O comando militar russo está procurando um novo rifle de precisão de infantaria eficaz para substituir o desatualizado fuzil SVD, criado na década de 1960. Existem vários potenciais candidatos a ocupar o lugar dele, entre eles o SVCH da Kalashnikov, o T-5000 da Orsis, o DVL-10 da Lobaev Arms. No início de 2021, a Kalashnikov apresentou mais um fuzil de precisão semi-automático: o SK-16, que difere muito de seus concorrentes.
Este fuzil é uma arma de design modular que permite alterar seus calibres no campo de batalha. É possível substituir seu cano a fim de ajustar o poder de fogo da arma para condições de batalha específicas.
“Isso permite aumentar ou diminuir drasticamente o poder de fogo da arma no campo de batalha. A arma pode disparar balas de calibres .308 Win ou .338 LM. Assim, o alcance efetivo pode diferenciar entre 600 e 1.800 metros e o atirador termina por ter dois rifles dentro de um”, explica o ex-atirador das Forças Especiais russas, Ivan Kudriachov.
Uma característica interessante do SK-16 é o princípio de operação automática. O cano é conectado apenas com a barra de mira. Nem o guarda-mão, nem o motor a gás têm qualquer efeito sobre o disparo. No SK-16, a entrada de pressão para operação automática ocorre após o freio de boca, retirando assim completamente as vibrações do cano durante o movimento da bala.
Os engenheiros também usaram o princípio de reversão do bloco do barril e do receptor, que é amplamente utilizado em armas de artilharia, bem como em pistolas e rifles olímpicos. No entanto, em armas leves de combate, o uso desse princípio é extremamente raro.
Tudo isso ajuda a minimizar o deslocamento do cano e da mira após cada tiro para que o atirador possa ver claramente o resultado do tiro.
Os especialistas, porém, são céticos sobre as chances de o SK-16 se tornar o principal fuzil de precisão do exército russo.
“O fuzil de precisão para o exército não deve ser sofisticado, mas durável, suportar sujeira e água, ser fácil de usar e eliminar efetivamente os inimigos a 500 metros. O SK-16 é uma arma muito sensível que requer uso adequado e não pode ser tratada de forma não profissional”, explica o editor-chefe da revista militar russa “Arsenal Otétchestva”, Víktor Murakhôvski.
De acordo com ele, o SK-16 poderia ser uma boa arma para as unidades das Forças Especiais ou atiradores civis profissionais. O fuzil, porém, não é adequado para soldados mal treinados.
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