Tanques da Primeira Guerra Mundial
Os primeiros veículos de combate que mais tarde seriam conhecidos como tanques surgiram em 1914, após o início da Primeira Guerra Mundial.
Eram principalmente metralhadoras sobre trilhos levemente blindadas, por isso podiam ser perfuradas por balas ou estilhaços.
O primeiro tanque russo chamava-se Vezdekhod, que significa, literalmente, “capaz de andar em qualquer lugar” em russo.
“Parece que o Vezdekhod é uma ideia sólida e prática; pode atingir uma velocidade de até 25 versta/hora (26,67 km/h). Além disso, o Vezdekhod pode subir um terreno com inclinação de 40 graus, atravessar uma vala de três metros de largura e um obstáculo vertical de 0,75 metros. Todos os buracos significativos foram cruzados satisfatoriamente. O Vezdekhod é de fácil direção em alta velocidade e atravessa terrenos e obstáculos intransponíveis para veículos motorizados convencionais”, escreveu a comissão de teste nº 4563 em seu relatório.
O primeiro protótipo foi construído apenas em 1917, quando o país negociava os termos de paz e se preparava para sair da Primeira Guerra Mundial. Com o início da Revolução Russa, o Vezdekhod jamais entrou em produção em massa.
“Renault Russo” e os primeiros tanques soviéticos
Os primeiros tanques soviéticos eram cópias quase exatas de veículos blindados estrangeiros que haviam sido comprados no exterior ou obtidos durante a Primeira Guerra Mundial. Essas máquinas foram usadas como protótipos para testar as melhores tecnologias estrangeiras: armas, blindagem e suspensão.
Os primeiros protótipos de tanques soviéticos apareceram em 1920 e 1921. Eles foram chamados de “Renault Russos”, pois eram baseados na plataforma francesa Renault FT-17. Mais tarde, os soviéticos criaram tanques com base no italiano Fiat-3000, porém com a suspensão do francês Renault NC27.
Esses protótipos serviram de alicerce para o desenvolvimento do primeiro tanque leve soviético MS-1, também conhecido como T-18. Esses veículos receberam suspensão modernizada, necessária para o território russo, eram mais curtos que os estrangeiros e estavam armados com poderosas metralhadoras Degtiariov de 7,62 mm, capazes de perfurar efetivamente veículos blindados leves.
Após anos de testes, na década de 1930, o comando militar formulou os requisitos para tanques de batalha. Essas máquinas deveriam pesar 12 toneladas e seriam usadas como unidades de apoio de infantaria rápidas e poderosas.
Experimentos na década de 1930
Os primeiros anos de desenvolvimento de tanques na União Soviética mostraram que o país não tinha experiência em engenharia de tanques, pessoal ou sequer capacidade de lançar uma produção em larga escala.
Junto com o desenvolvimento de tanques leves, médios e pesados de um canhão, os projetistas soviéticos também tentaram criar veículos blindados com várias torres: TG-1, criado pelo engenheiro alemão Edward Grotte, e T-35, baseado no tanque britânico A1E1 Independent.
As batalhas da guerra soviético-finlandesa no final dos anos 1930 mostraram que a infantaria exigia máquinas menos poderosas, mas mais manobráveis no campo de batalha. Tanques pesados eram mais adequados para cercos e para eliminar alvos fortemente blindados.
Assim, os projetistas soviéticos decidiram se dedicar à criação e desenvolvimento de tanques médios de um único canhão, adequados para produção em massa e com armas bastante eficazes para apoiar a infantaria no campo de batalha.
Tanques da Segunda Guerra Mundial
Os tanques soviéticos do período da Segunda Guerra Mundial foram divididos em três grupos: leves, médios e pesados.
Cada tipo de blindado tinha objetivos diferentes. Tanques leves eram usados para missões de reconhecimento, bem como veículos de apoio para tropas aerotransportadas e fuzileiros navais.
O tanque leve soviético mais utilizado durante a Segunda Guerra Mundial foi o T-26. O exército tinha até 11.300 veículos desse tipo, armados com canhões de calibre de 45 mm e metralhadoras Degtiariov 7,62 x 54 mm. Essas armas eram bastante eficazes contra a infantaria, mas não eram capazes de infligir dano a veículos blindados pesados.
Os tanques médios tornaram-se os cavalos de batalha da Segunda Guerra Mundial.
O tanque mais utilizado do Exército soviético foi o T-34 armado com um canhão de 76 mm. Esse blindado se tornou um verdadeiro problema para os alemães durante o primeiro período de invasão da URSS. O inimigo não tinha veículos com blindagem semelhante, e o principal canhão antitanque alemão, intitulado 37mm Pak 36, também não possuía análogos.
O T-34 soviético podia facilmente atingir tanques inimigos a até 1,6 quilômetro de distância, enquanto seus oponentes tinham que se aproximar a uma distância suicida de 460 metros ou menos para penetrar efetivamente a blindagem de 45 mm de espessura do T-34. A arma mais eficaz para combater esses tanques soviéticos era o canhão antiaéreo de 88 mm distribuído entre as unidades de infantaria alemãs para tal finalidade.
Este tanque tornou-se o veículo blindado mais produzido na URSS, com mais de 35 mil tanques construídos durante e após a guerra.
O Exército soviético também contava com tanques pesados com blindagem frontal maciça e os canhões mais poderosos da época, de calibre de 100 e 120 mm. O tanque soviético mais conhecido deste tipo, e o mais poderoso do Exército soviético na época, foi o Ióssif Stálin-2 (IS-2). Ao contrário do T-34, os IS-2 combateram efetivamente os alemães Tiger II sozinhos. Esses veículos desempenharam um grande papel durante os cercos e ataques às cidades, mas eram caros e difíceis de produzir. No total, foram fabricados 3.395 tanques IS-2, que permaneceram em uso no Exército russo até 1995.
1ª geração de tanques (T-34-85)
A divisão de tanques em “gerações” começou após a Segunda Guerra Mundial, quando engenheiros de todo o mundo estavam desenvolvendo conceitos e testando diferentes sistemas necessários para criar um tanque eficaz.
Os tanques da 1ª geração foram criados nos anos 1950 e 1960. Eles representam versões modernizadas de tanques da Segunda Guerra Mundial com a adição das melhores tecnologias de tanques norte-americanos, soviéticos e alemães.
A União Soviética investiu muito na modernização da série T-34. O novo modelo T-34-85 recebeu um canhão de 85 mm, que era mais eficaz contra novos tipos de blindagem pesada. Além disso, o T-34 modernizado recebeu um telêmetro óptico, um sistema de controle de disparo mais preciso, transmissão hidráulica e novas lagartas de borracha e metal.
2ª geração de tanques (T-62 e T-72)
Os tanques da segunda geração foram produzidos nas décadas de 1960 e 1970. O modelo mais conhecido é o T-62, com mais 20.000 veículos fabricados. Suas principais diferenças em relação aos tanques da primeira geração eram as armas de calibre maior, o sistema de estabilização de armamento e o sistema de combate ativo em condições de visibilidade limitada. Em outras palavras, os tanques da segunda geração receberam visão noturna e podiam operar efetivamente durante a noite.
3ª geração de tanques (T-90)
Os primeiros tanques da terceira geração foram criados na década de 1970 e continuam sendo produzidos. Atualmente são os veículos blindados mais utilizados nas forças armadas em todo o mundo.
O tanque de terceira geração do Exército russo é o T-90, que recebeu um novo sistema integrado de controle de fogo com uma calculadora balística digital e um telêmetro a laser. Esses dois sistemas melhoraram a precisão de tanques no campo de batalha.
Graças ao conjunto de sensores externos de condições climáticas e sistema de vigilância de imagens térmicas, o T-90 pode cumprir missões em quaisquer condições climáticas. Além do mais, a transmissão hidrostática possibilita virar em qualquer raio.
4ª geração de tanques (T-14 Armata)
O mais novo tanque russo T-14 Armata é considerado o único de quarta geração existente no mundo. Este veículo blindado foi criado na plataforma multifuncional Armata e projetado para usar um canhão de calibre de 125 mm, mas, de acordo com o fabricante, as novas modificações do veículo blindado também podem receber um canhão de 152 mm.
O T-14 é capaz de atirar até dez vezes por minuto e atingir alvos a uma distância de até sete quilômetros. É o único tanque do mundo com uma torre não tripulada; a tripulação fica em uma cápsula metal-cerâmica multicamada. É equivalente a uma blindagem metálica homogênea de um metro de espessura, que, segundo o desenvolvedor, não pode ser penetrada por projéteis ou mísseis antitanque existentes.
Está equipado com a blindagem dinâmica Malakhit de quarta geração, capaz de repelir tiros de lançadores de granadas antitanque portáteis, bem como balas antitanque modernas.
Além disso, possuem modernos sistemas de radar, o que lhes confere vantagens específicas em termos de mira e controle de disparo. O T-14 pode, por exemplo, atingir aeronaves e interceptar foguetes e mísseis.
Conta ainda com o sistema de proteção ativa da nova geração Afganit, capaz de interceptar projéteis e mísseis guiados antitanques usando um sistema de proteção “fumaça e metal”.
O Armata também é o primeiro “tanque furtivo”, com visibilidade drasticamente reduzida nos espectros infravermelho, magnético e de rádio. Em suma, mísseis antitanque com ogivas teleguiadas não são capazes de detectar o Armata no campo de batalha.
Graças a câmeras de vigilância ultravioleta HD com cobertura de 360°, o tanque pode detectar gases ionizados de motores e enviar dados de reconhecimento para a base militar.
O T-14 possui também seu próprio drone de reconhecimento Pterodáctilo com radares de vigilância infravermelhos.
As informações obtidas pelo drone podem ser usadas não apenas pela tripulação do tanque, mas também por outras unidades no campo de batalha, pois o T-14 possui o Sistema Unificado de Controle Táctico. Este inclui onze subsistemas responsáveis pela interação de meios de guerra eletrônica, artilharia, defesa aérea, sistemas de engenharia e ativos logísticos.
Em outras palavras, este tanque pode coordenar o trabalho de todas as outras unidades e ajudar no equilíbrio de forças no campo de batalha.
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