Cientistas russos desenvolvem redes neurais para combater incêndios

Getty Images
Pesquisadores do Skoltech, em Moscou, desenvolveram um algoritmo para analisar imagens de satélite de áreas afetadas por incêndios florestais e outros desastres naturais. Isso pode ajudar a fazer uma rápida avaliação de danos, dizem cientistas russos. O algoritmo é baseado em aprendizado de máquina e visão computacional.

Cientistas do Instituto de Ciência e Tecnologia de Skôlkovo (Skoltech) usaram imagens públicas de satélite tiradas da Califórnia em 2017 para treinar uma rede neural que distingue edifícios destruídos de outros não afetados por incêndios.

A rede identificou corretamente as casas na cidade de Santa Rosa que haviam sido atingidas por incêndios devastadores. Se usada em uma situação de emergência, essa solução ajudaria a avaliar rapidamente o foco e o dano aproximado do desastre, acreditam os pesquisadores.

De acordo com Vladímir Ignátiev, pesquisador do Skoltech, os algoritmos são capazes de analisar imagens multitemporais de satélite e detectar as mudanças em objetos que pertençam a uma determinada classificação.

“A solução será de grande ajuda em várias pesquisas e em aplicações industriais para monitoramento de áreas, como detecção de novos locais de construção, avaliação de densidade populacional e gestão de risco em áreas protegidas”, prevê Ignátiev.

Os algoritmos foram desenvolvidos pelo AeroNet Lab, do Skoltech, em colaboração com o professor Evguêni Burnáiev. O AeroNet Lab cria soluções reais baseadas em visão computacional e aprendizado profundo.

O laboratório utiliza imagens aéreas e de satélite para ajudar a monitorar zonas de segurança em grandes instalações industriais de grande escala, detectar vazamentos ou impedir construções ilegais, bem prever colheitas e secas.

O novo algoritmo tem gerado interesse entre organizações de Estado e humanitárias, bem como companhias de seguro, informou o Skoltech em um comunicado.

Em outubro do ano passado, o parque Chapada dos Veadeiros, em Goiás, foi atingido por um incêndio que destruiu 28% da unidade de conservação ambiental. A queimada, que durou duas semanas, foi a pior da história desde a ampliação do parque.

Paralelamente, uma área correspondente a 5,6 milhões de acres foi afetada por incêndios nos Estados Unidos em 2017 – o que representa um aumento de 1,8 milhão de acres em relação à média de dez anos. Outras regiões do planeta, como áreas da Rússia e da Nova Zelândia, também foram devastadas por incêndios no ano passado.

Você sabia que, há alguns anos, Moscou ganhou um grupo de bombeiros voluntários que combate incêndios e outras urgências na capital? Conheça mais sobre a iniciativa

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