Cena de ‘O pintassilgo’ (2019).
John Crowley/Warner Bros. Pictures, 20191. ‘O adolescente’ (1875), de Fiódor Dostoiévski
Cena da adaptação soviética de ‘O adolescente’ para o cinema, de 1983.
Yevgeny Tashkov/Mosfilm, 1983Nenhuma lista de obras da literatura russa pode estar completa sem Dostoiévski. E você se lembra de Borís? O amigo ucraniano do personagem principal de “O Pintassilgo” lê “O Idiota”, de Dostoiévski, por muito tempo e é mencionado no livro de Donna Tarrt diversas vezes.
Já no romance do russo intitulado “O adolescente”, um moço de 19 anos de idade luta contra o tratamento geral que lhe é dispensado como adolescente, enquanto ele próprio se considera adulto. Filho bastardo de um nobre, ele é fre quentemente humilhado por isto, principalmente peloa colegas. Como resultado, ele tem um grave complexo de inferioridade e sonha em se tornar uma espécie de Rothschild e ganhar muito dinheiro – acreditando que isto lhe trará poder e independência.
2. ‘Uma noite com Claire’ (1929), de Gaitô Gazdânov
Em “Vetcher u Kler” (sem tradução para o português; publicado em espanhol como “Una noche con Claire” e em inglês como “An Evening with Claire”), o personagem principal é Nikolai, um jovem emigrante russo em Paris (assim como o autor do livro). Ele aguarda um encontro com sua amada Claire, de quem se perdeu há cerca de dez anos e, quando finalmente a vê, lembra-se de sua vida curta, porém turbulenta.
A maior parte da história é dedicada à infância e à adolescência dele, quando Nikolai resolve lutar na Guerra Civil russa ao lado do Exército Branco tsarista contra os bolcheviques. Enquanto amadurece, ele tem muitos problemas existenciais e questões morais a resolver, assim como Theo, de “O Pintassilgo”.
Quando o romance de Gazdânov foi publicado em Paris, uma resenha do “The New York Times” dizia que algumas das passagens do romance tinham um “poder tolstoiano”.
3. ‘Assim foi temperado o aço’ (1934), de Nikolai Ostróvski
Vladímir Kônkin no papel de Pável Kortcháguin no filme ‘Assim foi temperado o aço’.
SputnikTudo bem, este livro é provavelmente mais indicado aos fãs de “A Little Life”, da mezzo havaiana, mezzo coreana Hanya Yanagihara. Ainda assim, o icônico romance soviético sobre o garoto, Pável Kortcháguin lembra “O Pintassilgo”: Pável, que tem uma origem humilde, é expulso da escola e é nas ruas que ele se levanta e sacode a poeira. Enquanto tudo isto ocorre, começa a Revolução de 1917 e Pável acaba no meio da Guerra Civil, lutando do lado dos bolcheviques.
Ele supera todas as dificuldades, assim como doenças, cumprindo as ordens com obediência e demonstrando sua coragem. Na visão de mundo soviética, Pável é um verdadeiro herói. E, mesmo quando ele se vê paralisado, não se desespera.
A moral da história é que as pessoas devem viver de maneira a não se arrepender mais tarde de seus atos. O romance é autobiográfico e teve enorme popularidade na União Soviética.
4. ‘Dois capitães’ (1944), de Veniamín Kaviérin
Cena do filme “Dois capitães” (1955).
SputnikEm “Dvá kapitána” (não publicado em português; o livro saiu em inglês como “Two Captains” e em espanhol como “Dos capitanes”), o personagem principal, Sania, tem uma infância turbulenta: o pai foi preso e morreu em uma prisão soviética, o novo marido da mãe o trata muito mal e, para completar, a mãe morre.
Ele está prestes a ser enviado a um orfanato, mas decide fugir com um amigo, e eles juram se esforçar e não ceder.
Depois de alguns anos, Sania se torna piloto e, durante a Segunda Guerra Mundial, ele faz um pouso de emergência no Ártico, onde encontra a bolsa de outro aviador lendário que tinha morrido em circunstâncias misteriosas cerca de 30 anos antes.
Os destinos dos dois pilotos parecem estar ligados, porque o piloto morto, a que tudo indica, era o pai da namorada de Sania.
5. ‘A Casa Em Que...’ (2009), de Mariám Petrosián
“Dom v kotorom” (ainda não publicado em português; o livro saiu em inglês “The Grey House” e em espanhol como “La casa de los otros”) é uma das obras mais populares sobre adolescentes nos últimos anos. Ele mostra um internato para crianças deficientes como um mundo fechado, com regras estritas e certos grupinhos: Ratos, Pássaros e outros. Cada um reflete certo tipo de comportamento.
Petrosián, que é armênia e escreve em russo, ganhou aclamação mundial com a obra, traduzida para uma dezena de línguas. O jornal “The Guardian” comparou a escola a uma “[escola de feitiçaria de Harry Potter] Hogwarts soviética” e escreveu que o livro tem “elementos de diversos gêneros, como um Rowling que conhecesse Rushdie por meio Tartt”.
Na obra, os personagens não têm nomes, só apelidos. O Fumador, por exemplo, que deixa um grupo para entrar em outro, faz um gesto revolucionário enquanto tenta explorar a Casa. Depois o drama fica mais forte, quando falta apenas um ano para a formatura mas ninguém sabe o que os espera além dos muros.
LEIA TAMBÉM: 10 filmes baseados em livros russos que viraram clássicos de Hollywood
Autorizamos a reprodução de todos os nossos textos sob a condição de que se publique juntamente o link ativo para o original do Russia Beyond.
Assine
a nossa newsletter!
Receba em seu e-mail as principais notícias da Rússia na newsletter: