Rússia abandona programa de trens camuflados com armas nucleares

Ciência e Tecnologia
NIKOLAI LITÔVKIN
Ministério da Defesa excluiu mísseis balísticos intercontinentais móveis do programa de rearmamento para 2018-2025 e realocou fundos para desenvolvimento de maior míssil nuclear do mundo.

A crise econômica afetou o programa de rearmamento da Rússia. O governo diminuiu os investimentos orçamentais em modernização das Forças Armadas e, durante os próximos dez anos, injetará no rearmamento US$ 320 milhões em vez dos US$ 830 milhões previstos anteriormente.

Devido a problemas financeiros, o governo foi forçado a cancelar diversos programas, entre eles o de desenvolvimento do sistema de mísseis baseado em trens de combate “Barguzin”.

Mas, de acordo com uma fonte no complexo militar-industrial, a medida é temporária, e os desenvolvimento do “Barguzin” deve ser retomado após a construção de outros mísseis balísticos intercontinentais, como o "Voievoda", "Yars" e "Sarmat".

O que é o ‘Barguzin’?

O desenvolvimento do sistema de mísseis de combate ferroviário “Barguzin” começou em 2013, após a aprovação pelo presidente Vladimir Putin.

Planejava-se que cada complexo “Barguzin” recebesse seis lançadores de mísseis de combustível sólido “Yars”, cada um com quatro ogivas. O míssil “Yars” pesa 50 toneladas, tem 22,5 metros de comprimento e poderia ser transportado em vagões de 24 metros de comprimento.

No total, o governo pretendia encomendar cinco trens “Barguzin”.

Este armamento deveria se tornar um sistema móvel de mísseis balísticos intercontinentais que poderia viajar diariamente pela Rússia camuflado como um trem comum.

Isso permitiria ter um sistema furtivo, que poderia ser escondido dentro do território russo, e cuja localização não poderia ser determinada por satélites.