Iacutos celebram Ano Novo regional com grande festival de veneração ao sol

Rustur
Os dias mais longos de verão na República de Sakha, ou Iakútia, no leste siberiano,  são a época de celebrar o chamado Yhyakh Tuymaady. Durante esse período, os locais cultuam o sol bebendo, lutando e dançando, mas também têm a chance de rever entes queridos que vivem em diferentes partes desta enorme república russa.

A maioria das pessoas mundo afora só celebra o Ano Novo uma única vez, mas o povo de Sakha, ou da Iakútia, mantém uma antiga tradição que simboliza outro início de ano e que remonta a uma divindade solar e um culto à fertilidade.

As festividades duram dois dias e antes coincidiam com o solstício de verão. Hoje, no entanto, o Yhyakh é comemorado no fim de semana seguinte, para, assim, atrair uma multidão ainda maior. 

A celebração deste ano ocorreu nos últimos dias de 23 a 24 de junho, quando foi registrado um enorme engarrafamento ao longo de 10 km, desde o aeroporto até a área campestre onde a festança ocorria.

Até 200 mil pessoas participaram da celebração, embora a gigantesca República da Iakútia (um quinto do território russo) seja habitada por apenas cerca de um milhão de pessoas; estima-se a existência de 480 mil iacutos nativos espalhados no mundo todo.

Mais de 111 programas e atividades divertidas foram realizadas em 20 pontos do local de celebração Us Khatyn, perto da capital regional Iakutsk.

No entanto, a celebração não se limita à República de Sakha. Os visitantes mergulharam na cultura e na dança dos iacutos também na fazenda Kolomenskoie, em Moscou.

Este parque foi transformado em uma pequena Iakútia, com iarangas (tendas tradicionais), música e dança, jogos e até mesmo luta nacional. Também havia rios de kumis (bebida fermentada feita com leite de égua) para os visitantes.

Boas-vindas ao verão

O Yhyakh, a celebração mais importante para a Iakútia, simboliza a chegada do verão e o despertar da natureza.

“Yhyakh é, antes de mais nada, uma celebração da bênção à vida, de disseminar a benevolência por toda a humanidade e de agradecer ao Sol”, disse o representante da República de Sakha, Iúri Kuprianov, ao M24.

“A celebração sobrevive há 1.500, talvez 2.000 anos, por meio do nosso conto épico – o Olonkho –, que nossos ancestrais preservaram via boca a boca.”

Embora o cristianismo tenha se difundido pela Iakútia, a população local não costuma seguir nenhum tipo de religião específica. E, apesar de festival Yhyakh Tuymaady, o mesmo pode ser dito sobre as antigas tradições: os iacutos não são um povo muito tradicional.

O Sol, no entanto, é provavelmente muito importante por causa do clima difícil na região. Durante a maior parte dos meses frios, a temperatura é congelante, chegando a até -70° C no inverno. Já os verões, são tão quentes quanto curtos.

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