A fortaleza é considerada o prédio mais antigo da cidade. Não foi por acaso que Pedro 1º, o Grande, escolheu a Ilha Záiatchi para a sua construção: ela está localizada no ponto mais largo do rio Neva. A Fortaleza de São Pedro e São Paulo é o primeiro bastião na Rússia, ou seja, um prédio sem torres construído de maneira que o inimigo não pudesse atracar na ilha.
A construção foi iniciada em 27 de maio de 1703 — data que seria a da fundação de São Petersburgo. A fortaleza nunca se envolveu em batalhas, embora sua guarnição estivesse sempre em alerta.
Seis semanas após a fundação da fortaleza, o monarca mandou a construção da igreja de madeira dos apóstolos Pedro e Paulo no seu território. Em 1712, a igreja foi reconstruída de pedra segundo um projeto de Domenico Trezzini. Pedro 1º queria que a primeira igreja da nova capital fosse mais alta que a torre do sino do Kremlin de Ivan, o Grande, em Moscou. O imperador ficou tão orgulhoso da construção que até obrigou os ministros estrangeiros a subir no campanário para exibir a cidade. Por quase 250 anos, a Catedral de São Pedro e São Paulo foi o edifício mais alto da Rússia.
A Catedral de São Pedro e São Paulo também é um monumento à glória militar da Rússia. Até o século passado, ali eram guardadas as bandeiras e as chaves das cidades conquistadas. Não é por acaso que a sua iconóstase não é uma parede sólida, mas um arco triunfal.
Antes de Pedro 1º, os monarcas falecidos eram enterrados na Catedral do Arcanjo do Kremlin. Porém, com o aparecimento da nova capital, os enterros começaram a ser realizados na Catedral de Pedro e Paulo. A primeira a ser enterrada aqui foi a filha de Pedro 1º, Natália, que morreu aos dois anos; depois disso, todos os monarcas russos, com exceção de Pedro 2º e Ivan 6º, foram enterrados na catedral. Em 1998, os restos mortais do último tsar russo Nicolau 2º e sua família também foram transferidos para este templo.
Durante vários séculos a fortaleza foi usada como prisão — não para prisioneiros comuns, mas políticos. O príncipe Aleksêi, filho de Pedro 1º, os dezembristas, os escritores Fiódor Dostoiévski e Maksim Górki, e o irmão de Vladímir Lênin, Aleksandr Ulianov — todas essas pessoas passaram suas penas no Bastião Trubetskoi, dentro da Fortaleza de São Pedro e São Paulo.
Todo meio-dia, um tiro é ouvido no Bastião Naríchkin. Durante o reinado de Pedro 1º, os tiros marcavam o início e o fim da jornada de trabalho. Mais tarde, os tiros passaram a ser usados para notificar os moradores de São Petersburgo sobre as enchentes. A partir de 1872, o canhão começou a ser disparado para simplesmente marcar o meio-dia.
A figura de um anjo na torre da Catedral de Pedro e Paulo é um dos símbolos mais conhecidos e oficiais de São Petersburgo. O cata-vento foi desenhado por Domenico Trezzini; segundo sua ideia, o anjo voador com uma cruz nas mãos deveria simbolizar o patrocínio celestial do imperador e da Rússia.
A praia de areia está situada sob as muralhas da fortaleza. É proibido nadar aqui, mas você pode tomar sol com vista para a ponta da Ilha Vassílievski, o Hermitage, e as pontes do Palácio e da Trindade. No verão, são realizados festivais de esculturas de areia e, no inverno, aparecem esculturas de gelo.
Os fãs de música vão à Fortaleza de São Pedro e São Paulo para ouvir a melodia do carrilhão, um órgão composto por sinos. O primeiro carrilhão, com 35 sinos, foi trazido da Holanda por Pedro 1º. O atual, de 51 sinos, foi instalado para o 300º aniversário da antiga capital em 2001. Desde então, a fortaleza acolhe festivais e concertos de música de carrilhão.
Hoje em dia, a Fortaleza de São Pedro e São Paulo é um monumento da Unesco, parte do Museu de História de São Petersburg — que inclui museus de artilharia, engenharia e tropas, astronáutica e foguetes. Conheça a lista de todos os patrimônios culturais da Unesco na Rússia aqui.
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