- Balam, de “Rebelião” (2015)
Um chefe do crime com raízes russas, Balam (Chuck Liddell) tem uma vida tão boa quanto o barão das drogas colombiano Pablo Escobar.
Ele controla a polícia da cidade a partir de uma luxuosa prisão, veste ternos caros e tem uma vida de prazeres.
Tudo isso termina quando seu velho inimigo, um ex-policial, acaba sendo detido no mesmo presídio.
A única característica russa de Balam talvez seja seu bigode. Fora isso, até mesmo a tatuagem em sua cabeça tem caracteres chineses, por razões desconhecidas.
- Gângster Guennádi, de “Sem Limites” (2011)
Um típico gângster russo, Guennádi é lembrado neste filme principalmente graças à bizarra cena em que o protagonista, Eddie Morra (Bradley Cooper), bebe seu sangue.
Morra é um escritor alcoólatra que sofre com um bloqueio criativo e fica viciado na droga NZT.
Com a pílula milagrosa, ele se torna o homem mais inteligente do planeta e começa a ser perseguido por gângsteres como Guennádi.
Mas o efeito da droga passa e, no fim, ele precisa recorrer ao sangue do criminoso russo.
- Tatiana Românova, de “Moscou contra 007” (1963)
No segundo filme de James Bond, Tatiana Românova, funcionária do Consulado Soviético na Turquia, é a namorada do famoso agente britânico interpretado por Sean Connery.
A personagem foi interpretada pela atriz italiana e candidata a Miss Universo Daniela Bianchi, que conseguiu personificar a natureza contraditória da mulher russa: a loira de lábios vermelhos pode estar vestida em um angelical vestido azul, mas impressiona por sua determinação e crueldade.
O principal é que ela é bonita até o ponto da indecência.
- Iúri Komárov, de “Duro de Matar: Um bom dia para morrer” (2013)
No quinto filme da série, um oligarca dissidente russo que comercia urânio (Sebastian Koch) é perseguido por Moscou por metade da família de Bruce Willis, que, por sua vez, é perseguida pelos serviços secretos russos e por grupos criminosos.
Hollywood acredita que na Rússia tudo é possível: uma pessoa pode comprar um tanque, explodir o Kremlin e roubar uma arma nuclear sem ser presa pela polícia.
A diferença entre a percepção russa e a americana da realidade fica patente em uma cena.
Olhando para o filho de Bruce Willis, Komárov diz que pessoas assim são consideradas “cool” na Rússia, o que significa “duronas”, enquanto Willis responde que nos Estados Unidos seu filho é apenas um “delinquente juvenil”.
- Aleksis e Sacha Kaidanovski, de “Círculo de Fogo” (2013)
Dirigido por Guillermo del Toro, o filme mostra uma coalizão de países lutando contra os Kaiju, criaturas que vieram do centro da Terra e se parecem com o Godzilla.
Os russos são representados pelo belo casal Kaidanovski. No filme, eles parecem ter saído de uma família que teve que sobreviver na taiga por anos.
Eles são durões, fisicamente fortes, não são muito falantes e, como os russos verdadeiros, podem enfrentar qualquer coisa. Arriscando suas vidas, eles salvam toda a China.
Este deve ser um dos poucos blockbusters onde russos, americanos, chineses e australianos resistem à tentação de eliminar uns aos outros nos três primeiros minutos de filme.
- Ksênia Onatopp, de “007 Contra GoldenEye” (1995)
James Bond se apaixonou por beldades russas diversas vezes, mas esta femme fatale não era fácil.
Nove anos após o fim da Guerra Fria, 007 (Pierce Brosnan) ainda prefere manter distância dos russos, por isso um encontro com Ksênia Onatopp (Famke Janssen) em Monte Carlo não resulta em um caso apaixonado.
E Bond estava certo: Ksênia, uma ex-piloto soviética que agora trabalha para um terrorista, é uma grande vilã e sonha em fazer sexo com o agente britânico.
Aparentemente, para o diretor do filme, a palavra “russo” é sinônimo de “perigoso”. Se este é o caso, então esta é a única característica russa de Ksênia.
A cena de sua morte é uma das mais memoráveis do cinema. Antes morrer em uma colisão com uma árvore, ela consegue saltar de um helicóptero com uma corda, agredir e lamber Bond e, aparentemente, se satisfazer sexualmente.
- Pavel Tchekov, de “Jornada nas Estrelas” (1979)
O garoto-prodígio de 17 anos Pavel Tchekov surgiu no universo de “Jornada nas Estrelas” no auge da Guerra Fria, mas era cheio de piadas bem-humoradas e resgataria a tripulação da nave Enterprise.
Uma das características mais memoráveis do filme era seu amor sincero pela Rússia. Ele não resistia, quando tinha oportunidade, a fazer afirmações no estilo: “na verdade, isso foi inventado pelos russos”.
De acordo com Tchekov, o Jardim do Éden ficava perto de Moscou, importantes descobertas espaciais foram feitas por astrônomos russos e uma velha mulher de Leningrado (hoje São Petersburgo) inventou a fita adesiva.
Apesar da pouca idade, quando se falava em bebida, Tchekov só apreciava a vodca, é claro.
- Egor Korshunov, de “Força Aérea Um” (1997)
Em 1997, mesmo com o fim da Guerra Fria, Hollywood ainda criava a maior parte de seus vilões como russos. ]
Neste filme, Gary Oldman interpreta um terrorista comunista que sequestra o avião particular que leva o presidente americano (Harrison Ford) a bordo, voltando de uma visita a Moscou, onde fez um duro discurso sobre segurança.
O personagem de Oldman, Egor Korshunov, dá um soco em Ford depois que este diz: “Você sabe quem eu sou? Sou o presidente dos Estados Unidos!”
Apesar de dizer que os americanos não temerão mais, quando é ameaçado com uma arma na cabeça o presidente admite que a luta contra o terrorismo se resume à velha guerra sobre quem é mais forte e todos os outros aspectos são secundários.
Korshunov tem uma série de queixas contra os Estados Unidos e sofre com o fim da União Soviética.
Sua principal reclamação é sobre hegemonia: para que serve a liberdade dada a países pós-socialistas se os Estados Unidos os “abandonaram à mercê de gângsteres e prostitutas”?
- Lev Andropov, de “Armageddon” (1998)
Mais um filme em que Bruce Willis tenta livrar todos do perigo, mas é um russo “selvagem” que salva o mundo.
Tentando explodir um asteroide com uma bomba nuclear, pilotos da Nasa são forçados a reabastecer a aeronave na estação espacial russa Mir, onde o coronel Lev Andronov sozinho vive há um ano e meio.
Os criadores do filme decidiram que Andropov seria um típico russo excêntrico, sempre bêbado e de chapéu de pele, camiseta suja com uma estrela vermelha e jaqueta.
Em um momento crítico, Andropov salva os astronautas americanos, ajudando-os a voltar para a Terra, mas escolhe um método estranho para tanto.
Primeiro, ele olha desconcertado para o painel de controle americano, então empurra com violência uma mulher que tenta ajudá-lo e, com raiva, destrói o painel com um bastão. Milagrosamente, funciona!
- Irina Spalko, de “Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal”(2008)
Irina Spalko, interpretada por Cate Blanchett, sequestra a namorada de Indiana Jones (Harrison Ford) para forçá-lo a levá-la até um artefato mágico.
Mas mesmo vestindo uma camisa do exército da Rússia e com um estranho sotaque russo à la Greta Garbo, Blanchett ainda se parece mais com a melancólica Elf Galadriel do que com uma agente da KGB.
Os fãs de cinema na Rússia se incomodaram com esse excesso de toques caricaturais, mas já estão acostumados a isso.
A beleza sempre parece ter sido o principal critério para criar personagens femininos russos, por isso Steven Spielberg simplesmente fez o que qualquer outro diretor faria em seu lugar: encontrou uma loira excepcionalmente bonita e deu-lhe um nome russo.
- Teddy KGB, de “Cartas na Mesa” (1998)
O personagem interpretado por John Malkovich, que tem o apelido de Teddy KGB, usa um agasalho vermelho soviético, tem uma barba espessa e administra um clube ilegal de pôquer em Nova York.
O gângster russo, que pode ser bastante desagradável, passa a maior parte do tempo sendo engraçadinho e comendo biscoitos.
O protagonista, Mike, é interpretado por um jovem Matt Damon, mas não é tão interessante quanto seu rival, Malkovich.
Talvez isso tenha a ver com a cor da roupa: como todos descobririam um ano depois, até vestidos desta cor ficam incríveis em Malkovich.
- Aleksêi Vostrikov, “K-19: The Widowmaker” (2002)
Próximo à costa dos Estados Unidos, em 1961, o primeiro submarino nuclear soviético está fazendo testes quando ocorre um acidente e surge um risco iminente de vazamento de material radioativo na água.
O capitão do submarino, Aleksêi Vostrikov (Harrison Ford), decide impedir a qualquer custo que isso aconteça.
Dirigido pela vencedora do Oscar Kathryn Bigelow, o filme retrata os soviéticos de um ângulo desconhecido por Hollywood no início dos anos 2000: não como criminosos violentos, mas como verdadeiros heróis patriotas, algo que, na maioria das vezes, corresponde à realidade.
- Boris The Blade, “Snatch – Porcos e Diamantes” (2000)
Um símbolo soviético vivo (por ser “tão curvado quanto a foice soviética e tão duro quanto o martelo que a atravessa”), Boris Iurinov (também conhecido como Boris, a Lâmina) é um exuberante personagem que se tornou marca registrada do filme e um dos melhores personagens já criados pelo diretor Guy Ritchie.
Neste título, ele é um traficante de armas interpretado pelo ator croata Rade Šerbedžija, que quer colocar as mãos em um enorme diamante.
Iurinov fala com um forte sotaque russo, é acompanhado pelo som de uma balalaica onde quer que vá e tem uma capacidade incrível de desviar de tiros.
Ele também é um ex-agente da KGB, mas esta não é sua principal característica. Ele se encaixa perfeitamente no estereótipo e usa várias expressões obscenas russas nos momentos apropriados.
7. Anna Karênina, no filme homônimo (2012)
Já foram filmadas muitas versões de Anna Karênina, mas a interpretação de Keira Knightley retrata a heroína como uma mulher de personalidade espontânea e sensível.
Adaptar a obra de Lev Tolstói sobre uma jovem da segunda metade do século 19 e suas aventuras amorosas não é tarefa fácil.
Na Rússia, por exemplo, geralmente se exige que a adaptação siga fielmente a obra original e liberdades de interpretação são rejeitadas.
Por isso, a Anna Karênina de Keira Knightley não foi considerada real.
6. Ivan Drago, de “Rocky IV” (1985)
A máquina de matar russa e peso-pesado Ivan Drago (Dolph Lundgren) chega aos Estados Unidos para derrotar os melhores boxeadores americanos e provar os avanços de seu país na transformação da humanidade.
Este produto do “império do mal” vence e, acidentalmente e sem remorsos, mata o ex-campeão no ringue.
A luta faz com que Rocky (Sylvester Stallone) deixe as comodidades de sua vida familiar para viajar à Rússia e vingar a morte de seu amigo.
O boxeador russo é o único personagem do filme por quem ninguém tem simpatia. Assim, mesmo enquanto a luta contra Rocky ainda está acontecendo, os russos se voltam contra Drago e começam a gritar o nome do boxeador americano.
Uma cena bastante sem sentido, mas é assim que Hollywood via os russos em 1985.
5. Natasha Tchenkov, de “Salt” (2010)
Outro personagem inverossímil criado pela fobia de Hollywood pela KGB é Evelyn Salt ou Natasha Tchenkov (Angelina Jolie), uma agente da CIA que vive em Washington e faz papel de agente dupla.
Evelyn/Natasha caiu em uma armadilha e se vê forçada a pular do teto de veículos em movimento e desviar de tiros para salvar o presidente russo e sua própria reputação.
No clássico modelo de Lara Croft e Sra. Smith, mas desta vez com um penteado russo, ela participa de todas as cenas clássicas de blockbusters de alto orçamento (incluindo pular de um helicóptero sem morrer) e arrasta o espectador até o fundo da trama labiríntica do filme.
4. Ivan Danko, de “Inferno Vermelho” (1988)
A Rússia do final da década de 1980 e início da década de 1990 foi a era de ouro de Arnold Schwarzenegger e dos filmes de ação americanos.
O herói deste filme é um policial russo, Ivan Danko, que é lembrado com carinho pelos fãs de cinema, e muitas de suas falas se tornaram famosas, apesar de todos os clichês do filme: “Considerando que policiais são policiais em todo o mundo, como vocês soviéticos lidam com toda a tensão e stress?”. A resposta: “Vodca!”.
O diretor Walter Hill fez um filme realmente carinhoso sobre uma dupla de policiais, um russo e um americano (James Belushi), que trabalham nas ruas de Chicago (até onde um filme com tiroteios e gângsteres pode ser considerado carinhoso).
Em contraste com os estereótipos sobre o “perigo vermelho”, o filme é bastante otimista e mostra que toda a conversa política sobre o confronto entre dois grandes poderes se reduz a nada quando se trata de relacionamentos humanos, como o dos dois policiais.
Um tem seu café, seus donuts e cigarros, enquanto o outro tem sua pistola Magnum e sua concentração. Mas os opostos se atraem, como relembra Hill.
3. Nikolai Ratchenko, de “Escorpião Vermelho” (1988)
Dolph Lundgren é a “máquina de matar” russa ideal. Sim, de novo. Críticos fazem piada dizendo que Lundgren parece ter as feições mais eslavas de Hollywood naquela época.
Seu personagem é Nikolai Ratchenko, um soldado universal nascido na União Soviética, que é enviado para um país distante da África onde um golpe revolucionário contra os comunistas locais está em curso.
Moscou não pode aceitar essa situação, e uma coalizão entre soviéticos, cubanos e tchecoslovacos é enviada para o país.
Afastado da propaganda ideológica, Ratchenko vê a luz: o comunismo é o mal e os planos de libertação são apenas uma cortina de fumaça. É hora de se rebelar!
Não é preciso dizer que Ratchenko bebe muita vodca, tem um sotaque russo forçado e briga primeiro com os inimigos do comunismo, depois com os próprios comunistas.
2. Ivan "Whiplash" Vanko, de “Homem de Ferro 2” (2010)
Enquanto o egocêntrico Homem de Ferro (Tony Stark) pensa em como gastar milhões de dólares, atualiza sua roupa de super-herói e morre lentamente devido à radiação, um exuberante rival surge na Rússia.
Outro seguidor da teoria “na verdade foi inventado pelos russos”, Ivan Vanko (Mickey Rourke) está convencido de que Stark e seu pai roubaram sua tecnologia de roupa de super-herói. Ele inventa uma nova roupa e parte para atingir Stark com chicotes que ele mesmo fez.
Para todos que conhecem um típico engenheiro russo, o retrato de Rourke deve ser muito medíocre. Ele poderia perfeitamente ser húngaro, alemão ou italiano.
Exceto talvez porque o ator se parece com um urso russo – com a condição que não se olhe muito de perto.
1. Natasha "Black Widow" Romanoff, de “Os Vingadores” (2012)
Um dos principais membros dos Vingadores, especialista em artes marciais, poliglota e hacker que pode burlar a segurança de qualquer sistema, a personagem da Marvel Natasha Romanoff (Scarlett Johansson) é a personificação do ideal da espiã russa em Hollywood.
Ela não possui superpoderes, mas teve anos de treinamento na KGB e uma infância difícil em Stalingrado (hoje Volgograd).
Estereótipos de russos como comunistas, terroristas, policiais corpulentos e soldados bêbados e musculosos ficaram no passado, junto com as fitas VHS e Arnold Schwarzenegger.
Agora, é a sexy e bela Natasha em sua roupa de couro que pode combater tanto o Hulk como uma nova geração de mutantes.
Este não era o ideal de mulher russa que o autor Nikolai Nekrasov tinha em mente quando escreveu as famosas falas de que uma mulher russa poderia “parar um cavalo a galope e entrar em uma cabana em chamas”.