Modelo cibernético de robô feito por membros do clube Jovem Técnico da cidade de Schiólkovo.
Leon Dubilt/SputnikComo o próprio Vadim Matskevitch escreveu mais tarde na revista “Iúni Tekhnik” (Jovem Técnico, em português), ele se interessou pela primeira vez por robôs depois de assistir ao filme soviético de 1935 “Morte de um sentimento”. O jovem contou aos adultos do clube regional de jovens técnicos que queria construir um robô e recebeu 20 folhas de estanho branco e uma dúzia de rolamentos de esferas. Seu robô androide “B2M” tinha 1,2 metro de altura, podia realizar 8 comandos (levantar a mão, mover-se em direção à luz) e era controlado por controle remoto. O robô impressionou o governo regional e já em 1937 o “B2M” foi enviado à Exposição Mundial de Paris.
Robô andróide “B2M”.
ArquivoDurante o resto da vida, Matskevitch trabalhou no setor de tecnologias de aviação. No final da década de 1950, ele se tornou chefe de um clube de jovens técnicos na cidade de Schiólkovo, perto de Moscou. Em 1959, os jovens técnicos do seu clube apresentaram o novo robô na principal exposição da URSS, VDNKh. Foi construído um palco especial em frente do pavilhão "Eletrificação", onde o robô era exibido ao público a cada duas horas. Ele tinha 1,8 metro de altura, executava 18 comandos, e era capaz de ver e ouvir.
Robô no pavilhão de Jovens Técnicos no VDNKh.
O. Lazarenko/TASSA partir da década de 1960, a indústria na URSS começou a ser massivamente automatizada e o número de engenheiros envolvidos no setor de desenvolvimento da robótica cresceu drasticamente. Em 1962, um robô-guia foi apresentado ao público no Museu Politécnico de Moscou.
Robô-guia do Museu Politécnico de Moscou.
Boris Uchmáikin/SputnikEm 1966, a revista “Tecnologia para os jovens” anunciou um concurso para o melhor robô humanoide. O prêmio principal era uma motocicleta. Os melhores trabalhos foram exibidos em Moscou um ano depois.
Um professor de desenho de Kaluga, Boris Gríchin, apresentou uma “secretária robô automática” (ARS, na sigla em russo). Esse robô foi originalmente projetado como ajudante doméstico para a mãe idosa do professor. O ARS podia atender chamadas telefônicas, gravar mensagens, abrir a porta para os convidados. Este robô foi reconhecido como um dos mais complexos e está exposto no Museu Estatal de História da Cosmonáutica, em Kaluga, até hoje.
Boris Gríchin foi o criador da secretária robô automática ARS.
G. Makaritchev/SputnikMas o vencedor do concurso foi o robô criado por Boris Vassilenko, professor da Escola Técnica de Kalingrado. Para a competição, sua equipe apresentou um robô “Netuno” de dois metros de altura e em traje de mergulho. Podia deslocar-se debaixo d'água a uma velocidade de até 5 km/h e evitar obstáculos por meio de sonar, alertar sobre perigos e possuía um detector de radioatividade.
Boris Vassilenko, vencedor da primeira competição de robôs da URSS. Caminhada dos “homens de ferro” pelas ruas de Kaliningrado.
Arquivo de N. Vassilenko/russiainphoto.ruOs cientistas soviéticos desenvolveram robôs para quase todos os setores da economia nacional. Em 1980, estavam em operação na URSS cerca de 6.000 robôs industriais, ou seja, mais de 20% de todos os robôs do mundo. Eles trabalhavam em fábricas de automóveis, usinas nucleares, debaixo d’água e no espaço.
Teste de robótica em centro estatal.
V. Baranóvski/SputnikFoi na URSS que os primeiros rovers planetários do mundo foram desenvolvidos: sondas lunares, depois de Marte e de Vênus.
Lunokhod 1, primeira sonda espacial dos anos 1970.
Getty ImagesEm muitos institutos surgiram faculdades de robótica e escritórios especiais, onde foram criadas novas unidades de aparatos mecânicos.
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