Em 6 de maio, as autoridades médicas russas registraram uma vacina “leve” contra covid-19, batizada de Sputnik Light, de acordo a agência de notícias Tass. É a primeira vacina de dose única da Rússia e a segunda do mundo, atrás apenas da norte-americana Johnson & Johnson.
De acordo com os resultados de ensaios clínicos realizados na Rússia a partir de 8 de janeiro, a eficácia da vacina de dose único é de 79,4% a partir do 28º dia após a aplicação. A taxa de eficácia de quase 80% supera a de muitas vacinas que requerem duas injeções, segundo o Fundo de Investimentos Diretos da Rússia (FIDR), responsável pelo desenvolvimento e exportação das vacinas russas.
Segundo dados oficiais, porém, eficácia das vacinas de duas doses é mais alta: a Sputnik V tem eficácia de 91,6%; a mRNA-1273 (Moderna), de 94,5%; a BNT162b2, da Pfizer e BioNTech, de 95%. Apenas a AstraZeneca tem eficácia menor, de cerca de 70%.
De acordo com Aleksandr Ginzburg, chefe do Centro Gamaleya, que desenvolveu a vacina, a versão “leve” da vacina imuniza a pessoa em três semanas, mas ela também tem tempo de proteção menor, que dura entre 3 e 5 meses. Segundo ele, o principal objetivo da vacina será diminuir a mortalidade por covid-19 em países onde a média diária de mortos continua alta.
O presidente Vladimir Putin também destacou que a nova versão da vacina terá um efeito mais curto, mas possibilitará a vacinação de uma quantidade maior de pessoas.
Ferramenta de revacinação
O registro da Sputnik Light na Rússia não significa seu amplo uso no país, segundo o diretor do FIRD, Kirill Dmitriev. A Sputnik V continuará sendo a principal ferramenta de vacinação dos russos, enquanto a versão leve da vacina será destinada principalmente à exportação e custará menos de US$ 10 por dose.
"A Sputnik Light não é uma alternativa à Sputnik V, já que foi criada para ser uma solução a outros problemas", declarou o ministro da Saúde russo, Mikhail Murachko. O novo medicamento deverá ser destinado à rápida formação da imunidade em populações com alta de doentes e mortes e poderá ser usado para vacinar aqueles que já se recuperaram da infecção por coronavírus.
Segundo Ginzburg, a Sputnik Light é uma boa ferramenta "tanto para a vacinação inicial, como para revacinação da população" e "pode ser combinada com outras vacinas para aumentar sua eficácia".
Nove empresas russas já receberam autorização para produzir o Sprutnik Light. A vacina pode ser armazenada na forma congelada por seis meses e na forma líquida por um mês.
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