Anna Kikina, de 35 anos, nasceu em Novosibirsk. Na escola, destacava-se nos esportes; em 2005, fez um curso de instrutora de primeiros socorros no Ministério para Situações de Emergência da Rússia e, no ano seguinte, formou-se na faculdade de engenharia daUniversidade Estatal de Novosibirsk de Transporte Marítimo, especializando-se em Proteção em Situações de Emergência. Dois anos mais tarde, recebeu outro diploma na mesma universidade, desta vez em Economia e Gestão.
Algum tempo depois, resolveu dar uma reviravolta na carreira e começou a se envolver com jornalismo, tornando-se apresentadora de rádio na Rádio Sibéria. No tempo livre, competia em eventos poliesportivos e praticava rafting, pelo qual recebeu o título de Mestre do Esporte. Entre seus hobbies está ainda o paraquedismo, com 151 saltos já registrados. Além disso, segundo o jornal on-line Lenta.ru, Kikina adora ler e assistir a filmes, especialmente “O Senhor dos Anéis” e “Avatar”.
Do nada ao tudo
Em 2012, ao saber que a agência espacial russa Roscosmos procurava cosmonautas para treinamento, Anna decidiu se inscrever.
Anna Kikina durante coletiva de imprensa dedicada ao experimento SIRIUS, em Moscou
Maksim Blinov/Sputnik“Aconteceu do nada. Estava levando minha vida calmamente quando um colega da estação de rádio me disse que o corpo de cosmonautas estava recrutando. Eu brinquei: ‘Claro, logo estaremos voando para o espaço’. Então, quando percebi que era verdade, a ideia de me tornar um cosmonauta ficou na minha cabeça”, lembra Kikina.
O processo inteiro de seleção durou cerca de um ano, durante o qual o número de candidatos foi reduzido para 304, incluindo 43 mulheres. Entre os oito candidatos enfim selecionados, Anna era a única mulher.
Designada para a posição de cosmonauta de teste em 2014, vem desde então se preparando para voar para o espaço. Um dos testes mais difíceis foi o experimento de isolamento SIRIUS em novembro de 2017, que simulou um voo para a Lua.
Astronauta da Nasa Anna Lee Fischer (à esq.) e a cosmonauta Anna Kikina durante reunião no Museu da Cosmonáutica
Kirill Zikov/Agència MoskvaNo último dia 27 de junho, uma publicação da conta oficial do Roscosmos no Twitter anunciou que Kikina irá, daqui a dois anos, para a ISS como parte de uma equipe russa. Em um programa de TV russo, o chefe do corpo de cosmonautas russo, Oleg Kononenko, confirmou ao vivo que o voo acontecerá no outono de 2022.
Mais mulheres, por favor
Em entrevista à revista “Glamour”, Kikina admite que não tem tempo para romancear as viagens espaciais.
Cosmonauta Anna Kikina durante reunião no Museu da Cosmonáutica
Kirill Zikov/Agência Moskva“O lançamento, a aproximação e a atracação são as fases cruciais do voo. Não há espaço para emoção. Somente depois de atracar à ISS, é possível relaxar um pouco, observar a Terra e perceber que seu sonho se tornou realidade”, diz Anna, acrescentando esperar que no futuro mais mulheres integrem a tripulação russa.
“Claro, não é chato para mim [no corpo de cosmonautas], mas seria melhor se houvesse mais mulheres. A Terra é o lar de tantas mulheres e homens, mas, por alguma razão, há apenas uma mulher no corpo. Espero e acredito que a próxima seleção, que já está em andamento, selecione mais mulheres”, continuou.
A última mulher russa a voar para o espaço foi Elena Serova, que passou 167 dias a bordo da ISS, de setembro de 2014 a março de 2015. Serova foi a quarta cosmonauta mulher soviética-russa em toda a história.
Anna Kikina durante coletiva de imprensa dedicada ao experimento SIRIUS, em Moscou
Maksim Blinov/SputnikLEIA TAMBÉM: Por que os astronautas se chamam cosmonautas na Rússia?
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