5 mitos sobre o AK-47

Rifle de assalto Kalashnikov não é somente um dos modelos de armas de fogo mais populares do mundo, mas também símbolo de simplicidade e confiabilidade. Mas, embora seja um nome familiar, sua história é cercada de mitos.

1. Kalashnikov é clone do StG 44 alemão

Sim, as duas armas são extremamente parecidas e não há dúvida de que os soviéticos capturaram os fuzis alemães no final da Segunda Guerra Mundial.

No entanto, os primeiros StG 44 caíram nas mãos do Exército Vermelho apenas em 1944, enquanto o projetista Aleksei Sudáiev apresentou aos militares da URSS a primeira versão do fuzil automático que posteriormente foi batizado de AK já em 1943.  

O fuzil de assalto AS-44 projetado por Aleksêi Sudaiev venceu um concurso para o fornecimento de armas ao exército realizado em 1944. Mas decidiu-se aprimorar a arma.

Dois anos depois, Sudaiev morreu repentinamente, aos 34 anos de idade, e não havia ninguém disponível para terminar seu trabalho. A criação do rifle de assalto foi deixada em aberto e só depois foi lançada uma nova concorrência. As especificações técnicas, porém, baseavam-se principalmente nas características da já testada arma de Sudaiev, e não na Sturmgewehr Stg-44 (que era então utilizada em testes comparativos).

Após uma série de longos e complexos testes, a liderança soviética optou, enfim, pelo fuzil de assalto Kalashnikov de calibre 7,62 mm (AK), o AK-47.

A principal diferença entre o AK e o alemão StG 44 está na construção da arma. Além das diferenças externas, as duas armas têm diferentes mecanismos de fogo, carregadores que não são intercambiáveis e diferentes configurações de desmontagem.

Porém, não é possível negar que os engenheiros alemães tenham contribuído para o desenvolvimento do fuzil de assalto soviético. Após a vitória na Segunda Guerra Mundial, o escritório de projetos de Hugo Schmeisser passou a funcionar na cidade soviética fechada de Ijévsk e ajudou a melhorar o AK-47.

2. Kalashnikov é fuzil único, sem análogos

Graças a seu design simples, eficiência, baixo custo e manutenção fácil, o fuzil AK se tornou um dos símbolos da revolução e da luta pela independência em diversos países do mundo.

No entanto, a plataforma do Kalashnikov não é única. Os tchecos, por exemplo, criaram fuzis de assalto usando plataformas semelhantes, como o SA Vz. 58.

Este fuzil parece uma réplica do AK, mas funciona de maneira diferente e, como no caso do alemão StG 44, só pode usar seus próprios carregadores.

O SA Vz.58 foi utilizado por militares da Europa Oriental até 2010, mas não ganou tanto renome porque não era tão confiável como o AK.

3. O Kalashnikov não pode acertar alvos a mais de 300 metros de distância

É pouco provável que um atirador inexperiente acerte um alvo a 300 metros com um Kalashnikov. Mas soldados profissionais podem acertar alvos a mais de 400 metros com a arma.

O alcance efetivo do AK depende muito da configuração do fuzil e da experiência do atirador: é preciso usar a "trajetória arqueada", ou seja, apontar ligeiramente para o lado e para cima, tendo em conta a força do vento, a pressão do ar e a distância.

4. Kalashnikov é uma arma ideal, amada universalmente desde que foi inventada

Embora a mais famosa versão do Kalashnikov tenha surgido em 1947, a arma ganhou fama 12 anos mais tarde, quando foram aprimorados os mecanismos do fuzil.

O AK que conhecemos hoje é o modelo de 1959, que o próprio Kalashnikov refinou, eliminando as falhas que eram indicadas pelos militares. A versão inicial da arma tinha problemas ligados à durabilidade, confiabilidade e precisão.

Mesmo após a modernização, o AK ainda estava abaixo de seus concorrentes da OTAN em termos da precisão, mas tinha maior poder destrutivo, uma confiabilidade incrivelmente alta e era capaz de disparar na lama, água, areia e neve.

5. A ideia do AK pertence pessoalmente a Mikhaíl Kalashnikov

Kalashnikov era um engenheiro genial, mas trabalhava como o projetista-chefe de uma grande equipe de engenheiros que desenvolveu a ideia de Sudaiev de 1943. O AK surgiu graças aos esforços de muitos especialistas, inclusive os alemães do escritório de Schmeisser.

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