da vida íntima dos personagens foi qualificada como “corajosa” e “revolucionária” por cinéfilos.
Sem previsão de estreia no Brasil.
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