10 maravilhas da arte mundial que só se vê na Rússia

Cultura
OLEG KRASNOV
Pelas razões mais diversas, elas nunca deixam os territórios destes museus.

Todos os museus do mundo buscam fazer dinheiro alugando seus objetos e emprestando-os a exposições temporárias em outras instituições. Mas cada um deles também tem uma maravilha que nunca sai dali.

Estas ou são a “cara” do museu - como a “Mona Lisa”, no Louvre -, ou têm idade ou dimensões tão grandes que os curadores caem para trás só de pensar em tirá-las um centímetro do lugar. Veja quais são estas joias nos museus da Rússia:

1. Grande Coroa do Império Russo, Fundo Diamante do Kremlin de Moscou

A Coroa Imperial tomou o lugar de principal insígnia dinástica dos tsares russos quer era do não menos lendário Chapéu Monomakh (também conhecido como Chapéu ou Coroa de Ouro Monomakh)

O objeto foi feito em 1762 para a coroação de Catarina, a Grande, que amava o luxo e criou o Hermitage, hoje, museu estatal do país. Os joalheiros da corte Jérémie Pauzié e Georg Friedrich Eckart trabalharam nele por dois meses. Pesando dois quilos, ele é decorado com 4.936 diamantes, 75 pérolas e um enorme espinélio vermelho de 398,7 quilates.

2. Leonardo da Vinci. ‘Virgem Benois’, Museu Hermitage, São Petersburgo

Esta pequena pintura (48 cm x 31 cm) é uma das duas obras irrefutáveis de Leonardo mantidas na Rússia. A tela foi intitulada anteriormente de “Madonna com flores”, mas, depois de ser adquirida por Nikolai 2°, ela foi rebatizada em homenagem a seu proprietário anterior, o franco-russo Leôntia Benois (também grafado Léon Benois e Leôntia Benuá), um dos arquitetos de Hermitage.

E, se de vez em quando a outra obra do gênio da Renascença no Hermitage, “Madona Litta”, sao em turnê, esta, devido a suas condições, fica eternamente em São Petersburgo atrás de um vidro blindado.

3. Artista romano desconhecido. ‘Estátua de Júpiter’, Museu Hermitage, São Petersburgo

Uma sala separada foi construída para esta enorme estátua da Roma antiga, que tem quase 5 metros de altura com o pedestal, mas, mesmo desmontada não conseguia passar pelas grandes portas do museu.

O obra de 20 toneladas de mármore foi comprada da lendária coleção do Marquês Campana, em Roma. Ela foi encontrada no século 18 no local de uma “villa” pertencente ao imperador romano Domiciano nos arredores de Roma.

Segundo documentos de Hermitage, a escultura foi desmontada por 60 pessoas em três dias para partir para a Rússia.

4. Michelangelo. ‘Rapaz agachado’, Museu Hermitage, São Petersburgo

Única escultura de porte pequeno de Michelangelo na Rússia, acredita-se que ela tenha servido de esboço para a obra da Capela Médici, na Basílica de San Lorenzo, em Florença. Ela foi adquirida pela fundadora do Hermitage, Catarina, a Grande, e não deixou as salas do museu desde então.

5. Rembrandt. ‘Danae’, Museu Hermitage, São Petersburgo

Uma das maravilhas de Rembrandt no Hermitage, esta pintura tornou-se mais conhecida mundo afora, infelizmente, devido a um ato de vandalismo: em 1985, uma pessoa jogou ácido sulfúrico na tela, que ficou sendo restaurada por mais de 12 anos.

Desde então, a obra não deixa o museu. Nela, o artista retratou suas duas amadas no rosto de Danae.

6. As lógias de Rafael. Museu Hermitage, São Petersburgo

Este é um daqueles raros casos em que a cópia de uma grande obra de arte vale tanto quanto o original. As famosas lógias (ou ainda, “loggias”) do Vaticano foram desenhadas por Rafael e seus discípulos entre 1517 e 1519.

Depois de dois séculos e meio depois, Catarina, a Grande, viu imagens das galerias e resolveu recriá-las em tamanho real no Hermitage, cuja construção ainda estava a pleno vapor então.

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Diferentemente das “loggias” do Vaticano (que foram protegidas por vidro apenas no século 20), os russos as construíram logo de cara como galerias fechadas. Por isto, elas estão muito bem preservadas até a atualidade. Além disso, a obra o Vaticano é fechada a visitantes – mais um ponto positivo da recriação russa.

7. Karl Briullov. ‘O último dia de Pompeia’, Museu Russo, São Petersburgo

Uma das maiores pinturas da Rússia em todos os sentidos, com 456,5 × 651 cm, ela foi desenhada na Itália, onde foi exibida com um sucesso sem precedentes ao público. Adquirida então por descendentes da família de comerciantes russa Demidov e posteriormente exposta no Louvre, em Paris, a obra foi depois presenteada ao Hermitage.

Em 1897, o tsar Aleksandr 3° decidiu criar o Museu Russo, onde uma sala especial foi construída para esta e outras grandes telas.

8. Aleksandr Ivânov. ‘Aparição de Cristo ao povo’, Galeria Tretiakov, Moscou

A história desta obra é muito semelhante à da tela de Briullov “O último dia de Pompeia”. Ivânov também a pintou na Itália (verdade é, porém, que ele levou 20 anos para fazê-lo); também foi construído um pavilhão separado para ela, em Moscou, para o qual Aleksandr 2° a destinou.

Hoje, esta pintura gigante (com 540 × 750 cm) ocupa uma sala especial na Galeria Tretiakov e a diretora do museu, Zelfira Tregulova, a chama de “a maior obra da arte russa”.

9. Andrêi Rublióv. ‘Trindade’, Galeria Tretiakov, Moscou

Um dos ícones russos mais emblemáticos e famosos, “Trindade” remonta ao comecinho do século 15. Como todas as outras obras daquela época, esta é pintada em madeira, mas, infelizmente, é tecnicamente impossível transferi-lo para uma tela.

Por isso, as condições especiais de armazenamento desta joia não permitem sua retirada da Galeria Tretiakov, em Moscou.

10. Kazimir Malevitch. ‘Quadrado Negro’, Galeria Tretiakov, Moscou

A obra do fundador do suprematismo é frequentemente comparada à “Mona Lisa”, em termos de importância. Esta pintura é o centro de gravitação de todo o edifício da Tretiakov na rua Krímski Val, onde ficam as obras de arte russa do século 20 e 21 da instituição.

Existem diversas versões repetidas da obra de autoria do próprio artista que são enviadas a exposições internacionais. Mas o primeiríssimo “Quadrado”, assim como a garota de sorriso misterioso do Louvre, nunca deixa as paredes moscovitas.