Como os soviéticos construíram um chalé futurista de plástico (FOTOS)

Revista "Tekhnika Molodezhi"
Em 1961, um pequeno chalé sobre uma espessa plataforma de tijolos de vidro apareceu na rua Torzhkovskaya, em Leningrado. Uma de suas paredes era totalmente envidraçada, e sua estrutura era inteira de plástico.

O arquiteto Aleks|ei Scherbenok e o engenheiro Leonid Levínski foram os autores do projeto. Usando a casa como exemplo, eles estavam testando como os materiais de construção de plástico poderiam ser usados para o desenvolvimento de casas em grande escala. O moderno material era mais barato do que os tradicionais, e a construção das casas levava menos tempo, o que permitia reduzir despesas. Foi uma ideia "emprestada" dos engenheiros ocidentais.

O primeiro andar, feito de uma estrutura de ferro-concreto e tijolos de vidro, era um andar técnico. Parecia um suporte quadrado de dois metros com comunicações internas, assim como sistemas de aquecimento e ventilação.

No topo, foi colocada uma grande "caixa" de 7,2 x 6,7 metros, feita de 28 painéis de tubos de canto. As paredes tinham duas camadas de fibra de vidro, preenchidas com isolamento de espuma de poliestireno. Elas tinham 14 centímetros de espessura. Os especialistas observaram que, em suas propriedades de resistência ao frio, esses 14 centímetros equivaliam a dois metros de tijolo. Com isso, o peso de um metro quadrado desse painel era de apenas 70 quilos. Seriam necessários pelo menos 600 quilos de tijolos para construir uma parede externa de uma casa comum.

Dentro dessa "caixa" havia um apartamento completo de 13,2 metros quadrados, com um quarto, uma sala de estar, uma cama, uma cozinha e um banheiro. A entrada ficava localizada no segundo andar, por onde se chegava por meio de uma escada.

Esse protótipo de bangalô de "plástico" permaneceu desocupado; somente de tempos em tempos os especialistas avaliavam suas condições e sua resistência às condições climáticas. No entanto, o experimento de três anos não produziu os resultados esperados. Apesar das paredes de plástico resistirem ao frio e à chuva, a calefação não proporcionava uma distribuição igualitária do calor no interior; enquanto isso, os radiadores elétricos entulhavam o cômodo.

Além disso, a manutenção tecnológica da casa futurista acabou custando mais do que um bloco de apartamentos "khruschovka" comum. Após a conclusão do experimento, o chalé foi abandonado e, mais tarde, desmontado. Hoje, uma estrada passa pelo local.

Mais tarde, outra tentativa de usar plástico em empreendimentos residenciais foi realizada em Moscou. Em 1963, a primeira casa de plástico de cinco andares foi construída na rua 4-y Vyatsky Pereulok. A tecnologia de sua construção era semelhante à da construção de "khruschovkas", exceto pelo fato de que os painéis de blocos não eram de concreto, mas de polímero com 10 centímetros de espessura. A estrutura foi isolada com isopor, coberta com escudos de fibra de vidro na parte superior e rebocada. As costuras entre os painéis, por sua vez, foram isoladas com lã de vidro. Essas paredes preservavam o calor com o dobro de eficácia. Os móveis, embutidos na parede dos apartamentos, também eram feitos de plástico.

Ao contrário do apartamento em Leningrado, esse bloco teve inquilinos por mais de 20 anos, até 1985. Então, foi tomada a decisão de reconstruí-lo. No entanto, após ficar quase totalmente vazio por cerca de 10 anos, ele acabou demolido.

LEIA TAMBÉM: 10 coisas que todo apartamento soviético tinha (FOTOS)

O Russia Beyond está também no Telegram! Para conferir todas as novidades, siga-nos em https://t.me/russiabeyond_br

Autorizamos a reprodução de todos os nossos textos sob a condição de que se publique juntamente o link ativo para o original do Russia Beyond.

Leia mais

Este site utiliza cookies. Clique aqui para saber mais.

Aceitar cookies