As tropas de defesa aérea da Rússia estão equipadas com sistemas de mísseis poderosos, que protegem os céus de países ao redor do mundo. Os militares russos passam cinco anos preparando-se para usá-los e poucos ultrapassam os desafios para se tornar guardas de fronteira armados até os dentes com os S-300s e S-400s.
O treinamento de militares para repelir um possível ataque de mísseis tem dois estágios. O primeiro consiste em estudar os planos do teórico ataque aéreo do inimigo e a preparação para detê-lo.
“O dispositivo de cálculo de cada sistema transmite seu plano de ação ‘oralmente’ e no papel. O objetivo é maximizar o uso do potencial do sistema e o poder de disparo de seus mísseis para, assim, abater o maior número possível de alvos aéreos”, disse Dmítri Safonov, ex-colaborador militar do jornal ‘Izvêstia’, ao Russia Beyond.
Durante o treinamento nas academias militares, uma quantidade significativa de tempo é destinada a esse estágio, e os professores podem repreender severamente os futuros oficiais caso não tenham conseguido compreender alguma etapa.
Após a preparação, o modelo computacional da situação passa para o “papel”.
“Aqui são determinadas todas as ações da equipe de cálculo do sistema de defesa aérea: as informações que eles passam uns aos outros e à equipe de direção são anotadas, assim como as ações do grupo. Simultaneamente, o ‘cenário de combate’ é dificultado por interferências e possíveis falhas nos sistemas. Desse modo, é criada uma simulação completa do combate real, para que a equipe esteja preparada ao máximo para todas as situações da vida real”, acrescentou o especialista.
Treinamento ‘prático’
É aqui que acontece a parte mais interessante: o segundo estágio compreende ao aperfeiçoamento do sistema no campo de tiro, com disparos reais. A diferença, porém, é que esses testes são disparados sem munição e contra os homens-mísseis.
“Alguns combatentes voam dos campos de tiro próximos que devem penetrar o escalão de defesa aérea. São feitos disparos contra eles – obviamente, apenas em computadores. Os aviões lançam projéteis ou mísseis no alvo e deixam a trajetória de voo para que os mísseis S-300 reais não os abatam”, explicou Safonov.
Além disso, durante os disparos, alvos ou drones são geralmente enviados a partir do solo, e os ‘homens dos mísseis’ devem rastrear e derrubá-los.
“Tudo é realizado em três estágios: o radar detecta e captura o alvo, é feita a estimativa da trajetória de voo do alvo para o solo, e o míssil é lançado para atingir o objeto. Em seguida, o dispositivo de cálculo monitora a situação no ar, enquanto as máquinas de recarga reabastecem o conjunto de combate das unidades.”
Estrutura de defesa da Rússia
O sistema de defesa antiaérea da Rússia conta com mísseis antiaéreos S-300 e S-400.
Essas máquinas detectam alvos a uma distância de 250 a 400 km e seus mísseis podem derrubá-los a uma distância de 150 a 250 km. Os objetos inimigos podem ser abatidos mesmo se estiverem voando a uma velocidade de 2,5 km/s.
Além disso, os radares do S-400 e do S-300 são capazes de detectar até 36 alvos, e cada instalação de lançamento pode disparar simultaneamente contra 12 objetos.
Os dados exatos sobre a quantidade de tecnologia e número de militares são confidenciais. Mas o número de instalações antimísseis, radares de vigilância e sistemas de acompanhamento e mira podem chegar a várias centenas.
Soldado de batalhão do Sistema de Mísseis de Defesa Aérea do Distrito Militar Oriental
Vitaliy Ankov/Sputnik“Os sistemas de artilharia antimísseis Pantsir-S1 dão apoio aos sistemas S-300 e S-400. Este é um escalão de defesa aérea de curto alcance que ‘aniquila’ os mísseis que, por ventura, seus antecessores atingiram nos arredores da cidade”, destacou o professor de ciências militares Vadim Koziulin.
Segundo ele, o Pantsir-S1 tem um alcance de 10 a 15 quilômetros.
“Além desses sistemas de defesa aérea, os céus também são protegidos pelos caças interceptadores Su-30MS, Su-35, MiG-29 e MiG-31. Os aeroportos onde estão localizados ficam perto das bases do sistema de defesa aérea”, completou Koziulin.
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