Iacutos celebram Ano Novo regional com grande festival de veneração ao sol

Cultura
DANIEL CHALYAN
Os dias mais longos de verão na República de Sakha, ou Iakútia, no leste siberiano,  são a época de celebrar o chamado Yhyakh Tuymaady. Durante esse período, os locais cultuam o sol bebendo, lutando e dançando, mas também têm a chance de rever entes queridos que vivem em diferentes partes desta enorme república russa.

A maioria das pessoas mundo afora só celebra o Ano Novo uma única vez, mas o povo de Sakha, ou da Iakútia, mantém uma antiga tradição que simboliza outro início de ano e que remonta a uma divindade solar e um culto à fertilidade.

As festividades duram dois dias e antes coincidiam com o solstício de verão. Hoje, no entanto, o Yhyakh é comemorado no fim de semana seguinte, para, assim, atrair uma multidão ainda maior. 

A celebração deste ano ocorreu nos últimos dias de 23 a 24 de junho, quando foi registrado um enorme engarrafamento ao longo de 10 km, desde o aeroporto até a área campestre onde a festança ocorria.

Até 200 mil pessoas participaram da celebração, embora a gigantesca República da Iakútia (um quinto do território russo) seja habitada por apenas cerca de um milhão de pessoas; estima-se a existência de 480 mil iacutos nativos espalhados no mundo todo.

Mais de 111 programas e atividades divertidas foram realizadas em 20 pontos do local de celebração Us Khatyn, perto da capital regional Iakutsk.

No entanto, a celebração não se limita à República de Sakha. Os visitantes mergulharam na cultura e na dança dos iacutos também na fazenda Kolomenskoie, em Moscou.

Este parque foi transformado em uma pequena Iakútia, com iarangas (tendas tradicionais), música e dança, jogos e até mesmo luta nacional. Também havia rios de kumis (bebida fermentada feita com leite de égua) para os visitantes.

Boas-vindas ao verão

O Yhyakh, a celebração mais importante para a Iakútia, simboliza a chegada do verão e o despertar da natureza.

“Yhyakh é, antes de mais nada, uma celebração da bênção à vida, de disseminar a benevolência por toda a humanidade e de agradecer ao Sol”, disse o representante da República de Sakha, Iúri Kuprianov, ao M24.

“A celebração sobrevive há 1.500, talvez 2.000 anos, por meio do nosso conto épico – o Olonkho –, que nossos ancestrais preservaram via boca a boca.”

Embora o cristianismo tenha se difundido pela Iakútia, a população local não costuma seguir nenhum tipo de religião específica. E, apesar de festival Yhyakh Tuymaady, o mesmo pode ser dito sobre as antigas tradições: os iacutos não são um povo muito tradicional.

O Sol, no entanto, é provavelmente muito importante por causa do clima difícil na região. Durante a maior parte dos meses frios, a temperatura é congelante, chegando a até -70° C no inverno. Já os verões, são tão quentes quanto curtos.

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