Como a União Soviética não foi apenas a primeira a lançar um homem ao espaço sideral, mas também teve sucesso em outros marcos da cosmonáutica, é lógico deduzir que havia planos para o estudo de planetas próximos à Terra.
Viajar para outros planetas
O grandioso projeto da espaçonave interplanetária pesada soviética, como explica o Djen, foi desenvolvido no início dos anos 1960. A nave, como se sabe, não se destinava apenas a expedições espaciais em grande escala de cosmonautas soviéticos aos planetas mais próximos — Marte e Vênus —, mas também para um possível pouso em suas superfícies. Havia até uma data prevista para o lançamento da espaçonave: 8 de junho de 1971.
Esta data foi escolhida por ser um período em que os planetas do sistema solar ficam menos distantes entre si. O retorno da nave com os tripulantes a bordo era esperado para 10 de julho de 1974.
O equipamento seria projetado em OKB-1 sob a direção de Mikhail Klavdievitch Tikhonravov. Na época, a administração federal considerou opções diversas para as naves (em particular, para o voo para Marte).
O desenvolvimento da nave foi conduzido por dois grupos de projetistas liderados por G.Y. Maksimov e K.P. Feoktistov.
O projeto de Maksimov
A espaçonave foi projetada levando em conta as possibilidades tecnológicas que existiam na época. Seria uma nave pequena em massa, que poderia acomodar uma tripulação de três pessoas. O plano era que a espaçonave voasse ao redor de Marte em uma trajetória de aproximação.
O plano não era pousar na superfície do Planeta Vermelho. Também não foi planejado entrar na órbita de Marte. Ou seja, a nave circundaria Marte e retornaria à Terra, e o módulo de descida devolveria a tripulação à Terra.
Projeto de Feoktistov
Este projeto era de natureza mais complexa. A diferença era que o projeto tinha um esquema de lançamento múltiplo. A nave interplanetária pesada em si seria montada na órbita da Terra e depois acelerada até Marte. Os motores deste equipamento seriam movidos por energia nuclear.
Como o voo duraria mais de um ano, foi dada atenção ao desenvolvimento de sistemas de suporte de vida para a tripulação. Isto incluiria um sistema para regeneração de oxigênio e entrega de alimentos. Além disso, foi levado em conta o fator psicológico, já que a tripulação ficaria muito tempo em um espaço confinado. Também foi conduzido trabalho para resolver problemas como proteção contra radiação solar e radiação cósmica de fundo.
Embora ambos os projetos de espaçonaves interplanetárias pesadas demonstrassem viabilidade, ficou claro que não poderia ser dispensado um complexo experimental anterior na Terra, necessário para um estudo mais profundo e completo de todos os aspectos do voo com humanos. Por esta razão, já no início da década de 1970, focou-se na construção de estações na órbita da Terra para compreender com precisão os efeitos em humanos dos longos voos espaciais na ausência de gravidade.
A Mavr foi uma revisão da TMK em meados da década de 1960 para incorporar um sobrevoo por Vênus, um planeta que seria investigado por sondas soviéticas não tripuladas, no trecho de retorno da viagem.
Como resultado, a União Soviética começou a implementar o programa lunar tripulado, e a indústria espacial e a própria economia do país em tais condições não poderiam se dispersar em direções diferentes. Portanto, após o cancelamento, no início dos anos 1970, do desenvolvimento do foguete superpesado soviético N-1, o projeto de criação da TMK acabou truncado.
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